2c6833b0-77e9-4a38-a9e6-8875b1bef33d diHITT - Notícias Sou Maluca Sim!: O LADO B DO PCdoB parte3
terça-feira, 29 de maio de 2012

O LADO B DO PCdoB parte3


Minha filiação ao PCdoB

Em razão de ter obtido certa popularidade, recebi convite para integrar o grêmio da escola. Recusei, por receio de não conseguir agrupar mais essa responsabilidade em minhas atividades diárias.

Estudar e trabalhar não é nada fácil. No entanto sempre que possível participava de tudo.

Aos 16 anos de idade Eu estava cursando o técnico em contabilidade, no que na época chamávamos de 2°grau, na Escola Técnica estadual Oscar Tenório. Aquele ano foi de grande agitação política, principalmente em questões ligadas ao município e estado do Rio de Janeiro. È comum que isso aconteça em anos de eleições.

Cheguei ao colégio e havia um verdadeiro comitê convidando os alunos para uma manifestação no centro da cidade com as conhecidas reivindicações:

Melhorias para as escolas, melhores salários para os professores...

Os organizadores eram meus colegas de grêmio, a maioria filiada ao PCdoB.

Entre a confusão e o aglomerado de alunos, Não pensei duas vezes e entrei no ônibus arrastando comigo todos os colegas que consegui encontrar.

No centro do Rio do Janeiro me deparei com um mar de gente, sendo a maioria estudantes secundaristas. Carro de som, como os usados nas micaretas, palavras de ordem e hinos cantados a exaustão.

Faixas, bandeiras vermelhas sendo agitadas. Adesivos colados no próprio corpo e no que aparecesse pela frente. Papeis e mais papeis lançados ao ar, sendo passados de mãos em mãos. Impossível não se deixar contagiar.

Caminhamos e cantamos seguindo a canção...

Debaixo do sol forte, mas tudo estava valendo a pena. Ou melhor, tudo vale muito a pena. Quando se tem a juventude a favor, nada nos desanima.

Depois de alguns minutos chegamos ao Palácio Tiradentes. Junto a mais 5 ou 6 colegas tive autorização para ultrapassar um bloqueio improvisado feito pelos próprios manifestantes e subi a escadaria.

Talvez vocês achem bobo, mas esse momento me emociona até hoje pela sua significância.

Os membros do MST (movimento dos sem terra) estavam posicionados nas escadas, uns ao lado dos outros e nós os estudantes, misturando-se a eles demos às mãos.

Dado o momento inevitavelmente lembrei de uma tia que infelizmente depois de muita luta e sofrimentos junto ao MST, foi enrolada por aproveitadores e não pode ficar com as terras conquistadas. Como era triste e ao mesmo tempo bonito as experiencias vividas por ela na sua luta por dignidade.

Conheço inúmeras criticas ao movimento dos sem terra, não vou discutir sobre isso. O que desejo salientar é que as pessoas do MST, ali presentes na manifestação tinham um propósito real. Eram verdadeiramente pobres. Algumas se encontravam descalças e a maioria tinha o rosto queimado e marcado pela longa exposição ao sol. Suas mãos eram incrivelmente calejadas.

Como sou chorona por natureza, lembrando toda a trajetória de minha família, me contive para não chorar.

Passada mais de hora ali, cansados, todos nos sentamos. Então, um colega de nome Raphael e outro que chamávamos de Faqui me passaram a fixa de filiação do PCdoB, preenchi na mesma hora sentada nas escadarias do Palácio Tiradentes.

Paz, Terra e Pão”

Links indicados:

O LADO B DO PCdoB parte2

O LADO B PCdoB PARTE4


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