Conto para você um sonhe que
tive a muito tempo , mas não consigo esquecê-lo
dada a impressão que deixou em mim.
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“Chovia torrencialmente, eu estava na casa que
pertenceu a minha mãe biológica (lugar de lembranças desagradáveis). Da varanda
dessa casa eu percebia o nível da água subindo rapidamente a pesar da rua ser uma
ladeira. A água passava com tanta violência que era possível sentir o chão
vibrando.
A rua tinha se transformado em um rio lamacento, em meio a isso, avistei
um bebê sendo carregado pelas águas. Desci apressadamente a varanda e sem
pensar me atirei na água suja e perigosa devido a correnteza para ajudar aquela
criança. Á margem do rio meu marido tentava se equilibrar e pedia em vão que eu
não me lançasse.
Consegui pegar o bebê. O abracei com muito cuidado e carinho tentando aquecê-lo. Ele devia ter uns 7 ou 8 meses, branquinho e gordinho. Fiquei imediatamente apaixonada por aquela criança. Como era bonita e indefesa, impossível não se encantar. Mas por mais que fosse bela a forma da criança algo estava errado.
Os olhos daquela bebê de pele tão branca eram negros, completamente
negros. E mais uma vez meu marido tentava me alertar sobre o aspecto estranho
daquela criança, porém eu dizia:
É apenas uma criança e precisa de ajuda. Devo jogá-la novamente na água?
Que mal pode fazer?
Daí o sonho tem um sobressalto e me vejo ainda no mesmo dia da enxurrada na parte mais baixa da rua acompanhada de meus 2 filhos e com o tal bebê mostrando uma aparência de 5 anos de idade, vestido com uma camiseta de malha na cor azul Royal. Tudo atrás de mim estava desmoronando como uma avalanche e nós corríamos. Eu de mãos dadas àquela estranha criança. E me perguntava como um bebê num curto espaço de tempo podia ter assumido a aparência de uma criança de 5 anos de idade.
Outro sobressalto e agora me vejo na vila da antiga casa da minha avó materna (lugar de ótimas recordações) e a criança branca de olhos completamente negros agora tem a aparência de um menino de 8 anos, vestido com a mesma camiseta azul Royal, encontrasse diante a mim.
Meus filhos estavam afastados mais para o fundo da vila querendo falar
comigo, porém não se aproximavam, pareciam receosos. Fiz um sinal dizendo que
já estava indo até eles. Porém o menino não gostou da minha ação e pude
perceber um brilho estranho naqueles olhos completamente negros. Pela primeira
vez tive medo sem saber exatamente a razão.
Percebendo o perigo disfarçadamente fiz sinal para que meus filhos se afastassem ainda mais e rápido. O menino claramente mostrava ter ciúme dos meus filhos e eu tinha de preservá-los de qualquer mal.
Nisso saiu das costas do menino sombras negras que cresciam ramificadas
como raízes. Dispostas como patas de aranha e se direcionavam para mim e
sugavam minhas energias enquanto eu só conseguia pensar se meus filhos ficariam
bem.