Não sou escritora. Não sei jogar com as palavras, muito menos uso palavras difíceis que levam as pessoas a procurarem o seu significado. Não faço rimas, cometo erros de português e concordância, uso abreviações, e coloco vírgulas onde não precisa. Não procuro me inspirar pra escrever e pra quem não sabe, todos os dias eu escrevo pouco antes antes de postar. Admiro os grandes construtores de versos e frases bonitas que eu tive o prazer de conhecer desde que comecei a contar os meus dias sem ele.
Deixo o meu sentimento guiar os meus dedos pelas teclas do meu computador. Um desabafo, só. Sem grandes obras de arte. Um alívio que eu procuro. Calmaria pro coração. Companhia na solidão. Uma busca inconsciente de entender o que acontece comigo, de conhecer aquela que sorri, chora, ama e sente saudades todos os dias.
Eu que escrevo o que sinto, sinto o que escrevo e não sou escritora. Não por falta de um dom, ou talento. Mas talvez por muitas vezes perceber que eu não escrevo pra ninguém além de mim mesma. Eu registro pensamentos e sentimentos meus. Para que eles não se percam nesta grande complexidade que sou. Eu que já fui tantas e das tantas hoje me lembro tão pouco. Eu que já tive tantos e desses tantos lembro quase nada.
Esta que em metamorfose me tornei, me lembro tanto. Percebo finalmente que não quero ser outra além desta e que não quero mais tantos esquecíveis porque finalmente eu encontrei aquele que não se esquece. E escrevo, para que nada seja esquecido, mesmo que se vá. Escrevo um diário de bordo, não um romance, nem uma poesia.
Os dias sem ele. Só um registro de uma não escritora.
Links: PCdoB x MILICIANOS
1 comentários:
Parabéns pelo belo texto. Gostei muito disso:
" E escrevo, para que nada seja esquecido, mesmo que se vá. Escrevo um diário de bordo, não um romance, nem uma poesia."
Muito bom.
abs.
Eloy
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Obrigada pela sua opinião e um grande abraço de Jaqueline Ramiro/blog Sou Maluca Sim!