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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014 0 comentários

Il Mondo Degli Altri/ O MUNDO DOS OSTROS



Il Mondo Degli Altri
Alle tre di pomeriggio sto seduto sui gradini
Mentre il cielo si fa pigro e si riposa sui camini
C'è un telefono a due passi e ho bisogno di sentirti
La tua voce può bastarmi per convincermi che esisti
Nel mondo degli altri che mi chiude fuori
Ma tu puoi trovarmi nei giorni più soli
Quando sento che la mia vita
È in un vicolo senza fine
Quando l'eco di una ferita
È un ricordo che può sparire
Dietro all'alito di un tramonto
Che ci porterà fino al mare
Quando sento che sul tuo volto
con le dita posso sfiorare

Il mondo degli altri che non so come
Ma non me ne importa se sono con te
Il mondo degli altri è un cielo di vento
Un prato di fiori nel buio che ho dentro
Il mondo degli altri, il mondo degli altri

E se perderò i miei sogni solo tu potrai trovarli
Ma se non vorrai tenerli non lasciarli lì davanti
Al mondo degli altri che non mi appartiene
Se tu non esisti non posso più dirti
Che ho bisogno di innamorarmi
In un giorno di primavera
Che non posso dimenticarti
Per un sogno che non si avvera
Quando cambiano le stagioni
E l'inverno diventa neve
Quando canto le mie canzoni
Ho bisogno di stare in mezzo

Al mondo degli altri perché ci sei tu
Ma se non ti trovo mi manchi di più
Il mondo degli altri è un arcobaleno
Ma tu sei una perla che cade dal cielo

Se resto da solo nel mondo degli altri
All'ombra di un uomo che ha voglia di amarti

Se resto da solo nel mondo degli altri


*********************
O MUNDO DOS OSTROS

Há três horas da tarde e eu sentado nos passos
Enquanto o céu se faz preguiçoso e descansa nas lareiras
Há um telefone a dois passos e eu preciso sentir
Sua voz pode ser o bastante para me convencer que você existe
No mundo dos outros que se fecham fora de mim
Mas você pode me encontrar nos dias solitários
Quando eu sinto que minha vida
Está em uma rua sem fim
Quando o eco de uma ferida
É uma memória que pode desaparecer
Atrás da respiração, há um pôr-do-sol
O que nos levará até o mar
Quando eu sinto que não há um rosto lá
Com os dedos eu posso caminhar

O mundo dos outros, que eu não sei como
Mas não se preocupe com isto, se eles estiverem com você
O mundo do outro, é um céu de vento
Um jardim de flores na escuridão dentro do que há em mim
O mundo dos outros, o mundo dos outros

E se eu perderei só meus sonhos, que você os possa encontrar
Mas se você não quiser segurar, não os deixe como antes, lá
Para o mundo dos outros que não me pertencem
Se você não existe, que eu não possa lhe falar mais
Que eu tenho necessidade de me apaixonar
Em um dia de primavera
Que eu não posso lhe esquecer
Para um sonho que não se torna realidade
Quando mudam as estações
E o inverno se torna neve
Quando canto minhas canções
Eu tenho necessidade para de estar na média

Para o mundo dos outros, porque lá conheço você
Mas se eu não a encontro, você perde mais do que eu
O mundo do outro é um arco-íris
Mas você é uma pérola que cai do céu

Se eu fico só, no mundo dos outros
A sombra de um homem que tem vontade de amar

Se eu fico só, no mundo dos outros



terça-feira, 3 de setembro de 2013 1 comentários

A INVEJA DOS OUTROS


Na cultura do Facebook, o valor social de cada um
se confunde com a inveja que ele suscita


Anos atrás, decidi que, salvo necessidade absoluta, em voo internacional, eu não viajaria mais de classe econômica. Quando não posso pagar pela executiva, é simples: não viajo.

A passagem de executiva dá direito ao uso de uma sala de espera confortável, que no Brasil é chamada de sala VIP (sigla de "very important person", pessoa muito importante). Há um quê de idiota na ideia de que alguém se torne importante por pagar uma passagem mais cara que os outros.

Mas o que me interessa agora é o fato de que os passageiros de classe executiva, confortavelmente instalados na sala VIP, poderiam esperar até o fim do embarque da classe econômica; aí eles iriam ao portão já esvaziado e subiriam no avião.

Não é o que acontece. Convidados a embarcar antes dos outros, eles entram no avião sob o olhar dos passageiros de classe econômica e ocupam seus assentos espaçosos, situados na parte da frente da aeronave, de forma que os passageiros de econômica, a caminho de suas poltronas-suplício, são obrigados a contemplar o privilégio dos que já estão instalados na executiva.

Por que essa irracionalidade? É que o passageiro de executiva não compra apenas um tratamento mais humano e um espaço compatível com as formas médias de um corpo: ele compra também a experiência (desejável, aparentemente) de ser objeto da inveja dos outros.

Numa recente viagem à Europa, eu já estava instalado na executiva, tomando suco e lendo um livro quando uma senhora chinesa, a caminho de seu lugar na econômica, passou do meu lado e espirrou molhada e barulhentamente em cima da minha cabeça. Por sorte, não era época de gripe aviária. Mas é isto: a inveja é uma mistura de idealização, amor e ódio.

Circulando de madrugada, passo pela entrada de uma balada. Há uma longa fila de espera, há seguranças imponentes e há uma "hostess" que escolhe quem pode entrar. Em Nova York, entram até desconhecidos, se forem bizarros, interessantes e decorativos. Em São Paulo, parece que a lista de clientes VIPs é soberana. Os outros esperam noite adentro, tentando ganhar a simpatia da "hostess". Vale a pena? O que acontecerá se eles forem admitidos? Pois é, será uma noite sensacional: eles tirarão fotos que postarão no Facebook e no Instagram.

Em geral, com as fotos, eles esperam receber a mesma inveja que eles destinam aos VIPs: por isso, exibirão poses parecidas com o que eles imaginam que os VIPs (os que entraram na balada há tempos) fazem quando se divertem (loucamente).

E o que fazem os VIPs? Pois é, essa é a parte mais estranha: os VIPs imitam as poses dos que os invejam e imitam, pois, eles constatam, essas são as poses que mais suscitam inveja.

De fato, na balada, muitos, VIPs e mortais comuns, apenas esperam a ressaca de amanhã. Mas, no círculo vicioso da inveja, a experiência efetiva é irrelevante; não é com tal ou tal outra vida e história concretas que se sonha: sonha-se ser o que os outros sonham.

A inveja é, por assim dizer, uma emoção abstrata: o privilégio não precisa dar acesso a uma fruição especial da vida (sensual ou espiritual, tanto faz), ele só precisa suscitar inveja. Ou seja, privilégio não é o que faço ou o que acontece de extraordinário em minha vida, mas o olhar invejoso dos outros.

Nesse mundo, em que a inveja é um regulador social, as aparências são decisivas porque elas comandam a inveja dos outros. Por exemplo, o que conta não é "ser feliz", mas parecer invejavelmente feliz.

Nesse mundo, o ter é mais importante do que o ser apenas porque, à diferença do ser, o ter pode ser mostrado facilmente. É simples mostrar o brilho de roupas e bugiganga aos olhos dos invejosos. Complicado seria lhes mostrar vestígios de vida interior e pedir que nos invejem por isso.

O Facebook é o instrumento perfeito para um mundo em que a inveja é um regulador social. Nele, quase todos mentem, mas circula uma verdade de nossa cultura: o valor social de cada um se confunde com a inveja que ele consegue suscitar.

Comecei a escrever essa coluna depois de assistir a "Bling Ring: A Gangue de Hollywood", de Sofia Coppola (uma tradução por "Bling Ring" seria "A Turma do Deslumbre"). A não ser que outro tema se imponha com força, voltarei a falar sobre o filme. Mas digo já: saí do cinema muito feliz por não ter levado nenhum adolescente comigo (respeitando a indicação para acima de 16 anos).

CONTARDO CALLIGARIS
 
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