Rio de Janeiro, 11 de abril de 2012
"Ou se é Comunista, ou se é militante do PCdoB. Bem, como todos sabem sou Comunista e sempre serei"
No momento em que escrevo essas linhas ainda sou militante do PCdoB, mas provavelmente quando os Senhores estiverem lendo eu não serei mais. E para eu será o mesmo que ganhar carta de alforria.
Passei 12 anos de minha vida dedicados ao Partido Comunista do Brasil. Como muitos outros militantes eu tinha em meu coração a utopia de querer mudar o mundo, criar uma nova ordem social mais humana e igualitária. Mas ao final do processo descobri que a igualdade tantas vezes mencionadas em inflamados discursos de assembléias e convenções partidárias eram apenas blefes, para os menos esclarecidos e principalmente para o convencimento daqueles que como eu são mais pobres.
Ainda estou em choque por todos os absurdos que presenciei e outros que tomei conhecimento, sendo assim, perdoem-me se em muitos momentos Eu vier a extrapolar em sentimentalismo.
Digo aos corruptos ordinários dirigentes do PCdoB, que infelizmente mesmo diante de montantes e mais montantes de dinheiro não consegui por minha dignidade a venda.
Canalhas peguem o dinheiro que vocês desviaram do CEPERJ e enfiem nos seus próprios rabos, principalmente os senhores João Carlos de Carvalho e Carlos Anjos Estrela. Canalhas!
Todo político tem uma história triste para contar é uma forma de forçar a simpatia do eleitor. Ao ser candidata a deputada estadual em 2010, não precisei inventar a minha, a vida se encarregou disso por mim.
Minha criação foi dada por meus avôs maternos, dois nordestinos que tenho a mais profunda admiração. Ambas foram bóias frias, mas minha avó Maria (conhecida como D.Mocinha) não gosta muito que falemos sobre isso. O que eu tenho a dizer aos Senhores é que meu avô João foi um entre esses muitos brasileiros, de costas cortadas pela palha da cana. Se eu fosse contar aqui, a começar pela seca nordestina, todos as dificuldades que esse casal superou ao longo da vida, teria de reescrever algo como a Odisséia. O importante é que mesmo diante das maiores dificuldades fui criada por pessoas dignas e seus exemplos foram passados a minha pessoa.
Hoje os dirigentes do PCdoB principalmente do Estado do Rio de Janeiro tentam humilhar-me tendo por alvo principal a minha origem e posição social, porém jamais conseguirão. Não me envergonho de ser negra, menos ainda de ser pobre filha e neta de nordestinos. Tenho orgulho de onde vim e da criação que recebi. Meus avôs quase sem nenhuma instrução, Sem sequer sonharem com o mundo acadêmico me passaram lições que muitos dos nossos governantes deviriam ter aprendido:
antes de tudo, humildade e respeito ao próximo.
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Obrigada pela sua opinião e um grande abraço de Jaqueline Ramiro/blog Sou Maluca Sim!