Por: Cassie Murdoch
Você é do
tipo que costuma acordar no meio da noite e conversar mentalmente com você
mesma(o) se perguntando se todo o seu esforço para ser bem-sucedido
profissionalmente vale tanto a pena assim? Bom, então aqui vai uma boa notícia:
não vale. Um novo estudo revela que
pessoas ambiciosas não se saem tão bem assim no fim das contas. Elas
obviamente estudam nas melhores escolas e universidades, e têm carreiras
bem-sucedidas, mas têm níveis baixos de satisfação, além de morrerem mais cedo.
Ufa, agora os menos ambiciosos podem se consolar com o fato de que vão acabar
numa situação melhor do que aqueles “mui amigos” que perseguem o sucesso a
qualquer custo, com o Blackberry sempre em mãos.
Quem foi o
gênio que nos presenteou com tão sábia conclusão? Seu nome é Timothy Judge, e
ele é professor de Administração no Mendoza College of Business da University
of Notre Dame. Em seu artigo, intitulado Sobre o valor das grandes metas: as
causas e consequências da ambição (On the value of aiming high: The causes and
consequences of ambition), que está para ser publicado pelo Journal of applied
psychology, ele nos dá uma ideia melhor de quais são as consequências – tanto
positivas quanto negativas – de se ter ambição. Ele revela que a ambição é, de fato, uma característica estranha. Ela
não é algo que tem um valor claro e absoluto como, por exemplo, a paciência,
mas sim é vista como virtude e vício ao mesmo tempo.
Para
estabelecer como esse complicado conceito de ambição nos afeta, o prof. Judge
acompanhou 717 sujeitos “altamente talentosos” por um período de setenta anos.
Uma vez que as vidas deles mudaram drasticamente desde a infância até a
maturidade, ele usou diversos critérios para mensurar a ambição. Muitos
participantes do estudo estudaram em excelentes instituições, como Harvard e
Yale, mas outros só chegaram a terminar o ensino médio ou cursos universitários
de curta duração. O prof. Judge descobriu que, ao fim e ao cabo, a ambição
realmente nos move a chegar cada vez mais longe.
Diz ele:
“Crianças ambiciosas tinham notas mais altas na escola, e depois entravam em
universidades de renome, tinham empregos cobiçados e ganhavam melhor. Assim,
parece que eles tinham tudo para sentirem-se plenos”.
É nisso que
somos treinados a acreditar, e é assim que provavelmente vamos orientar nossos
filhos e netos: se você ralar muito e se sair bem na escola, vai conseguir tudo
o que sempre sonhou. Na verdade, a coisa não é bem assim. O professor explica
porquê: “Nós determinamos que a ambição
tem pouca importância sobre a satisfação que um sujeito tem com a sua vida,
e um impacto levemente negativo sobre a longevidade (quantos anos se vive).
Desta forma, a conclusão é que as pessoas ambiciosas têm carreiras de maior
sucesso, mas isso não se traduz numa vida mais feliz ou saudável”.
Ahá! Devagar
se vai ao longe, então. Se a coisa mais importante é sentir-se satisfeito com a
própria vida, além de viver pelo maior número de anos possível (desde que dê
para aproveitar o que se tem), então por que desperdiçar tanta energia com a
ambição? Você pode simplesmente relaxar,
se deixar levar e acabar tão bem ou até melhor do que se ficar se estressando o
tempo todo com ser bem-sucedido em tudo o que faz.
É claro que
a ambição não é sempre uma escolha. Para algumas pessoas, seguir a própria
ambição é a única maneira possível de aproveitar a vida. No entanto, para
aqueles que não são nem obcecados com o sucesso e nem completos encostados,
Deus criou a ioga, as redes sociais, o Twitter, o vinho e um monte de outras
coisas que os ajudam a viver o agora e matar o tempo que seria desperdiçado com
o trabalho e a busca pelo sucesso. Quando essas pessoas olharem para trás,
terão a satisfação de ver os tweets que escreveram, as garrafas de vinho que
esvaziaram e a paz que vem com o que de fato realizaram. Enquanto isso, o tonto
que tem uma empresa de tecnologia que vale zilhões de dólares e um escritório
com vista privilegiada vai ser forçado a contemplar toda a riqueza que acumulou
e procurar nela um conforto vazio.
Tradução: Patricia Fincatti
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigada pela sua opinião e um grande abraço de Jaqueline Ramiro/blog Sou Maluca Sim!