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sábado, 21 de abril de 2018
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VIDA AUTÊNTICA
(...) desacostumados da vida, todos capengamos, uns mais, outros menos. Desacostumamo-nos mesmo a tal ponto que sentimos por vezes certa repulsa pela "vida viva", e achamos intolerável que alguém a lembre a nós. Chegamos a tal ponto que a "vida viva" autêntica é considerada por nós quase um trabalho, um emprego, e todos concordamos no íntimo que seguir os livros é melhor. E por que nos agitamos às vezes, por que fazemos extravagâncias? O que pedimos? Nós mesmos não o sabemos.
Dostoievski - Memórias do Subsolo
sábado, 24 de março de 2018
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A VIDA PASSADA A LIMPO
quarta-feira, 21 de março de 2018
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CHEGA UM MOMENTO QUE SUA PRIORIDADE TEM QUE SER VOCÊ...
Chega um momento que a vida te remete para você....
E te pede para ter entrando no que é, daqueles que são os teus momentos...
Elate pede para dar espaço aos teus pensamentos, aos teus silêncios e ouvi-los, e ouvir-te...
Te pede para ser e não mais de aparecer...
Chega um momento que sua prioridade tem que ser você...
domingo, 9 de abril de 2017
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A LINHA DE PENSAMENTO DE STEPHEN HAWKING
As contribuições do físico e cosmólogo para a sociedade ultrapassam o campo da ciência.
Stephen Hawking é, sem dúvidas, uma das mentes mais brilhantes da história da ciência. Aos 73 anos, ele fez grandes contribuições à comunidade científica, com teorias como a do espaço-tempo e do funcionamento dos buracos negros, a partir das quais conseguiu aproximar o público de temas que poderiam parecer complexos para muitos.
Você pode conhecê-lo por meio do livro Uma Breve História do Tempo, da representação feita dele pelo ator Eddie Redmayne no recente A Teoria de Tudo ou pode ter ouvido falar do cientista por conta de ele sofrer da raríssima condição esclerose lateral amiotrófica. No entanto, a produção dele vai muito além.
Separamos oito reflexões a partir das quais é possível ter uma visão mais profunda da linha de pensamento — e das contribuições científicas do cosmólogo:
“Deus pode existir, mas a ciência consegue explicar o universo sem a necessidade de um criador.” Em múltiplas ocasiões, Hawking afirmou ser ateu. Neste caso, Deus seria uma espécie de limitação, ou seja, as pessoas só saberiam aquilo que Ele sabe. A diferença entre a religião e a ciência, de acordo com Hawking, é que a primeira é baseada em uma autoridade, enquanto a segunda funciona a partir da observação e da razão. “Eu acredito que o universo é regido pelas leis da ciência”, explica. “A ciência triunfará porque ela funciona.”
“Acredito que a vida se desenvolve de forma espontânea na Terra, então deve ser possível para ela se desenvolver em outros planetas.” Hawking acredita que formas inteligentes, não apenas microbianas, de vida existem em outros lugares do universo. Tanto que, em julho deste ano, ele lançou um programa de 100 milhões de dólares cujo objetivo é buscar uma civilização extraterrestre ao longo da próxima década. A segunda parte da missão consistirá em compilar uma mensagem para ser enviada para essas formas de vida. “Não há questão maior. Está na hora de nos comprometermos a achar a resposta, a procurar vida fora da Terra. Estamos vivos. Somos inteligentes. Precisamos saber”, disse o físico.
“O desenvolvimento da inteligência artificial pode ser o fim da raça humana.” Por sofrer de esclerose lateral amiotrófica, que compromete o funcionamento do sistema nervoso, o cosmólogo conta com a tecnologia para se comunicar. Especialistas da Intel e da Swiftkey criaram um sistema que, por meio do teclado de um aplicativo no smartphone, aprende como Hawking pensa e sugere palavras que ele queira usar em seguida. O desenvolvimento dessa tecnologia envolve inteligência artificial, o que impressiona e assusta o cientista ao mesmo tempo.
Para ele, é necessário ter cautela para não criar uma espécie de Skynet que ultrapassaria a inteligência humana e substituíria as pessoas. Essa preocupação se estende principalmente ao desenvolvimento de armas autônomas. Em carta aberta, Hawking e centenas de outros cientistas se posicionaram em relação às consequência desse tipo de tecnologia. “A tecnologia relacionada a inteligência artificial chegou a um ponto no qual a disposição desses sistemas é possível em questão de anos, não décadas, e as expectativas são altas: as armas autônomas foram descritas como a terceira revolução para as guerras, após a pólvora e as armas nucleares”, diz o documento.
“A pergunta chave para a humanidade hoje é se devemos dar início a uma corrida de armas feitas com inteligência artificial ou se devemos prevenir que ela sequer comece. É só uma questão de tempo até que elas apareçam no mercado negro ou nas mãos de terroristas e ditadores que querem controlar suas populações, ou déspotas que desejam fazer ‘uma limpeza’ étnica em seus territórios.”
“A ideia de viagem no tempo não é tão louca quanto parece.” Em artigo escrito para o Daily Mail em 2010, Hawking revelou que, por muito tempo, evitou falar sobre viagem no tempo por receio de ser rotulado de louco. Mas com o passar dos anos, deixou essa abordagem de lado. “Eu sou obcecado com o tempo. Se eu tivesse uma máquina do tempo, eu visitaria Marilyn Monroe em seus dias de glória ou iria atrás de Galileu enquanto ele construia seu telescópio. Talvez eu até viajasse para o fim do universo para descobrir como a nossa histórica cósmica termina”, escreve.
NOS ÚLTIMOS ANOS, AS VIAGENS NO TEMPO PASSARAM A SER UM TEMA RECORRENTE NA FALA E NO TRABALHO DE HAWKING.
O físico sugere a existência de uma quarta dimensão. Haveria, além da altura e do comprimento, um outro tipo de comprimento: o do tempo. “Tudo tem um comprimento no tempo, bem como no espaço”, explica. Logo, viajar no tempo seria viajar pela quarta dimensão, uma espécie de portal com o nome de “buraco de minhoca”. “Os buracos de minhoca estão por toda parte do nosso redor, mas eles são muito pequenos para que consigamos vê-los. Eles ocorrem em fendas e cantos do espaço e do tempo. Alguns cientistas acreditam que talvez seja possível aumentá-los o suficiente para que humanos ou naves espaciais possam utilizá-los.”
"As coisas podem escapar de um buraco negro, tanto para o lado de fora, como também possivelmente em um outro universo." Em 1974, Hawking argumentou que os buracos negros, supostamente campos gravitacionais impossíveis de se escapar, emitem um tipo de radiação térmica por conta de efeitos quânticos. Chamada de radiação Hawking, quando emitida em grande quantidade, teoricamente, pode fazer com que o buraco negro desapareça e que, com isso, a informação sobre o estado físico de um objeto que cai no buraco negro seja destruída.
Em 2004, o cientista mudou de ideia em relação aos buracos negros, afirmando que a informação poderia sobreviver ao ser sugada por eles
Isso aconteceria de acordo com a relatividade geral. Já sob o ponto de vista da mecânica quântica, essa mesma informação não poderia se perder. Esse paradoxo tem perdurado pelos últimos 40 anos.
Em 2004, o cientista mudou de ideia, afirmando que a informação poderia sobreviver. No fim de agosto de 2015, ao falar da radiação Hawking, o cosmólogo sugeriu uma nova abordagem que pode mudar para sempre a forma como buracos negros são vistos e discutidos. “Eu proponho que a informação não é armazenada no interior do buraco negro, como é de se esperar, mas sim em seu limite, o horizonte de eventos”, disse o cientista. Basicamente, ao ser sugada pelo buraco negro, a informação passaria por um processo de tradução, criando um holograma da informação que sobreveviria e escaparia pelo horizonte de eventos. “Os buracos negros não são tão negros como os fizemos parecer. Eles não são as prisões eternas que já foram considerados uma vez”, explicou Hawking.
“Você tem que ter uma atitude positiva e tirar o melhor da situação na qual se encontra.” O cosmólogo foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica quando tinha 21 anos. Na época, a previsão dos médicos era de que Hawking teria apenas mais três anos de vida — em janeiro de 2015, completou 73 anos. Ele lida com a doença se focando em atividades relacionadas com a física teórica, que não exigem seu esforço físico. “A ciência é uma área boa para pessoas deficientes porque ela precisa principalmente da mente”, afirma.
"Manter alguém vivo contra a sua vontade é uma grande indignidade." O suicídio assistido deve ser um direito dos pacientes de doenças terminais, de acordo com Hawking. O cientista afirmou, durante um programa da BBC, em junho de 2015, que consideraria dar um fim à própria vida se sentisse ser um fardo para outras pessoas e não tivesse mais contribuições a fazer. No entanto, ele admite que ainda tem muito a oferecer à sociedade. “Nem pensem que eu vou morrer antes de desvendar mais segredos do universo”, declara.
“Nós somos uma espécie avançada de macacos em um planeta menor de uma estrela mediana. Mas nós conseguimos entender o universo. E isso nos torna muito especiais.” O objetivo de Hawking é obter a compreensão total do universo, como os motivos de ele ser como é e a razão de ele existir. A dica do cientista para as pessoas é olhar para as estrelas e não para baixo, para os próprios pés. “Tente encontrar sentido no que você vê, e se pergunte sobre o que faz o universo existir”, diz. “Seja curioso.”
Isabela Moreira
terça-feira, 28 de março de 2017
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REGISTRAR SEUS SONHOS PODE AJUDAR VOCÊ A SE ENTENDER MELHOR
Pesquisadores recomendam registrar sonhos para exercitar a memória e interpretar sua própria realidade.
Alguns casos famosos de pessoas inspiradas em seus próprios sonhos já renderam obras marcantes: muitas das poesias de Edgar Allan Poe foram baseadas em seus sonhos e a letra de “Yesterday”, de Paul McCartney, também surgiu enquanto o Beatle dormia.
Apesar disso, nem todos têm a sorte de lembrar detalhes de seus sonhos. Quantas ideias podem ter se perdido por causa disso? Esse é apenas um dos vários argumentos a favor de registrar no papel esses momentos.
Lembrar dos sonhos e poder interpretá-los serve como método para entender a si mesmo. Jayne Gackenbach, pesquisadora de sonhos da Universidade MacEwan, no Canadá, explica em entrevista ao Science of Us que, ao relembrá-los, você começa a notar certos padrões e anormalidades. Com o tempo, é possível usar essa noção para determinar quando estamos sonhando ou não.
O processo de descrever os sonhos em palavras também nos força a pensar mais ativamente sobre eles. Após a infância, é comum perdermos a habilidade de memorizar sonhos, mas tomar notas acaba funcionando como um exercício mental.
“Diários de sonhos também o ajudam a entender alguns sentidos da ‘vida acordado’”, disse Gackenbach. Os sonhos frequentemente oferecem um olhar sem filtros da sua própria realidade e são um tipo de paralelo da consciência de cada pessoa, como afirmou também o psicólogo Dylan Selterman. Mesmo assim, a memória humana muitas vezes é falha e essas lembranças podem variar com o passar do tempo.
“No período do sono, o cérebro vai fazer aquilo que sempre faz”, explicou Gackenbach. “Ele fornece inspiração criativa, regula as emoções negativas e, se conseguirmos acompanhar este processo, será mais fácil administrar essas sensações quando estivermos acordados.”
A pesquisadora observa que, para algumas pessoas, desenhar os sonhos pode ser um método mais fácil. Ela também recomenda dar títulos para cada sonho, o que “nos força a capturar a ideia essencial de cada um deles”.
Fora isso, não existem regras diretas para organizar seu próprio diário, mas o experimento é uma prática capaz de conectá-lo à própria psique e traduzir parte do que se passa dentro dela.
Fonte: Revista Science of Us
sexta-feira, 17 de março de 2017
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A LOUCURA CHAMADA AFIRMAR, A DOENÇA CHAMADA CRER, A INFÂMIA…
A loucura chamada afirmar, a doença chamada crer, a infâmia chamada ser feliz — tudo isto cheira a mundo, sabe à triste coisa que é a terra.
Sê indiferente. Ama o poente e o amanhecer, porque não há utilidade, nem para ti, em amá-los.
Veste teu ser do ouro da tarde morta, como um rei deposto numa manhã de rosas, com Março nas nuvens brancas e o sorriso das virgens nas quintas afastadas. Tua ânsia morra entre mirtos, teu tédio cesse então…
E o som da água acompanhe tudo isto como um entardecer ao pé de margens, e o rio, sem sentido salvo correr, eterno, para marés longínquas. O resto é a vida que nos deixa, a chama que morre no nosso olhar, a púrpura gasta antes de a vestirmos, a lua que vela o nosso abandono, as estrelas que estendem o seu silêncio sobre a nossa hora de desengano. Assídua a mágoa estéril e amiga que nos aperta ao peito com amor.
(Meu destino é a decadência.)
Meu destino foi outrora em vales fundos. O som de águas que nunca sentiram sangue rega o modo dos meus sonhos. O copado das árvores que esquece a vida era verde sempre nos nossos esquecimentos. A Lua era fluida como água entre pedras. O amor nunca veio àquele vale e por isso tudo ali era feliz. Nem sonho, nem amor, nem deuses em templo, passando entre a brisa e a hora…
– Bernardo Soares (Fernando Pessoa)
segunda-feira, 2 de janeiro de 2017
Caio F. Abreu,
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FRAGMENTOS DISSO QUE CHAMAMOS DE "MINHA VIDA"
Há alguns anos. Deus — ou isso que chamamos assim, tão descuidadamente, de Deus —, enviou-me certo presente ambíguo: uma possibilidade de amor. Ou disso que chamamos, também com descuido e alguma pressa, de amor. E você sabe a que me refiro.
Antes que pudesse me assustar e, depois do susto, hesitar entre ir ou não ir, querer ou não querer — eu já estava lá dentro. E estar dentro daquilo era bom. Não me entenda mal — não aconteceu qualquer intimidade dessas que você certamente imagina. Na verdade, não aconteceu quase nada. Dois ou três almoços, uns silêncios. Fragmentos disso que chamamos, com aquele mesmo descuido, de “minha vida”. Outros fragmentos, daquela “outra vida”. De repente cruzadas ali, por puro mistério, sobre as toalhas brancas e os copos de vinho ou água, entre casquinhas de pão e cinzeiros cheios que os garçons rapidamente esvaziavam para que nos sentíssemos limpos. E nos sentíamos.
Por trás do que acontecia, eu redescobria magias sem susto algum. E de repente me sentia protegido, você sabe como: a vida toda, esses pedacinhos desconexos, se armavam de outro jeito, fazendo sentido. Nada de mal me aconteceria, tinha certeza, enquanto estivesse dentro do campo magnético daquela outra pessoa. Os olhos da outra pessoa me olhavam e me reconheciam como outra pessoa, e suavemente faziam perguntas, investigavam terrenos: ah você não come açúcar, ah você não bebe uísque, ah você é do signo de Libra. Traçando esboços, os dois. Tateando traços difusos, vagas promessas.
Nunca mais sair do centro daquele espaço para as duras ruas anônimas. Nunca mais sair daquele colo quente que é ter uma face para outra pessoa que também tem uma face para você, no meio da tralha desimportante e sem rosto de cada dia atravancando o coração. Mas no quarto, quinto dia, um trecho obsessivo do conto de Clarice Lispector “Tentação” na cabeça estonteada de encanto: “Mas ambos estavam comprometidos.
Era isso — aquela outra vida, inesperadamente misturada à minha, olhando a minha opaca vida com os mesmos olhos atentos com que eu a olhava: uma pequena epifania. Em seguida vieram o tempo, a distância, a poeira soprando. Mas eu trouxe de lá a memória de qualquer coisa macia que tem me alimentado nestes dias seguintes de ausência e fome. Sobretudo à noite, aos domingos. Recuperei um jeito de fumar olhando para trás das janelas, vendo o que ninguém veria.
Atrás das janelas, retomo esse momento de mel e sangue que Deus colocou tão rápido, e com tanta delicadeza, frente aos meus olhos há tanto tempo incapazes de ver: uma possibilidade de amor. Curvo a cabeça, agradecido. E se estendo a mão, no meio da poeira de dentro de mim, posso tocar também em outra coisa. Essa pequena epifania.
CAIO FERNANDO ABREU
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O CORAÇÃO QUE RIR
A tua vida é a tua vida
Não a deixes ser dividida em submissão fria.
Está atento
Há outros caminhos,
Há uma luz algures.
Pode não ser muita luz mas
vence a escuridão.
Está atento.
Os deuses oferecer-te-ão hipóteses.
Conhece-las.
Agarra-las.
Não podes vencer a morte mas
podes vencer a morte em vida, às vezes.
E quanto mais o aprendes a fazê-lo,
mais luz haverá.
A tua vida é a tua vida.
Memoriza-o enquanto a tens.
És magnífico.
Os deuses esperam por se deliciarem
em ti.
(Tradução de Tiago Nené)
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE,
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PASSAGEM DO ANO
O último dia do ano
Não é o último dia do tempo.
Outros dias virão
E novas coxas e ventres te comunicarão o calor da vida.
Beijarás bocas, rasgarás papéis,
Farás viagens e tantas celebrações
De aniversário, formatura, promoção, glória, doce morte com sinfonia
E coral,
Que o tempo ficará repleto e não ouvirás o clamor,
Os irreparáveis uivos
Do lobo, na solidão.
O último dia do tempo
Não é o último dia de tudo.
Fica sempre uma franja de vida
Onde se sentam dois homens.
Um homem e seu contrário,
Uma mulher e seu pé,
Um corpo e sua memória,
Um olho e seu brilho,
Uma voz e seu eco.
E quem sabe até se Deus...
Recebe com simplicidade este presente do acaso.
Mereceste viver mais um ano.
Desejarias viver sempre e esgotar a borra dos séculos.
Teu pai morreu, teu avô também.
Em ti mesmo muita coisa, já se expirou, outras espreitam a morte,
Mas estás vivo. Ainda uma vez estás vivo,
E de copo na mão
Esperas amanhecer.
O recurso de se embriagar.
O recurso da dança e do grito,
O recurso da bola colorida,
O recurso de Kant e da poesia,
Todos eles... e nenhum resolve.
Surge a manhã de um novo ano.
As coisas estão limpas, ordenadas.
O corpo gasto renova-se em espuma.
Todos os sentidos alerta funcionam.
A boca está comendo vida.
A boca está entupida de vida.
A vida escorre da boca,
Lambuza as mãos, a calçada.
A vida é gorda, oleosa, mortal, sub-reptícia.
Carlos Drummond de Andrade
quarta-feira, 14 de dezembro de 2016
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ANTROPOFAGIA VIRTUAL
PORQUE MINHA VIDA NÃO É INTERESSANTE POSTO TUDO QUE FAÇO.
Se posto, logo existo.
Se NÃO posto, nada sou.
Por ser idiota faço da minha existência um diário online. Sou psicologicamente desequilibrada, passei da exposição saudável para o completo narcisismo. Sou dependente de likes, joinhas, comentários fúteis e afins. Somente dessa forma me sinto aprovada pelas outras pessoas.
Também gosto de frases feitas e fazer muito barulho por nada.
NÃO GUARDO MINHAS MÁGOAS PARA MIM, PRECISO PUBLICAR.
Como uma mula dou coices cibernéticos em pessoas que não exponho os nomes nas postagens. Tudo para aumentar o mistério da minha ANTROPOFAGIA VIRTUAL.
Ás vezes escrevo no Face: ‘estou triste’ ou ‘estou feliz’ abrindo um espaço para outros intervirem e interpretarem da maneira que bem entenderem". MAS NEM TODAS AS PESSOAS QUE TENHO NO FACEBOOK SÃO REALMENTE MINHAS AMIGAS.
Hashtags resumem minha identidade pessoal, um elemento a mais para hiperexposição sem graça. Minhas fotografias aparentemente espontâneas,de momentos de descontração, são na verdade a montagem do personagem perfeito, tornando minha vida um evento. Meu big brother.
POR FIM APELO PARA SUA COMOÇÃO:tenham pena de mim, pois como um drogado inveterado preciso disso. Preciso que você me diga quem sou, já que meu maior envolvimento afetivo é com as redes sociais, o resto é fake.
JAQUELINE RAMIRO
sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
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PRESERVAR Á VIDA É PRESERVAR A NÓS MESMOS
VIDA é algo extraordinário, talvez a maior prova da existência de Deus. Uma divindade que se manifesta por meio da natureza e do equilíbrio entre os seres. Sempre que possível toda vida deve ser poupada. Não importa se humana, animal ou planta.
O homem de bem teme a força criadora do universo e respeita à vida, pois em cada ser que caminha ou rasteja sobre a Terra, existe uma centelha divina.
segunda-feira, 26 de setembro de 2016
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VOCÊ CONSEGUE VIVER SEM DROGAS LEGAIS?
Como Pedro descobriu que tinha se tornado uma
“máquina humana” – ou um “bombado psíquico”.
E como sua história fala do nosso tempo e de muitos de nós.
Pedro – o nome é fictício porque ele não quer ser identificado – é um cara por volta dos 40 anos que adora o seu trabalho e é reconhecido pelo que faz. É casado com uma mulher que ama e admira, com quem tem afinidade e longas conversas. Juntando os fundos de garantia e algumas economias os dois compraram um apartamento anos atrás e o quitaram em menos de um ano.
Este é o segundo casamento dele, e a convivência com os dois filhos do primeiro é constante e marcada pelo afeto. Ao contrário da regra nesses casos, a relação com a ex-mulher é amigável. Pedro tem vários bons amigos, o que é mais do que um homem pode desejar, acha ele, porque encontrar um ou dois bons amigos na vida já seria o bastante, e ele encontrou pelo menos uns dez com quem sabe que pode contar na hora do aperto. A vida para Pedro faz todo sentido porque ele criou um sentido para ela.
Ótimo. Ele poderia ser personagem de uma daquelas matérias sobre sucesso, felicidade e bem-estar. Mas há algo estranho acontecendo. Algo que pelo menos Pedro estranha. Há dois anos, Pedro toma Lexapro (um antidepressivo), Rivotril (um ansiolítico, tranquilizante) e Stilnox (um hipnótico, indutor de sono). Dou os nomes dos remédios porque os psicofármacos andam tão populares que se fala deles como de marcas de geleia ou tipos de pão. E o fato de nomes tão esquisitos estarem na boca de todos quer dizer alguma coisa sobre o nosso tempo.
Pedro conta que a primeira vez que tomou antidepressivo, anos atrás, foi ao perder uma pessoa da família. A dor da perda o paralisou. Ele não conseguia mais trabalhar. Queria ficar quieto, em casa, de preferência sem falar com ninguém. Nem com a sua mulher e com os filhos ele queria conversar. Pedro só queria ficar “para dentro”. E, quando saía de casa, sentia um medo irracional de que algo poderia acontecer com ele, como um acidente de carro ou um assalto ou ser atingido por uma bala perdida.
Ele mesmo pediu indicação de um bom psiquiatra a uma amiga que trabalha na área. Pedro sentia que estava afundando, mas temia cair na mão de algum charlatão do tipo que receita psicofármacos como se fossem aspirinas e acredita que tudo que é do humano é uma mera disfunção química do cérebro.
O psiquiatra era sério e competente. Ele disse a Pedro não acreditar que ele fosse um depressivo ou que tivesse síndrome do pânico, apenas estava em um momento de luto. Precisava de tempo para sofrer, elaborar a perda e dar um lugar a ela. Receitou um antidepressivo a Pedro para ajudá-lo a sair da paralisia porque o paciente repetia que precisava trabalhar.
A licença em caso de luto – dois (!!!!) dias, segundo a legislação trabalhista – já tinha sido estendida por um chefe compreensivo. Por Pedro ser muito bom no que faz recebera o privilégio de duas semanas de folga para se recuperar da perda de uma das pessoas mais importantes da vida dele. Pedro não queria “fracassar” nessa volta. E não “fracassou”. Com a ajuda do antidepressivo, depois de algumas semanas ele voltou a produzir com a mesma qualidade de antes. Três meses depois da morte de quem amava, ele já voltara a ser o profissional brilhante.
Pedro tomou o antidepressivo por cerca de um ano, com acompanhamento rigoroso e consultas mensais. Como não agradava nem a ele nem era o estilo do psiquiatra que escolheu, pediu para parar de tomar o remédio. O psiquiatra concordou, e Pedro foi diminuindo a dose da medicação até cessar por completo. Tocou a vida por mais ou menos um ano e meio.
Neste intercurso, ele se tornou ainda mais criativo. Aumentou o número de horas de trabalho, que já eram muitas, porque se sentia muito potente. Pedro multiplicou o seu sucesso, que sempre foi medido por ele não pela quantidade de dinheiro, mas de paixão. E achava que tudo estava maravilhoso até começar a ter insônia. Pedro dormia e acordava, sobressaltado.
Sem conseguir voltar a dormir, pensamentos terríveis passavam pela sua cabeça. Pedro pensava que perderia todo o seu sucesso, a sua possibilidade de fazer as coisas que acreditava e às vezes temia morrer de repente. As noites de Pedro passaram a ser povoadas por catástrofes imaginárias, mas bem reais para ele.
E, toda vez que saía de casa pela manhã, voltara a ter medo de ser atingido por alguma fatalidade, por algo que estaria sempre fora do seu controle.
Algumas semanas depois do início da insônia, Pedro paralisou de novo. Não conseguia trabalhar – e este, para Pedro, era o maior dos pesadelos reais. Voltou ao consultório psiquiátrico e há dois anos toma os três remédios citados. Pedro, que sempre tinha olhado com desconfiança para a prateleira de psicofármacos, começou a achar natural precisar deles para enfrentar os dias e também as noites. “Que mal tem tomar uma pílula para dormir?”, dizia para a mulher, quando ela o questionava. “Ou tomar umas gotas de tranquilizante para não travar o maxilar de tensão? Ou 15 mg de antidepressivo para vencer a vontade de se atirar no sofá e ficar apenas olhando para dentro?” Sua mulher conta que ele parecia o Capitão Nascimento, em “Tropa de Elite”, tomando comprimidos no banheiro e dizendo à esposa: “Isso aqui não tem problema nenhum. Todo mundo faz isso. Não tem problema nenhum”.
Em 2011, Pedro teve momentos em que achou que tudo estava muito bem mesmo. E, se para tudo ficar tão bem era preciso tomar algumas pílulas, não tinha mesmo problema nenhum. Pedro talvez nunca tenha produzido tanto como neste ano e, por conta disso, até ganhou um aumento de salário sem precisar pedir. Mas, às vezes, não com muita frequência, ele se surpreendia pensando que algumas dimensões da sua vida tinham se perdido.
Pedro não tinha mais o mesmo desejo pela sua mulher, e o sexo passou a ser algo secundário na sua vida. Não tinha mais tanto desejo pela sua mulher nem desejo por mulher alguma. “Efeito colateral do antidepressivo”, conformou-se.
Pedro trabalhava tanto que tinha reduzido às idas ao cinema, os encontros com os amigos e a pilha de livros ao lado da cama continuava no mesmo lugar. Ele também tinha perdido o interesse por viagens de lazer com a família, porque estava ocupado demais com seus projetos profissionais.
Pedro constatou que os momentos de subjetividade eram cada vez mais escassos na sua vida. E, embora o trabalho lhe desse muita satisfação, ele tinha eliminado uma coleção de pequenos prazeres do seu cotidiano. Por volta do mês de setembro, Pedro começou a sentir uma difusa saudade dele mesmo que já não conseguia ignorar.
“Devagar eu comecei a perceber que tinha criado uma vida que não podia sustentar sem medicação. E tinha aceitado isso. Como, acho, boa parte das pessoas que conheço e que tomam esse tipo de remédio”, conta. “Eu só consigo fazer tudo o que faço porque tenho essa espécie de anabolizante. Sou um bombado psíquico. Vivo muitas experiências todo dia e não tenho nenhum tempo para elaborar essas experiências, como não tive tempo para elaborar o meu luto. É uma vida vertiginosa, mas é uma vida não sentida.
Às vezes tenho experiências maravilhosas, mas, na semana seguinte, ou na mesma semana, já não me lembro delas, porque outras experiências se sobrepuseram àquela. E sei que só durmo porque engulo pílulas, só acordo porque engulo pílulas. Só suporto esse ritmo porque engulo pílulas. Até pouco tempo atrás eu achava que tudo bem, então eu ficaria tomando pílulas pelo resto da vida. Em vez de mudar meu cotidiano para que ele se tornasse possível, eu passei a esticar meus limites porque sabia que podia contar com os medicamentos e, se voltasse a cair, me iludia que bastaria aumentar a dose. Eu me tornei uma equação: Pedro + medicamentos.
Aos poucos, porém, comecei a perceber que não é essa vida que eu quero para mim. Tem algo errado quando a vida que você inventou para você só é possível porque você toma três comprimidos diferentes para poder vivê-la. E, talvez, daqui a pouco, eu esteja tomando Viagra para ter desejo pela mulher que amo. Isso aos 40 anos. E, com o tempo, os efeitos colaterais desses remédios vão causar, pelo prolongamento do uso, doenças em outras partes do meu corpo.
Eu sei que muita gente, como eu, já se habituou a achar que é normal viver à custa de pílulas. Mas, se você parar para pensar, isso é uma loucura. Isso, sim, é doença. E os médicos estão nos mantendo doentes, mas produtivos, usando os remédios para ajustar a máquina a um ritmo que a máquina só vai aguentar por um certo tempo. De repente, percebi que eu era uma máquina humana.
E que eu estava usando remédios legais como se fossem cocaína e outras drogas criminalizadas. E o mais maluco é que todo mundo acha que tenho uma vida invejável e que está tudo ótimo comigo. Por serem drogas legais, por causa da popularização de coisas como depressão e síndrome do pânico, todo mundo acha normal eu tomar pílula para ter coragem de sair da cama de manhã e pílula para conseguir dormir sem ter medo de morrer no meio da noite. De repente, me caiu a ficha, e eu comecei a enxergar que estamos todos loucos, a começar por mim. Loucos por achar que isso é normal.”
Com a autorização de Pedro, procurei o psiquiatra dele para uma conversa. É um profissional inteligente e sério. E foi de uma honestidade rara. Perguntei a ele porque receitava psicofármacos para gente como Pedro. “Porque vivemos num mundo em que as pessoas não têm tempo para elaborar o que é do humano. Muitas vezes eu me deparo com essa situação no consultório. Vejo uma pessoa ali me pedindo antidepressivo porque não consegue mais trabalhar, não consegue mais tocar a vida.
Eu sei que ela não consegue mais trabalhar nem tocar a vida porque é a sua vida que se tornou impossível, porque precisa de um tempo que não tem para elaborar o vivido. É óbvio que não é possível, por exemplo, elaborar um luto ou uma separação em uma semana e seguir em frente como se nada tivesse acontecido.
Assim como não é possível viver sem dúvidas, sem tristezas, sem frustrações. Tudo isso é matéria do humano, mas o ritmo da nossa vida eliminou os tempos de elaboração. Essa pessoa não é doente – é a vida dela que está doente por não existir espaço para vivenciar e elaborar o que é do humano.
Só que esse cara precisa trabalhar no dia seguinte e produzir bem ou vai perder o emprego. Então eu dou o antidepressivo e faço um acompanhamento sério, com psicoterapia, para que esse cara possa dar um jeito na vida e parar de tomar remédios.
É um dilema e não tem sido fácil lidar com ele, mas é neste mundo que eu exerço a profissão de psiquiatra. Porque no tratamento da depressão, de verdade, a doença, de fato, é muito difícil obter resultados, mesmo com os medicamentos atuais. Assim como outras doenças psíquicas, quando são doenças mesmo.
Os resultados são muito mais lentos – e às vezes não há resultado nenhum. A maioria das pessoas que estamos medicando hoje não é doente. E por isso o resultado é rápido e parece altamente satisfatório. Estas pessoas só precisam dar conta de uma vida que um humano não pode dar conta.”
Pedro, que nunca foi adepto das famosas resoluções de Ano-Novo, desta vez se colocou uma que talvez seja a empreitada mais difícil que já enfrentou.
“Estou reduzindo progressivamente a dose dos medicamentos e vou parar até março.
Minha meta, em 2012, e talvez leve muitos réveillons para conseguir alcançar isso, é criar uma vida possível para mim. Uma vida e uma rotina que meu corpo e minha mente possam dar conta, uma vida em que seja possível aceitar os limites e lidar com eles, uma vida em que eu tenha tempo para sofrer e elaborar o sofrimento, e tempo para usufruir das alegrias e dos pequenos prazeres e da companhia dos que eu amo.
Sei que vai ter um custo, sei que vou perder coisas e talvez tenha até de mudar de emprego, mas acho que vai valer a pena. Não quero mais uma mente bombada, nem ser uma máquina bem sucedida. Quero só uma vida humana.”
Torço por Pedro, torço por nós.
ELIANE BRUM
sexta-feira, 23 de setembro de 2016
Martin Luther King,
pensamento,
perda,
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EU TAMBÉM SOU VÍTIMA DOS SONHOS ADIADOS...
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016
emoção,
sentimento,
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AS MELHORES COISAS DA VIDA
terça-feira, 7 de julho de 2015
anjo,
música,
respiração,
sade,
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RESPIRAÇÃO BOCA A BOCA
Devia haver um anjo ao meu lado
Alguma coisa celestial conduziu-me até você
Olhe para o céu
É a cor do amor
Devia haver um anjo ao meu lado
Alguma coisa celestial desceu lá de cima
Ele me conduziu até você
Ele me conduziu até você
Ele construiu uma ponte para o seu coração
O caminho todo
Quantas toneladas de amor por dentro
Eu não sei dizer
Quando eu fui conduzida até você
Eu soube que você era o único para mim
Eu juro que o mundo inteiro podia sentir meu coração
batendo
Quando eu coloquei meus olhos em você
Ai ai ai
Você me envolveu toda
Na cor do amor
Você me deu o beijo da vida
Beijo da vida
Você me deu um beijo que é como
Respiração boca a boca
Não estava claro desde o começo?
Olhe o céu, está cheio de amor
Sim, o céu está cheio de amor
Ele construiu uma ponte para o seu coração
O caminho todo
Quantas toneladas de amor por dentro
Eu não sei dizer
Você me deu o beijo da vida
Beijo da vida
Você me deu um beijo que é como
Respiração boca a boca
Você me envolveu toda na cor do amor
Deve ter sido um anjo que desceu do céu
Dando-me amor, sim
Dando-me amor, sim
Você me deu o beijo da vida
Beijo da vida
Você me deu o beijo da vida
Beijo da vida
Nota - Kiss of life - literalmente beijo da vida, mas significa "repiração boca a boca"
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
banco,
Nelson Freitas,
presente,
reflexão,
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BANCO DA VIDA
Imagina se um banco deposita todos os dias R$ 86 400 e que você deveria gastar no longo no dia, pois no final do dia tudo seria zerado e no dia seguinte mais R$ 86 400 seria depositado.
Todos nós somos clientes desse banco e esse banco se chama TEMPO.
Deus no dá 86 400 minutos para ser vivido da melhor maneira possível, amando, aprendendo, ensinando, caindo, levantando...VIVENDO.
Que pra você saber o valor de um ano, você pergunta para um garoto que repetiu de ano.
Para saber de um mês, você pergunta para uma mulher que teve seu filho prematuro,
De uma semana, pergunte ao editor de um jornal semanal,
Pra saber um valor de uma hora pergunte para os apaixonados que não veem a hora de se encontrarem,
Pra saber o valor de um minuto pra quem perdeu um avião, de um segundo pra quem conseguiu evitar um acidente de trânsito, pra saber o valor de um milésimo de segundo pergunte a um atleta que ganhou uma medalha de prata nas olimpíadas....
Por isso não desperdice seu tempo, ele é o seu bem mais precioso e com ele que você vai compartilhar com as pessoas que você mais ama, seus filhos, sua esposa, marido, amigos, avós, e a gente só se dá conta quando a gente perde...
“Eu tinha tanto beijo pra dar, tanto abraço”... A gente tem que viver o AGORA, o ontem é história, o amanhã um mistério, e o hoje é uma dádiva.
Por isto se chama presente.
quarta-feira, 26 de novembro de 2014
auto-analise,
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PEQUENO MANUAL DA VIDA MAL RESOVIDA
Eu estou em crise. Assim como a economia europeia, a Síria ou a política de combate a enchentes no Rio. Em épocas assim, as pessoas perguntam o que está acontecendo, como tudo começou, qual a perspectiva de melhora.
Contando a mesma história para muita gente e passando a vida a limpo, numa espécie de sessão de terapia contínua, o resultado pode ser bastante confuso: não percebi o que estava acontecendo? Errei? Não me controlei? Não sou madura o suficiente?
De todo esse período, venho sistematizando algumas ideias, que vão contra a corrente dos livros de autoajuda, mas que me parecem mais atadas à minha realidade do que pregam os gurus do autocontrole e da “vida bem resolvida” (e aqui crio uma rima pobre por falta de sinônimo melhor para a expressão). Eu não espero que você, caro leitor, concorde com todas – nem mesmo com uma delas. O objetivo deste texto, assim como todos os outros deste blog, acredito, é compartilhar pensamentos e propor reflexões. Certo ou errado não são os tópicos aqui.
“É preciso ser forte”: como disse uma amiga minha, eu quero é ser fraca. Chorar, sofrer, desabafar fazem parte das rotinas humanas e não é vergonha nenhuma dizer que a dor está muito forte e que está difícil de segurar. Deixar lágrimas escorrerem em público, querer passar um dia triste, sentir que está sem chão naquele momento não fazem de você uma pessoa frágil e que não agradece pelos inúmeros momentos de felicidade que vive.
Do mesmo jeito que o corpo dá sinais de alerta, com dores, para nos dizer que há algo errado, nossa mente e nossas emoções mostram que há pontos complicados na vida. E, assim como o físico, não há cura para tudo – mas também há sempre algo que ajuda a diminuir o peso. Em todos os casos, buscar tratamento – e ser firme nele, até os últimos recursos – também é sempre possível.
“Viver não é complicado. Somos nós que complicamos a vida”: mentira deslavada (ou sem-vergonha, que é um sinônimo mais saboroso, mas muito menos conhecido da palavra). Viver é complicado, sim. Amar alguém, e ser amado por ela, não torna as relações fáceis. Escolher uma profissão e gostar do que faz não evita que queiramos jogar a toalha às vezes. Amar os filhos não anula erros na criação. Amar os pais não impede que possamos ofendê-los quando queremos que eles se cuidem. Ver avós morrendo, seguindo a trajetória natural da vida, não torna a separação menos sofrida. Somos bichos complicados, inseguros, com medo de fazer escolhas erradas, traumatizados pelos eventos do passado. Isso implica que vamos errar, ferir, ofender, distorcer, recuar, mudar, tantas vezes quantas forem necessárias no meio do caminho.
Pedir desculpas não vai adiantar, mas também mal não irá fazer. Dizer que aquilo serviu de aprendizado para não fazer de novo é meia verdade, porque sempre podemos errar novamente – mas, como meia verdade, isso também tem, obviamente, seu lado genuíno.
“Seja firme nas suas decisões”: não sei se acontece com todos, mas às vezes eu passo longos minutos olhando o cardápio, penso seriamente em que prato pedir, faço a escolha confiante e, quando chega a refeição, percebi que me enganei: o molho não era o que eu pensava. Seria ótimo se longos momentos de reflexão garantissem a decisão mais acertada, mas, se isso não é assim nem com a comida, que dirá com as emoções, com as relações, com os gostos.
Eu detecto em minha vida algumas certezas: amo algumas pessoas, aprecio fazer determinadas coisas, quero cumprir certos objetivos (de vida profissional e de mudança ou evolução de personalidade). São pontos que não têm mudado com o tempo, mas, para continuarem assim, elas precisam ser cultivadas a cada novo dia. Então, eu não sou firme com as minhas decisões: eu as repito todo dia. Entende a diferença?
“Mantenha o autocontrole”: adoraria ser capaz disso, o tempo todo. Se algum leitor consegue, por favor, avise. Eu busco evoluir, e nesse período crítico passei por várias situações em que gostaria de ter tido a esperteza de me enfiar em um buraco e esperar a raiva e o desespero passarem antes de fazer alguma coisa. Estou cotidianamente buscando melhorar nesse sentido, mas confesso que retrocedo várias vezes ou cometo o mesmo erro outras tantas, ainda que eu reflita, ore, faça terapia, escreva sobre isso…
Se houver algum ser humano que consiga nunca dar uma resposta mais seca; nunca dizer algo desnecessário e que machuque; ou mesmo nunca hesitar em dizer o que tem de ser dito no momento, por favor, me ensine o caminho.
Se houver um modo mais fácil de ser humano, imperfeito, emotivo, confuso e inseguro, serei a primeira a segui-lo. No momento, apenas sigo sendo humana, ciente do que é sê-lo, mas sem a certeza de que conheço tudo da minha própria humanidade.
JULIANA DORETTO
domingo, 26 de outubro de 2014
doenças,
DRÁUZIO VARELLA,
pessoas,
relacionamento,
saudável,
sentimento,
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SE NÃO QUISER ADOECER FALE SEUS SENTIMENTOS
Emoções e sentimentos que são escondidos, reprimidos, acabam em doenças como gastrite, úlcera, dores lombares, dor na coluna.
Com o tempo, a repressão dos sentimentos, a mágoa, a tristeza, a decepção degenera até em câncer.
Então, vamos confidenciar, desabafar, partilhar nossa intimidade, nossos desejos, nossos pecados.
O diálogo, a fala, a palavra é um poderoso remédio e poderosa terapia.
Se não quiser adoecer - "tome decisão".
A pessoa indecisa permanece na dúvida, na ansiedade, na angústia.
A indecisão acumula problemas, preocupações, agressões.
A história humana é feita de decisões. Para decidir, é preciso saber renunciar, saber perder vantagens e valores para ganhar outros.
As pessoas indecisas são vítimas de doenças nervosas, gástricas e problemas de pele.
Se não quiser adoecer - "busque soluções".
Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas. Preferem a lamentação, a murmuração, o pessimismo.
Melhor acender o fósforo que lamentar a escuridão. Somos o que pensamos. O pensamento negativo gera energia negativa que se transforma em doença.
Pequena é a abelha, mas produz o que de mais doce existe.
Se não quiser adoecer - "não viva sempre triste".
O bom humor, a risada, o lazer, a alegria, recuperam a saúde e trazem a vida longa. A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive.
Se não quiser adoecer - "não viva de aparências".
Quem esconde a realidade, finge, faz pose, quer sempre dar a impressão de estar bem, quer mostrar-se perfeito, bonzinho etc. Está acumulando toneladas de peso... Uma estátua de bronze, mas com pés de barro.
Se não quiser adoecer - "aceite-se".
A rejeição de si próprio, a ausência de auto-estima faz com que sejamos algozes de nós mesmos. Ser eu mesmo é o núcleo de uma vida saudável.
DRÁUZIO VARELLA
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