A filosofia tântrica é baseada na consciência corporal e intimidade,
prometendo um orgasmo intenso e mais longo.
“Havia incorporado a ideia de transar para aliviar o estresse em vez de usá-lo para me aproximar do parceiro. Hoje sei me vincular, sustentar uma intimidade.” É assim que a terapeuta corporal Isabelle Moura, 27 anos, relata sua experiência com o sexo tântrico. Profissional formada em técnicas de massagem, ela se especializou no atendimento tântrico há dois anos.
Popularmente conhecida como uma técnica que retarda o orgasmo e potencializa o prazer, o sexo tântrico é mais que isso. A prática proporcionaria um movimento de energia sexual capaz de se expandir e circular pelo corpo, passando pelos canais de energia chamados de chakras. “Não tem qualquer urgência, você aproveita aquilo, se nutre. Isso tira a nossa afobação”, relata Isabelle. De acordo com os praticantes, um orgasmo “tântrico” pode durar mais de uma hora - e com o tempo o organismo aprende a lidar com essa intensidade. Além disso, a sensação tende a ser diferente do sexo comum, porque em vez de expulsar a energia e acabar logo, o prazer se espalha para o resto do corpo. No caso dos homens isso significa que não há ejaculação durante o clímax. Mas nada disso é conquistado em um passe de mágica: exige disposição, treino e um olhar diferente sobre o sexo. O trabalho terapêutico pode ser realizado junto a especialistas em atendimentos individuais, para casais ou em vivências de grupo, e envolve técnicas de respiração e massagens (algumas delas na região genital). Esse processo ajuda na redescoberta do corpo e desenvolve a intimidade das pessoas com a excitação, apontam os profissionais.
Redescoberta do prazer
Quem pratica sexo tântrico também muda os hábitos sexuais e a forma como vê a transa, se desprendendo de imagens, conceitos e atitudes como a do homem dominador, mulher submissa ou esposa responsável pela satisfação sexual do parceiro. “Todos já têm um jeito de fazer a relação sexual, um condicionamento, um vício. Acham que, quanto mais forte o sexo, mais intimidade terão. Mas o afeto é o caminho da relação sexual - e não se vestir de enfermeira ou mulher samambaia”, diz Gabriel Saananda, terapeuta. A excitação, nesse caso, acontece em um processo de relaxamento e não por fetiches, fantasias ou tensão. É menos mental e baseada no toque do outro. “É mais sensorial, refinado. A maioria dos homens ainda é muito machista, e o tantra tira isso”, diz Celi Shakti, terapeuta tântrica. “Você aprende a ter soltura, falar o que deseja”, completa ela.
Para conhecer novas formas de fazer sexo, não são as posições que se tornam fundamentais, mas explorar áreas do corpo e brincar com as sensações usando mais que genitais, mãos e boca. Parte do treinamento, inclusive, consiste em retirar a penetração do sexo. Nesse processo, a pele tem um papel importante, produzindo fluxos e espalhando estímulos pelo corpo. “É o maior órgão que temos. A gente cuida, enche de creme, mas ela está congelada sensorialmente. Não temos uma educação sexual para estimular a pele”, aponta Saananda.
Orgasmo potencializado
No tantra há a possibilidade de atingir um “multiorgasmo”, uma finalização que não deixa o casal cansado, e sim cheio de disposição, como explica Saananda. Treinando a ter pulsos de orgasmo, a sensação é prolongada. “A mulher é capaz de ter vários orgasmos. Tem que aprender a fazer essa energia subir pelo corpo, se abrir e confiar em si mesma”, diz. Assim como ele, Shakti também ressalta a feminilidade do Tantra, já que ele é baseado na energia vital que provém da mulher. Entre os benefícios do tantra estão a consciência corporal e a confiança.
Na vida sexual ele promete ajudar mulheres na menopausa ou com outras dificuldades sexuais, homens que sofrem com ejaculação precoce e impotência. “Foi há muito anos que me encontrei pela primeira vez com uma mulher tântrica que não me deixava ejacular. Para um argentino, engenheiro e com ejaculação precoce foi um susto. Mas deu um clique na minha vida”, conta Saananda.
O trabalho com a energia sexual não beneficia os praticantes apenas entre quatro paredes. Além de melhorar a qualidade dos relacionamentos, o fluxo de energia dá mais vitalidade, disposição e lucidez para todos os momentos do dia, segundo os terapeutas. “Você leva isso na forma de estar no mundo. A energia sexual é a energia vital. Quando você não joga ela fora em uma ejaculação ou orgasmo, muda seu padrão”, diz Saananda. Já Shakti explica que a libido tem que estar presente em todas as áreas da vida, até no trabalho: “O tantra te ensina a ser sensual o tempo todo, seduzir as coisas para você”, aponta. Para Julia Sakamoto, o tantra a ajudou a driblar a timidez e ser mais segura com o próprio corpo. Aos 41 anos, a profissional de estética se aproximou do tantra há três anos e nos últimos sete meses intensificou as terapias. “Com as vivências sei me amar, tocar, me ver como sou. Hoje me olho de corpo inteiro no espelho”, diz ela. O trabalho tântrico a ajudou a quebrar bloqueios sexuais que ela carregava pela religião e formação familiar.
O tantra no dia a dia: Fazer sexo tântrico exige prática e estudos. Mas é possível introduzir um pouco desse conhecimento no seu dia a dia. Os terapeutas tântricos dão dicas para melhorar o sexo: - Sair para jantar e tomar um vinho parece muito romântico, mas o álcool e estômago cheio atrapalham no desempenho - Reserve um momento do seu dia para o sexo, quando não tiver muito cansada ou estressada. É preciso estar disposta e não fazer por obrigação. O horário da manhã é recomendado - Arrume o quarto para fazer massagens um no outro. Brinquem de explorar os corpos digam o que desejam sem receio - Aposte em trilhas sonoras mais femininas ou calmas - Respire fundo no durante, puxando o ar pra dentro em vez de soprando forte para fora. E seja muito feliz!
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Obrigada pela sua opinião e um grande abraço de Jaqueline Ramiro/blog Sou Maluca Sim!