Continuação...
No fundo vi uma cama de casal cheia de crianças e nela também tinha uma senhora mulata de olhos vivos e bem castanhos. Ela se inclinou e pediu para que eu fosse até ela. Tive dificuldade de passar por entre as pessoas que estavam no chão e todas apesar de caladas me espiavam. Ela me abraçou, me beijou e sorrindo dizendo:
- essa é a minha neta, minha netinha querida. Eu sabia que ela viria.
Tirou minha sandália e me deitou na cama junto com ela. Não tinha sono, mas como de costume fiquei o mais quieta que podia até o sono chegar. Senti saudade da minha outra avó, mas não chorei. Desde sempre a vida me ensinou a ser forte.
A parti daqui sinto-me obrigada a falar de Theresa minha querida avó. Hoje falecida, mas foi uma das pessoas que Deus colocou no meu destino para me dar e mostrar grandes lições. Poucas pessoas conheci que sofreram tanto como essa mulher, mas ela era de um dignidade sem comparação. Nem o sofrimento, nem a pobreza extrema, ou mesmo os problemas causados pelo alcoolismo do fim de sua vida, foram capazes de anular sua beleza.
Minha vó foi muito querida por todos. Quase nada tinha de seu, mas nuca se negava a prestar ajuda a quem a pedisse. Pouco pude conhecer de seu passado, porém o que pude ficar sabendo me gela o coração. E mesmo assim ela sempre sorria, sempre tinha um abraço, um carinho. E o mais importante para mim. Foi uma das poucas pessoas que tiveram convivência comigo e nunca tentou de alguma forma me prejudicar, me humilhar ou tirar vantagem disso. Acho que minha avó realmente acreditava que eu era uma princesa. Bom, se eu era uma princesa ela era uma rainha.
Na minha próxima passagem contarei o pouco que sei sobre ela.
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Obrigada pela sua opinião e um grande abraço de Jaqueline Ramiro/blog Sou Maluca Sim!