O Brasil carrega até hoje a triste marca de ser o ultimo pais do mundo a abolir a escravidão.
Quanto vale ou e por quilo? Pergunta comum para quem frequenta o comércio varejista, mas para a nossa reflexão o produto referido aqui e, a carne humana e negra.
Na produção de Quanto Vale ou e por Quilo, apesar de longa, intercala momentos comuns vivenciados por pretos no passado de escravidão negra no Brasil e momentos do presente, o que da uma certa velocidade e leveza ao filme, principalmente para quem e jovem e não tem paciência para ver filmes de conteúdo histórico e filmagens contínuas.
No período escravista investir na aquisição de negros era um negócio caro, porém muito lucrativo. Por mais de três século o comércio de negros foi a base de sustentação do nosso país, não apenas pelo seu valor como peça, mas pelos serviços que esses realizavam; desde abertura de estradas, a limpeza de dejetos (fezes) dos homens brancos. Possuir muitos negros era um marcador de status social.
E no presente quem são os negros do Brasil? Onde estão e quanto valem para o mercado?
INDÚSTRIA DA SOLIDARIEDADE
Nesse sentido, o filme pega por base moradores de comunidade pobre que desenvolvem suas vidas normalmente, sendo a maioria mestiços, já que o negro brasileiro possui a peculiaridade de ter sofrido grande miscigenação com outros povos. Envolvidos nesse contexto de moradores de favela, vemos uma rede composta por empresários, políticos e outros representantes das classes sociais mais abastadas, fazendo proveito das misérias e necessidades dos moradores- utilizando-se de Ongs e projetos que seriam de cunho filantrópico para conseguirem verbas do governo, financiamentos, patrocínios de particulares e empresas, mão de obra barata (muitas vezes gratuita) e, é claro, realizar a boa e velha lavagem de dinheiro. Sendo que nesse caso o retorno desses empreendimentos é quase nulo para a comunidade que realmente precisa desses espaços.
Desejo salientar outro aspecto tomado pelo filme- o negro como algoz do próprio povo. No passado mostra o preto, ou mestiço que chega a ter escravos para si. E aqueles que se associam aos brancos escravistas em troca de dinheiro ou favores, também assumindo papel de algozes- contradizendo a ideia de solidariedade existente entre os negros. No presente há aqueles que realizam o mesmo tipo de associação, mas por meio de milícias e justiceiros, partidos pólicos, e certos "centros comunitários", que de comunitários levam apenas o nome e a ilusão daqueles que por infortúnio os frequentem em meio a tantos jogos de interesses.
Muito bom o filme. Abrangente e polêmico na medida certa.
Como é dito em famoso refrão de musica interpretada por Elza Soares - A CARNE MAIS VENDIDA NO MERCADO E A CARNE NEGRA.
O vídeo algumas vezes demora um pouquinha para carregar (depende da sua internet). depois é só clicar no Play grande no centro da tela. Desculpem, mas foi o único lugar que consegui encontrar, completo e em perfeito estado para compartilhar com vocês. A Matrix não é brincadeira.
#ppafrorio
#ppafro
#umquilomboprogressista
#JaquelineRamiro
1 comentários:
Eu tenho esse filme, é muito importante porque ele pega fatos pesquisados no Arquivo Nacional sobre a época da escravidão, é uma parte importante da nossa história e que tem muito a nos ensinar.
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Obrigada pela sua opinião e um grande abraço de Jaqueline Ramiro/blog Sou Maluca Sim!