Dedicado não apenas a analise de assuntos eclesiásticos, mas também a questões como o amor, a morte e a justiça, padre Antonio Vieira.
“Não só ladrões, diz o santo, os que cortam bolsa, ou que espreitam os que se vão banhar, para lhes colher a roupa;
Os ladrões que mais própria e dignamente merecem esse titulo, são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com manha, já com força, roubam e despojam os povos.”
(Trecho do “sermão do bom ladrão”)
“Os Senhores poucos, e os escravos muitos; os Senhores rompendo galas, os escravos despidos e nus; os Senhores banqueteando; os escravos perecendo a fome; os senhores nadando em ouro e prata, e os escravos carregados de ferros; os senhores tratando-os como brutos, os escravos adorando-os e temendo-os como deuses; os Senhores em pé apontando para o açoute, como estátuas da soberba e da tirania os escravos prostrados com as mãos atadas atrás como imagens vilíssimas da servidão,
e espetáculos da estrema miséria.”
(Trecho do “sermão vigésimo sétimo do rosário”)
“Tudo cura o tempo,tudo faz esquecer,
Tudo gasta, tudo digere, tudo acaba.
Atreve-se o tempo as colunas de Mármore, quanto mais a corações de cera? São as afeições como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco que terem durado muito. (...) Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino;
Porque não há amor robusto que chegue a ser velho. De todos os instrumentos com que o armou a natureza, o desarma o tempo.”
(Trecho do “sermão do mandato”)
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Obrigada pela sua opinião e um grande abraço de Jaqueline Ramiro/blog Sou Maluca Sim!