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quarta-feira, 7 de dezembro de 2016 0 comentários

O HOMEM QUE VIU O INFINITO- FILME




Srinivasa Ramanujan pode ser uma personalidade pouco conhecida para quem não estuda matemática. Este indiano pobre, sem estudos, foi responsável por revoluções na matemática abstrata, fazendo avanços consideráveis nas frações continuadas e nas séries infinitas. Mas sua cinebiografia não tem a menor pretensão de esclarecer estas questões: como o tema é árido para a maioria das pessoas, Ramanujan é visto como um típico gênio incompreendido.

O Homem que Viu o Infinito -   
O pouco experiente cineasta Matt Brown decide levar a história às telas com toda a pompa que julga necessária ao tema. Ele usa trilha sonora instrumental à exaustão, halos circulando o protagonista como uma figura divina, uma iluminação escuríssima dentro dos cômodos, para retratar os gênios buscando a luz nas trevas. A sacralização é tamanha que beira a paródia. O matemático torna-se um mártir, que sofreu por ser pobre, por ser imigrante, por ser indiano, por não conseguir comprovar suas teorias matemáticas e por ter que abandonar a mãe e a esposa na Índia para estudar na Inglaterra.

Paralelamente, Brown transforma Ramanujan em representante da fé religiosa num círculo majoritariamente descrente. O grande conflito do filme não diz respeito à matemática tradicional contra as teorias ousadas do indiano, nem entre o conhecimento do Oriente e do Ocidente. O embate central ocorre entre um homem que se diz iluminado por deuses, recebendo toda a sua instrução de forças invisíveis, e um acadêmico tradicional, ateu, incapaz de aceitar as fórmulas de Ramanujan sem a comprovação de sua origem. Ironicamente, O Homem que Viu o Infinito trata a matemática com uma aura mística, pouco científica – algo reforçado pelos títulos original e brasileiro. O projeto sustenta a ideia questionável de que seria impossível revolucionar a ciência sem reconhecer a existência de Deus.

O Homem que Viu o Infinito -

Embora a estética e a compreensão da ciência deixem a desejar, a biografia atinge seu ponto alto no retrato da amizade entre Ramanujan e o professor G. H. Hardy. O enfrentamento de ambos soa esquemático durante a primeira parte da narrativa, mas o roteiro consegue extrair, na segunda metade, um afeto verdadeiro desta união. Dev Patel, preso pela enésima vez ao papel do pobre indiano sonhador, não demonstra grande versatilidade em sua composição, mas Jeremy Irons está excelente na transformação do professor aberto a pessoas e ideias desconhecidas. Atores coadjuvantes como Toby Jones e Stephen Fry também colaboram à verossimilhança do meio acadêmico.

Ao lado de outras biografias que idealizam a figura de físicos e matemáticos, como A Teoria de Tudo, Uma Mente Brilhante e Gênio Indomável, O Homem que Viu o Infinito representa um projeto inferior, com roteiro mais maniqueísta e direção menos refinada. Mas o humanismo da trama ainda resiste às escolhas desengonçadas de Brown, tornando a obra uma experiência agradável – pouco didática no que diz respeito à matemática, mas extremamente pedagógica quanto à moral, aos bons costumes e à noção de meritocracia.

Fonte: adorocinema

quinta-feira, 16 de julho de 2015 0 comentários

CAROLINA MARIA DE JESUS




(Sacramento, 14 de março de 1914 — São Paulo, 13 de fevereiro de 1977)

  A catadora de lixo que virou escritora. saiu do quarto de despejo para ganhar o mundo. Em sua época chegou a vender tanto quanto Jorge Amado e hoje, infelizmente, encontra-se no esquecimento.



Carolina Maria de Jesus nasceu em Minas Gerais, numa comunidade rural onde seus pais eram meeiros. Filha ilegítima de um homem casado, foi tratada como pária durante toda a infância, e sua personalidade agressiva contribuiu para os momentos difíceis pelos quais passou. Aos sete anos, a mãe de Carolina forçou-a a frequentar a escola depois que a esposa de um rico fazendeiro decidiu pagar os estudos dela e de outras crianças pobres do bairro. Carolina parou de frequentar a escola no segundo ano, mas aprendeu a ler e a escrever.

A mãe de Carolina tinha dois filhos ilegítimos, o que ocasionou sua expulsão da Igreja Católica quando ainda era jovem. No entanto, ao longo da vida, ela foi uma católica devota, mesmo nunca tendo sido readmitida na congregação. Em seu diário, Carolina muitas vezes faz referências religiosas.

Em 1937, sua mãe morreu, e ela se viu impelida a migrar para a metrópole de São Paulo. Carolina construiu sua própria casa, usando madeira, lata, papelão e qualquer coisa que pudesse encontrar. Ela saía todas as noites para coletar papel, a fim de conseguir dinheiro para sustentar a família. Quando encontrava revistas e cadernos antigos, guardava-os para escrever em suas folhas. Começou a escrever sobre seu dia-a-dia, sobre como era morar na favela. Isto aborrecia seus vizinhos, que não eram alfabetizados, e por isso se sentiam desconfortáveis por vê-la sempre escrevendo, ainda mais sobre eles.

Teve vários envolvimentos amorosos quando jovem, mas sempre se recusou a casar-se, por ter presenciado muitos casos de violência doméstica. Preferiu permanecer solteira. Cada um dos seus três filhos era de um pai diferente, sendo um deles um homem rico e branco. Em seu diário, ela detalha o cotidiano dos moradores da favela e, sem rodeios, descreve os fatos políticos e sociais que via. Ela escreve sobre como a pobreza e o desespero podem levar pessoas boas a trair seus princípios simplesmente para assim conseguir comida para si e suas famílias.
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PRINCESA NEGRA DA LITERATURA

CAROLINA MARIA DE JESUS

(Sacramento, 14 de março de 1914 — São Paulo, 13 de fevereiro de 1977)

  A catadora de lixo que virou escritora. Saiu do quarto de despejo para ganhar o mundo. Em sua época chegou a vender tanto quanto Jorge Amado e hoje, infelizmente, encontra-se no esquecimento.

Carolina jamais se resignou às condições impostas pela classe social a qual pertencia. Em uma vizinhança com alto nível de analfabetismo, saber escrever era uma conquista excepcional. Carolina escreveu poemas, romances e histórias. Um dos temas abordados em seu diário foram as pessoas do seu entorno; a autora descrevia a si mesma como alguém muito diferente dos outros favelados, e afirmava “que detestava os demais negros da sua classe social”.

Ela escreve sobre como a pobreza e o desespero podem levar pessoas boas a trair seus princípios simplesmente para assim conseguir comida para si e suas famílias.



http://tvbrasil.ebc.com.br/reporterbrasil/bloco/escritora-carolina-maria-de-jesus-completaria-100-anos





terça-feira, 5 de novembro de 2013 0 comentários

VIDA URBANA \ mulheres negras 1908

 

"Vivem nas praças, no Campo da Aclamação; dormem nos morros, nos subúrbios, passam à beira dos quiosques, na Saúde, em S. Diogo, nos grandes centros de multidões baixas, apanhando as migalhas dos pobres e olhando com avidez o café das companheiras. Eu encheria tiras de papel sem conta, só com o nome dessas desgraças a quem ninguém pergunta o nome, senão nas estações, entre cachações de soldados e a pose pantafaçuda[11] dos inspetores; e seria um livro horrendo, aquele que contasse com a simples verdade todas as vidas anônimas desses fantásticos seres de agonia e de miséria! Andam por aí ulceradas, sujas, desgrenhadas, com as faces intumescidas e as bocas arrebentadas pelos socos, corridas a varadas dos quiosques, vaia- das pela garotada.

 Nas noites de chuva, sob os açoites da ventania, aconchegam-se pelos portais, metem-se pelos socavões, tiritando... Às vezes, para cúmulo de desgraça, aparecem grávidas, sem saber como, à mercê da horda de vagabundos que as viola, que as tortura, que as bate, sem lhes conceder ao menos a piedade do nojo; e os filhos morrem, desaparecem, levados na tristura do seu soluçante existir, estrangulados, talvez, nos inúmeros recantos que a milícia do nosso duplo policiamento ignora. "

Texto extraído do livro "A alma encantadora das ruas", João do Rio, 1908.

O trecho acima descreve situação passada por mulheres pobres e sobre tudo negras na virada do século XX. Sofridas, marginalizadas e sem qualquer proteção do Estado, 20 anos após a abolição da escravidão negra no Brasil.

Agora passado 125 anos podemos afirmar que os problemas aqui expostos não são mais vivenciados pelas mulheres?





segunda-feira, 1 de julho de 2013 0 comentários

ESPANQUEMOS OS POBRES!


Durante quinze dias confinei-me em meu quarto e me cerquei de livros que estavam na moda naqueles tempos (há dezesseis ou dezessete anos); quero falar de livros em que se trata da arte de tornar os povos felizes, sábios e ricos em vinte e quatro horas. Tinha eu digerido – engolido, quero dizer – todas as elucubrações de todos os empresários da felicidade pública – dos que aconselham a todos os pobres a se fazerem escravos e dos que persuadiam que eles são reis destronados. Ninguém acharia surpreendente que eu entrasse então em um estado de espírito vizinho da vertigem ou da estupidez.

Pareceu-me, somente, que eu sentisse, confinado, no fundo do meu intelecto, o germe obscuro de uma idéia superior a todas as fórmulas de curandeiras que eu, recentemente, vira, folheando no dicionário. Mas isso só era a idéia de uma idéia, algo de infinitamente vago.

E saí com uma grande sede. Porque o gosto apaixonado por más leituras engendra uma necessidade proporcional de grandes ares e de muitas bebidas refrescantes.

Quando ia entrar num bar, um mendigo estendeu-me o chapéu com um desses inesquecíveis olhares que derrubariam tronos, se é que o espírito removesse a matéria e se o olho de um hipnotizador fizesse as uvas amadurecerem.

Ouvi, ao mesmo tempo, uma voz que me cochichava ao ouvido, uma voz que eu me reconheci bem; era a voz de um bom Anjo ou um bom Demônio, que me acompanha por todos os lugares. Se Sócrates tinha seu bom Demônio, por que eu não havia de ter o meu bom Anjo, e por que não teria eu a honra, como Sócrates, de obter um brevê de loucura, assinado pelo sutil Lélut e pelo bem informado Baillarger?

Existe essa diferença entre o Demônio de Sócrates e o meu, pois o de Sócrates só se manifestava a ele para proibir, advertir, impedir, e que o meu dignava-se a aconselhar, sugerir, persuadir; o meu é um grande afirmador, o meu é um Demônio de ação, um Demônio de combate.

Ora, sua voz cochichava isso: “Quem for igual ao outro que o prove e só é digno de liberdade quem a sabe conquistar.”

Imediatamente saltei sobre meu mendigo. Com um único soco fechei-lhe um olho, que, em um segundo, tornou-se inchado como uma bola. Quebrei uma unha ao partir-lhe dois dentes, e como eu não me sentisse bastante forte, tendo nascido de compleição delicada e tivesse pouca prática de boxe, para desancar aquele velho, peguei-o com uma das mãos pela gola de seu casaco e com a outra lhe agarrei a garganta e me pus a sacudi-lo, vigorosamente, cabeça contra a parede. Devo confessar que já havia previamente inspecionado os arredores com uma olhada e havia verificado que naquele subúrbio deserto eu me achava, por algum tempo, fora do alcance de qualquer policial.

Tendo, em seguida, com um pontapé, dado em suas costas, bastante enérgico para lhe quebrar as omoplatas, botei por terra aquele sexagenário enfraquecido; peguei, então, um grosso galho de árvore, que estava jogado no chão, e bati nele com a energia obstinada dos cozinheiros que querem amolecer um bife.

De repetente – ó milagre! Ó alegria do filósofo que verifica a excelência de sua teoria – vi esta antiga carcaça se virar, se levantar com uma energia que eu jamais suspeitaria que houvesse numa máquina de tal modo danificada, e, com um olhar de raiva que me pareceu de bom augúrio, o malandro decrépito jogou-se sobre mim, socou-me os dois olhos, quebrou-me quatro dentes e, com o mesmo galho de árvore, bateu-me fortemente. Pela minha enérgica medicação, eu lhe havia restituído o orgulho e a vida.

Então, eu lhe fiz sinais enérgicos para que compreendesse que eu considerava nossa discussão terminada e, levantando-me com a satisfação de um sofista de Pórtico, lhe disse: “Meu senhor, o senhor é meu igual! Queira dar-me a honra de aceitar que eu divida minha bolsa consigo, e lembre-se: se você é realmente filantropo, que é preciso aplicar, em todos os seus confrades, quando eles lhe pedirem esmolas, a mesma teoria que eu tive o sofrimento de experimentar sobre suas costas.”

Ele me jurou que havia compreendido a minha teoria e que obedeceria aos meus conselhos.

CHARLES BAUDELAIRE


              Mucamas do PCdoB

          PROSTITUIÇÃO NO PCdoB
sexta-feira, 26 de abril de 2013 0 comentários

Atenção: cenas de VIOLÊNCIA gratuita, SANGUE, PALAVÕES...

O SANGUE DO MEU POVO JORRA PELO CHÃO DAS PERIFERIAS. 
O SUBÚRBIO É ZONA DE MEDO ONDE PREVALECE A LEI. 
A LEI DA POLÍTICA SUJA QUE EXCLUI O PRETO, O NORDESTINO E SEUS DESCENDENTES

Todos os dias diversos jovens são marcados pela morte violenta e sua escolha preferencial são os pobres.
Aliélson Nogueira, 21 anos, trabalhava em um galpão de reciclagem na comunidade Jacarezinho no Rio de Janeiro; cidade que sediará a próxima Copa do Mundo e Olimpíadas. Além de trabalhar também estudava sonhando com um futuro melhor para ele e o filho que está para chegar ao mundo.
Esse rapaz que não tinha qualquer envolvimento com o crime, sem qualquer antecedente criminal ou qualquer outra ação que venha macular sua imagem foi morto covardemente com um tiro de fuzil pelas costas enquanto comia um cachorro quente com refrigerante.. Um tiro na nuca banalizou definitivamente sua existência.

A polícia apresentou para a imprensa diversas versões para justificar o caso injustificável.
A principio os policiais envolvidos nessa ocorrência estariam perseguindo homens suspeitos de trafico quando iniciou tiroteio e uma bala perdida teria atingido Aliélson Nogueira .
Os moradores do Jacarezinho desmentem essa versão. Dizem que o jovem baleado depois de um dia de trabalho comprava um refrigerante e cachorro quente quando foi abordado de forma truculenta por policiais da UPP e consciente dos seus direitos como cidadão (lembremos que o rapaz era um estudante) teria respondido mal a um dos policiais que ao ser contrariado acabou efetuando o disparo fatal.

A covardia desse ato revoltou os moradores que apesar do medo da repressão e de posteriores represarias não contiveram a indignação e foram á rua protestar e de alguma forma tentar proteger o corpo do Aliélson Nogueira. Infelizmente no Rio de janeiro é comum policiais forjarem autos de resistência.

Como não poderia deixar de ser, para a retirada dos moradores do local cena de guerra. A tropa de choque na rua, todos policiais muito bem armados contra a população local de gente que estava até descalça. Bombas foram atiradas contra o povo, isso mesmo, as bombas de efeito moral. Bombas que reprimem os pobres, os manifestantes, mas não trazem nenhuma ética para a nossa força policial que se coloca superior a própria justiça.

Ou já nos esquecemos que a Juíza Patrícia Aciole foi morta por policiais e olha que ela não era pobre e nem morava em local de pacificação. Foi outra pessoa morta por não obedecer as leis impostas pela polícia.

Tentaram acusar o jovem morto Aliélson Nogueira de ser bandido, mas ele não tinha antecedentes criminais e diante da indignação dos moradores tornou-se complicado sustentar essa história. Em outro momento poderiam dizer que o jovem morto era bandido e que os moradores estão fazendo baderna a mando de traficantes, mas em uma comunidade pacificada fica muito ruim para a representação da polícia fazer uma afirmação dessa, ainda que para justificar uma atrocidade envolvendo os policiais que aqui representam os braços da LEI, o poder público.

Na última versão o jovem trabalhador foi morto DEPOIS de uma confusão entre moradores da comunidade e os PMs da Unidade Pacificadora. (Em outras palavras quem matou Aliélson Nogueira foram os próprios moradores)
O comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Jacarezinho, major Cláudio Haliki, afirmou nesta sexta-feira que a população da comunidade deve se acostumar com as abordagens policiais. O major reiterou, a dificuldade deste momento inicial da pacificação e disse não ter informações sobre uma suposta truculência dos PMs. O patrulhamento foi reforçado no local, afirmou o comandante, em entrevista ao RJTV.

O delegado da 25ª DP (Engenho Novo), Antenor Lopes disse: “Ouvimos dois (obs: apenas 2 moradores) moradores e sete policiais. Uma abordagem gerou essa confusão. Os policiais alegam ser vítimas de disparo e vamos investigar”, contou. Segundo ele, Alielson não tinha passagens pela polícia.

ALGUÉM TEM ALGUMA DUVIDA DO PORQUE ESSE ESTUDANTE DE 21 ANOS FOI ASSASSINADO COM UM TIRO DE FUZIL PELAS COSTAS?

O lanche comprado com o suor do ardo trabalho ficou no chão junto a poça de sangue que jorrava livremente da cabeça de um jovem estudante, mas o que se esvaia era a dignidade HUMANA.

Bem, esse assunto todo me deu fome, vou comprar um cachorro quente e assistir “Tropa de Elite 2” No vídeo tudo é mais bonitinho e despreocupante. Afinal, eu sou do Rio de Janeiro cidade MARAVILHOSA.

Fonte: Jornal O Dia
Diário Oficial



quarta-feira, 4 de abril de 2012 0 comentários

CARÊNCIA




Galerinha não pude me conter. Percebi que a pessoa meio que rimava as palavras nos comentários feitos no meu Facebook e acabei fazendo esse versinho:

Ando com carência de justiça
ando com carência de verdade
ando com carência de amizade
ando com carência de gente como a gente
carência de solidariedade

Ando aflita
carência de encontrar outros comunistas
ando com as carências do povo brasileiro
carência de dinheiro
carência de pão e de cidadania
Ando com carência de respeito
daqueles que deveriam dar o exemplo
mas roubam o país inteiro.

Há quem ache a roubalheira bonita
cada um defende a sua classe
Como negra e favelada fui para política
defender de verdade o interesse do pobre
e cai nema cilada

Ando com carência do tempo em que dignidade
não se resumia a números em uma conta bancária
pois a minha está zerada

Ando com carência de quase tudo
e deixando de lado a rima
só não tenho carência de homem
porque o *** do meu marido é novinho e grandão
Sra. Beth Rezende muito obrigada pela sua preocupação!


quinta-feira, 15 de março de 2012 0 comentários

PLAYBOY


Quem tem um bom emprego e perde a proposta de um mega emprego não perdeu nada, apenas deixou de ganhar. Isso não altera a sua vida.
Mas para quem corre atrás do pão todos os dias sabe o quanto 1 Real faz falta.
Ser enganado por uma falsa promessa de um bom emprego traz consequências que demoram muito tempo para se recuperar.

Mundos diferentes, pessoas diferentes!

Aquele que desde de os seus primeiros passos na vida come brioche no café da manhã, jamais irá entender o que é um pão com manteiga. Fartura na mesa de pobre é pão com ovo.

Por isso posso entender meu estimado amigo JC.

Ao final de contas os pobres nascem sem escolha. Se os pés e pernas tendem a ficarem tortos, os privilegiados usarão botas ortopédicas. Para os dentes tortos aparelho. Os dentes dos pobres caem!

Mesmo estando errado JC recebe carinho, afago, atenção, solidariedade em sua má conduta. Jamais ouve um não.
Enquanto eu mesmo munida da verdade estando certa ou errada recebo não, o tempo todo.
Meu carinho vem dos abraços dos
meus filhos no natal quando não tive nada para ofertar a eles.

Mas certo ou errado JC tem sempre com quem contar e apesar da idade avançada, quando tristinho dorme na casa da mamãe.

Eu como proteção tenho apenas as minhas orações.

Quando ele finalmente trabalha é para comprar ouro, enquanto eu trabalho para não perder meu teto.

Poço entender a diferença entre o mundo dele e o meu.

Poço criar com a minha imaginação e esperança, que no pobre é a última coisa que morre, como é viver e está no mundo dele.
Porém não consigo entender o porque dessa ambição suja e enraizada. Por que prejudicar quem nada tem?

Tenho certeza que por maior que seja a imaginação dele, jamais vai entender o que é passar fome.
Traumas como esse não ficam na imaginação, e nem nas lembranças. Ficam no corpo , na alma, são marcas, cicatrizes que não se apagam.



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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

MARCAS

















Vô João em meio a sua sabedoria de gente do interior sempre dizia que se via um bom trabalhador pelas canelas finas. Muitas vezes o vi medindo a canela com as mãos e ao final sempre dizia:
 - tá vendo sou um bom trabalhador! 
E houve vezes nas quais ele usava uma tia como exemplo: 
- essa puxou ao pai veja as canelinhas finas. 

Minha tia não gostava muito, mas ele dizia isso com muito orgulho.
Sempre me perguntei de onde ele tinha tirado aquela ideia. Faria parte de algum tipo de folclore da região que ele nasceu? Era um costume passado de pai para filho entre o povo da roça...


Pois bem, em meio aos meus estudos sobre o processo da escravidão no Brasil pude constatar que a região de Pernambuco (terra de meu avô), teve uma das maiores concentrações de escravos do país e que um dos critérios usados pelos Senhores (donos das fazendas) para a aquisição de bons escravos "bons trabalhadores" era o fato de terem canelas finas.


Meu querido avô, homem livre do século XXI ainda carregava estigmas do tempo onde o negro era cativo. Pode parecer bobagem, mas quantas heranças como essa podemos está guardando inconscientemente até o dia de hoje?


(Saudades eternas do Vô João)
 
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