2c6833b0-77e9-4a38-a9e6-8875b1bef33d diHITT - Notícias Sou Maluca Sim!: setembro 2016
sexta-feira, 30 de setembro de 2016 0 comentários

O QUE O INOCENTE "TCHAU" TEM A VER COM ESCRAVIDÃO



Quem não sabe que a interjeição de despedida mais usada no português brasileiro, tchau, veio do italiano ciao – uma palavra ambivalente que, em sua língua original, pode ser empregada tanto com o sentido de “olá” quanto com o de “adeus”?

Consta que essa importação se deu no início do século 20, com possível influência da forma chau usada no espanhol sul-americano: a grafia aportuguesada “tchau” data de algum momento em torno de 1925, segundo o Houaiss – que curiosamente, contrariando seus padrões, não fornece a fonte dessa informação.

Se é famoso o parentesco de tchau com ciao, muito menos conhecida – na verdade, praticamente secreta – é a relação direta que existe no italiano entre as palavras ciao e schiavo, isto é, tchau e escravo. Ciao vem a ser uma variação dialetal de schiavo surgida no Norte da Itália.

A palavra schiavo não é mais nem menos semanticamente pesada do que o português escravo e o inglês slave, entre outros termos da mesma família que se espalharam pelas línguas ocidentais. Todos derivam, naquilo que uma sensibilidade contemporânea classificaria como o mais alto grau da incorreção política, do latim medieval slavus, sclavus. Trata-se da mesma origem do termo eslavo, nome genérico dos habitantes da Europa central e oriental que os povos germânicos escravizaram maciçamente na Idade Média.

Sendo assim, como foi que o termo schiavo, com suas conotações sombrias, veio a se tornar uma saudação jovial e despreocupada em italiano? O que à primeira vista não faz o menor sentido é na verdade de solução simples: ciao é o produto final de uma série de abreviações efetuadas na expressão de cortesia sono suo schiavo (“sou seu escravo”), equivalente à nossa formula “sou seu criado”.


 Sérgio Rodrigues 
segunda-feira, 26 de setembro de 2016 0 comentários

VOCÊ CONSEGUE VIVER SEM DROGAS LEGAIS?



Como Pedro descobriu que tinha se tornado uma
“máquina humana” – ou um “bombado psíquico”.
E como sua história fala do nosso tempo e de muitos de nós.


Pedro – o nome é fictício porque ele não quer ser identificado – é um cara por volta dos 40 anos que adora o seu trabalho e é reconhecido pelo que faz. É casado com uma mulher que ama e admira, com quem tem afinidade e longas conversas. Juntando os fundos de garantia e algumas economias os dois compraram um apartamento anos atrás e o quitaram em menos de um ano. 

Este é o segundo casamento dele, e a convivência com os dois filhos do primeiro é constante e marcada pelo afeto. Ao contrário da regra nesses casos, a relação com a ex-mulher é amigável. Pedro tem vários bons amigos, o que é mais do que um homem pode desejar, acha ele, porque encontrar um ou dois bons amigos na vida já seria o bastante, e ele encontrou pelo menos uns dez com quem sabe que pode contar na hora do aperto. A vida para Pedro faz todo sentido porque ele criou um sentido para ela. 

Ótimo. Ele poderia ser personagem de uma daquelas matérias sobre sucesso, felicidade e bem-estar. Mas há algo estranho acontecendo. Algo que pelo menos Pedro estranha. Há dois anos, Pedro toma Lexapro (um antidepressivo), Rivotril (um ansiolítico, tranquilizante) e Stilnox (um hipnótico, indutor de sono). Dou os nomes dos remédios porque os psicofármacos andam tão populares que se fala deles como de marcas de geleia ou tipos de pão. E o fato de nomes tão esquisitos estarem na boca de todos quer dizer alguma coisa sobre o nosso tempo.

Pedro conta que a primeira vez que tomou antidepressivo, anos atrás, foi ao perder uma pessoa da família. A dor da perda o paralisou. Ele não conseguia mais trabalhar. Queria ficar quieto, em casa, de preferência sem falar com ninguém. Nem com a sua mulher e com os filhos ele queria conversar. Pedro só queria ficar “para dentro”. E, quando saía de casa, sentia um medo irracional de que algo poderia acontecer com ele, como um acidente de carro ou um assalto ou ser atingido por uma bala perdida. 

Ele mesmo pediu indicação de um bom psiquiatra a uma amiga que trabalha na área. Pedro sentia que estava afundando, mas temia cair na mão de algum charlatão do tipo que receita psicofármacos como se fossem aspirinas e acredita que tudo que é do humano é uma mera disfunção química do cérebro.

O psiquiatra era sério e competente. Ele disse a Pedro não acreditar que ele fosse um depressivo ou que tivesse síndrome do pânico, apenas estava em um momento de luto. Precisava de tempo para sofrer, elaborar a perda e dar um lugar a ela. Receitou um antidepressivo a Pedro para ajudá-lo a sair da paralisia porque o paciente repetia que precisava trabalhar. 

A licença em caso de luto – dois (!!!!) dias, segundo a legislação trabalhista – já tinha sido estendida por um chefe compreensivo. Por Pedro ser muito bom no que faz recebera o privilégio de duas semanas de folga para se recuperar da perda de uma das pessoas mais importantes da vida dele. Pedro não queria “fracassar” nessa volta. E não “fracassou”. Com a ajuda do antidepressivo, depois de algumas semanas ele voltou a produzir com a mesma qualidade de antes. Três meses depois da morte de quem amava, ele já voltara a ser o profissional brilhante.

Pedro tomou o antidepressivo por cerca de um ano, com acompanhamento rigoroso e consultas mensais. Como não agradava nem a ele nem era o estilo do psiquiatra que escolheu, pediu para parar de tomar o remédio. O psiquiatra concordou, e Pedro foi diminuindo a dose da medicação até cessar por completo. Tocou a vida por mais ou menos um ano e meio.

Neste intercurso, ele se tornou ainda mais criativo. Aumentou o número de horas de trabalho, que já eram muitas, porque se sentia muito potente. Pedro multiplicou o seu sucesso, que sempre foi medido por ele não pela quantidade de dinheiro, mas de paixão. E achava que tudo estava maravilhoso até começar a ter insônia. Pedro dormia e acordava, sobressaltado. 

Sem conseguir voltar a dormir, pensamentos terríveis passavam pela sua cabeça. Pedro pensava que perderia todo o seu sucesso, a sua possibilidade de fazer as coisas que acreditava e às vezes temia morrer de repente. As noites de Pedro passaram a ser povoadas por catástrofes imaginárias, mas bem reais para ele.

E, toda vez que saía de casa pela manhã, voltara a ter medo de ser atingido por alguma fatalidade, por algo que estaria sempre fora do seu controle.

Algumas semanas depois do início da insônia, Pedro paralisou de novo. Não conseguia trabalhar – e este, para Pedro, era o maior dos pesadelos reais. Voltou ao consultório psiquiátrico e há dois anos toma os três remédios citados. Pedro, que sempre tinha olhado com desconfiança para a prateleira de psicofármacos, começou a achar natural precisar deles para enfrentar os dias e também as noites. “Que mal tem tomar uma pílula para dormir?”, dizia para a mulher, quando ela o questionava. “Ou tomar umas gotas de tranquilizante para não travar o maxilar de tensão? Ou 15 mg de antidepressivo para vencer a vontade de se atirar no sofá e ficar apenas olhando para dentro?” Sua mulher conta que ele parecia o Capitão Nascimento, em “Tropa de Elite”, tomando comprimidos no banheiro e dizendo à esposa: “Isso aqui não tem problema nenhum. Todo mundo faz isso. Não tem problema nenhum”.

Em 2011, Pedro teve momentos em que achou que tudo estava muito bem mesmo. E, se para tudo ficar tão bem era preciso tomar algumas pílulas, não tinha mesmo problema nenhum. Pedro talvez nunca tenha produzido tanto como neste ano e, por conta disso, até ganhou um aumento de salário sem precisar pedir. Mas, às vezes, não com muita frequência, ele se surpreendia pensando que algumas dimensões da sua vida tinham se perdido. 

Pedro não tinha mais o mesmo desejo pela sua mulher, e o sexo passou a ser algo secundário na sua vida. Não tinha mais tanto desejo pela sua mulher nem desejo por mulher alguma. “Efeito colateral do antidepressivo”, conformou-se.

Pedro trabalhava tanto que tinha reduzido às idas ao cinema, os encontros com os amigos e a pilha de livros ao lado da cama continuava no mesmo lugar. Ele também tinha perdido o interesse por viagens de lazer com a família, porque estava ocupado demais com seus projetos profissionais. 

Pedro constatou que os momentos de subjetividade eram cada vez mais escassos na sua vida. E, embora o trabalho lhe desse muita satisfação, ele tinha eliminado uma coleção de pequenos prazeres do seu cotidiano. Por volta do mês de setembro, Pedro começou a sentir uma difusa saudade dele mesmo que já não conseguia ignorar.

“Devagar eu comecei a perceber que tinha criado uma vida que não podia sustentar sem medicação. E tinha aceitado isso. Como, acho, boa parte das pessoas que conheço e que tomam esse tipo de remédio”, conta. “Eu só consigo fazer tudo o que faço porque tenho essa espécie de anabolizante. Sou um bombado psíquico. Vivo muitas experiências todo dia e não tenho nenhum tempo para elaborar essas experiências, como não tive tempo para elaborar o meu luto. É uma vida vertiginosa, mas é uma vida não sentida. 

Às vezes tenho experiências maravilhosas, mas, na semana seguinte, ou na mesma semana, já não me lembro delas, porque outras experiências se sobrepuseram àquela. E sei que só durmo porque engulo pílulas, só acordo porque engulo pílulas. Só suporto esse ritmo porque engulo pílulas. Até pouco tempo atrás eu achava que tudo bem, então eu ficaria tomando pílulas pelo resto da vida. Em vez de mudar meu cotidiano para que ele se tornasse possível, eu passei a esticar meus limites porque sabia que podia contar com os medicamentos e, se voltasse a cair, me iludia que bastaria aumentar a dose. Eu me tornei uma equação: Pedro + medicamentos. 

Aos poucos, porém, comecei a perceber que não é essa vida que eu quero para mim. Tem algo errado quando a vida que você inventou para você só é possível porque você toma três comprimidos diferentes para poder vivê-la. E, talvez, daqui a pouco, eu esteja tomando Viagra para ter desejo pela mulher que amo. Isso aos 40 anos. E, com o tempo, os efeitos colaterais desses remédios vão causar, pelo prolongamento do uso, doenças em outras partes do meu corpo. 

Eu sei que muita gente, como eu, já se habituou a achar que é normal viver à custa de pílulas. Mas, se você parar para pensar, isso é uma loucura. Isso, sim, é doença. E os médicos estão nos mantendo doentes, mas produtivos, usando os remédios para ajustar a máquina a um ritmo que a máquina só vai aguentar por um certo tempo. De repente, percebi que eu era uma máquina humana. 

E que eu estava usando remédios legais como se fossem cocaína e outras drogas criminalizadas. E o mais maluco é que todo mundo acha que tenho uma vida invejável e que está tudo ótimo comigo. Por serem drogas legais, por causa da popularização de coisas como depressão e síndrome do pânico, todo mundo acha normal eu tomar pílula para ter coragem de sair da cama de manhã e pílula para conseguir dormir sem ter medo de morrer no meio da noite. De repente, me caiu a ficha, e eu comecei a enxergar que estamos todos loucos, a começar por mim. Loucos por achar que isso é normal.” 

Com a autorização de Pedro, procurei o psiquiatra dele para uma conversa. É um profissional inteligente e sério. E foi de uma honestidade rara. Perguntei a ele porque receitava psicofármacos para gente como Pedro. “Porque vivemos num mundo em que as pessoas não têm tempo para elaborar o que é do humano. Muitas vezes eu me deparo com essa situação no consultório. Vejo uma pessoa ali me pedindo antidepressivo porque não consegue mais trabalhar, não consegue mais tocar a vida. 

Eu sei que ela não consegue mais trabalhar nem tocar a vida porque é a sua vida que se tornou impossível, porque precisa de um tempo que não tem para elaborar o vivido. É óbvio que não é possível, por exemplo, elaborar um luto ou uma separação em uma semana e seguir em frente como se nada tivesse acontecido. 

Assim como não é possível viver sem dúvidas, sem tristezas, sem frustrações. Tudo isso é matéria do humano, mas o ritmo da nossa vida eliminou os tempos de elaboração. Essa pessoa não é doente – é a vida dela que está doente por não existir espaço para vivenciar e elaborar o que é do humano. 

Só que esse cara precisa trabalhar no dia seguinte e produzir bem ou vai perder o emprego. Então eu dou o antidepressivo e faço um acompanhamento sério, com psicoterapia, para que esse cara possa dar um jeito na vida e parar de tomar remédios. 

É um dilema e não tem sido fácil lidar com ele, mas é neste mundo que eu exerço a profissão de psiquiatra. Porque no tratamento da depressão, de verdade, a doença, de fato, é muito difícil obter resultados, mesmo com os medicamentos atuais. Assim como outras doenças psíquicas, quando são doenças mesmo.




Os resultados são muito mais lentos – e às vezes não há resultado nenhum. A maioria das pessoas que estamos medicando hoje não é doente. E por isso o resultado é rápido e parece altamente satisfatório. Estas pessoas só precisam dar conta de uma vida que um humano não pode dar conta.” 

Pedro, que nunca foi adepto das famosas resoluções de Ano-Novo, desta vez se colocou uma que talvez seja a empreitada mais difícil que já enfrentou. 

“Estou reduzindo progressivamente a dose dos medicamentos e vou parar até março. 
Minha meta, em 2012, e talvez leve muitos réveillons para conseguir alcançar isso, é criar uma vida possível para mim. Uma vida e uma rotina que meu corpo e minha mente possam dar conta, uma vida em que seja possível aceitar os limites e lidar com eles, uma vida em que eu tenha tempo para sofrer e elaborar o sofrimento, e tempo para usufruir das alegrias e dos pequenos prazeres e da companhia dos que eu amo. 
Sei que vai ter um custo, sei que vou perder coisas e talvez tenha até de mudar de emprego, mas acho que vai valer a pena. Não quero mais uma mente bombada, nem ser uma máquina bem sucedida. Quero só uma vida humana.”

Torço por Pedro, torço por nós.

ELIANE BRUM
sexta-feira, 23 de setembro de 2016 0 comentários

EU TAMBÉM SOU VÍTIMA DOS SONHOS ADIADOS...



Eu também sou vítima de sonhos adiados, 
de esperanças dilaceradas, mas, apesar disso, 
eu ainda tenho um sonho, porque a gente não 
pode desistir da vida.

(Martin Luther King)
terça-feira, 20 de setembro de 2016 0 comentários

CRÍTICA SOCIAL EM DESENHO

Em tempos onde os problemas políticos e sociais são delicados, a critica social não poderia ser do mesmo caráter. O artista polonês Pawel Kuczynski realiza desenhos satíricos com o principal objetivo de fazer que o público se auto-questione o porquê de muitas coisas que formam parte do nosso dia-a-dia.

Seus temas vão da vida social à política ou a pobreza, e também se você olhar com atenção às obras, irá notar muitas situações descritas incisivamente e sem palavras…

É preciso parar e refletir um pouco para tentar captar a essência da mensagem que o artista quer nos passar, mas é difícil ficar indiferente à sua obra sem questionarmos os valores predominantes na sociedade atual.
















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GENTILEZA GERA GENTILEZA



Em nosso dia a dia devemos ter muito cuidado com modo que tratamos as pessoas, mesmo aquelas que não simpatizamos devem ser tratadas com respeito. Respeito é bom e todo mundo gosta. E não devemos nos fixar apenas no campo confortável da boa educação, pois da mesma forma que você facilmente percebe hostilidade as outras pessoas, elas detectam a que vem de você. Não adianta ser educado se o tom de voz demonstrar ironia, amabilidade exagerada também pode ser uma grande furada, afinal de contas ninguém é bobo. 

"A maior ignorância de uma pessoa não é na escrita e nem no falar, é não saber tratar seu próximo como você gostaria de ser tratado".(Kleber Chamabrelli)
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CAMINHO



"Se você tiver de parar um pouco, fique sentado. Mas sempre olhando para a frente, nunca para o caminho já percorrido..."

[Provérbio Chinês]
segunda-feira, 12 de setembro de 2016 0 comentários

MENINO DE ILHA



Havia ocasiões em que adormecia sem dormir, numa semiconsciência dos carinhos do vento e da água no meu rosto e nos meus pés. É que vinha-me do Infinito uma tão grande paz e um tal sentimento de poesia que eu me entregava não a um sono, que não há sono diante do Infinito, mas a um lacrimoso abandono que acabava por raptar-me de mim mesmo. E eu ia, coisa volátil, ao sabor dos ventos que me levavam para aquele mar de estrelas, sem forma e corpo e ouvindo o breve cochicho das ondas que vinham desaguar nas minhas pernas. 

(MENINO DE ILHA, Vinicius de Morais)
sexta-feira, 9 de setembro de 2016 0 comentários

SIMPATIA CIGANA CONTRA INVEJA



Inicie preparando uma "água de arroz", ou seja, cozinhe um pouco de arroz durante alguns minutos de modo que seja possível aproveitar a água utilizada para o cozimento, separando-a dos grãos. Depois, adicione à água três galhos de manjericão, macerando-os bem. Despeje essa água em seu corpo, do pescoço para baixo.

Esse ritual deve ser realizado três vezes: a primeira vez, numa sexta-feira; a segunda vez, na segunda-feira seguinte; e a terceira vez, na quarta-feira seguinte.
segunda-feira, 5 de setembro de 2016 0 comentários

PARA QUEM QUISER JULGAR MEU CAMINHO, EMPRESTO MEUS SAPATOS!


''Empreste seus sapatos, porque ninguém melhor do que você para conhecer a dor dos caminhos percorridos, os rios que teve que atravessar, as dificuldades que precisou enfrentar, às vezes sem pedir ajuda a ninguém".
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A OVELHA NEGRA NÃO É RUIM: APENAS DIFERENTE

Ser a ovelha negra da família não é fácil. Nós quebramos o equilíbrio do grupo e somos o “bode expiatório” sob o qual todos os pecados são projetados. Se você se sente identificado com esta situação, pergunte a si mesmo: Você realmente quer ser parte desse bando onde todas as ovelhas são brancas?

As pessoas fazem parte dos grupos sociais: famílias, amigos, locais de trabalho … Então, de alguma forma, há quase sempre uma regra não escrita: ter de emitir os mesmos julgamentos, ter os mesmos valores … etc. Na verdade, a coincidência é geralmente tomada como um indicador de coesão.

“A ovelha negra não é ruim, nem desajeitado, nem vaidosa. É apenas diferente, alguém que aprendeu a evitar as pedras, a pensar de outra forma, e sempre soube qual caminho a percorrer, não como o rebanho de ovelhas brancas.”

Na psicologia, muitas vezes essas pessoas como são conhecidas como “pacientes identificados”. Por essa incapacidade de gerir adequadamente essas situações, nós mostraremos os sintomas desta família disfuncional ou desse cenário tóxico.

Se você for apontado como a ovelha negra, aprenda a ter orgulho de si mesmo por ser capaz de pensar de forma diferente. É um privilégio …

O EFEITO OVELHA NEGRA



Henri Tajfel foi um psicólogo social famoso por cunhar o termo “o efeito ovelha negra”. Uma ideia que sem dúvida pode se relacionar tanto ao nível da família quanto qualquer outro contexto social:

  • O favoritismo endogrupal explica que os julgamentos feitos a outros grupos são, geralmente, negativos pois visam proteger o que é próprio, o que nos define, o que nos identifica (meu time de futebol é o melhor, minha classe é a mais inteligente, minha família é a mais feliz …)


  • Mas, por sua vez, é comum que exista uma elevada exigência no próprio grupo. Como exemplo, o nosso pai pode criticar nossos vizinhos e como os outros criam seus filhos. Mas com a gente é severo e exigente porque aspira que o equilíbrio interno não esteja quebrado.

O efeito ovelha negra nos diz que são exercidas mais críticas e pressão psicológica sobre os membros do mesmo grupo do que naqueles que nos rodeiam. A participação em um contexto social, em alguns casos, vira dominância e controle.

“No momento em que dizemos “não” ou “isso não me define” olham para nós com preocupação e medo, porque atravessamos a fronteira do que é aceitável, o que é saudável e virtuoso.”


QUANDO SER OVELHA NEGRA É PRIVILÉGIO


Quando alguém assume que é a ovelha negra da família, tem duas opções: afundar ou reagir. Acreditando ou não, muitas pessoas por causa de uma identidade frágil, aceitam o abuso emocional, crítica e desprezo.

A pessoa etiquetada como ruim ou diferente de outros membros da família assume em sua própria pele a metáfora de uma atmosfera nociva e disfuncional. No entanto, o resto da família está em uma situação confortável, porque está isenta de qualquer responsabilidade: há um status quo no qual todos têm um papel.

Para evitar estas situações extremas onde a nossa autoestima fica tão comprometidos, vale a pena refletir sobre estas dimensões:


SER DIFERENTE PODE SER UMA AMEAÇA PARA OS OUTROS, MAS NÃO PARA VOCÊ


No momento em que você mostra uma outra maneira de pensar, de se vestir e de viver, os outros começam a te rotular como “ovelha negra”, porque estão cientes de que estão perdendo o controle sobre você.

  • Claramente, em cada grupo social, em cada família, há um membro mais problemático do que outros. No entanto, é comum a aplicação de um único pensamento a qualquer conduta que está além dos limites do que é esperado.


  • Entenda que ninguém nasce para ser a ovelha negra, realmente é o ambiente social em si que nos torna assim, porque nos atrevemos a reagir a ele, o que é em si um ato de coragem.


PERTENCER A UM "REBANHO"  NÃO TRAZ FELICIDADE: ENCONTRE SEU PRÓPRIO CAMINHO


Em muitos casos, ser a ovelha negra pode ser um privilégio. Mas para chegar a esta descoberta, temos de ir nos libertando de muitas camadas:

Primeira camada: você não tem a obrigação de ser como seus pais, seus amigos, e agir como os outros esperam.

Segunda camada: sinta-se bem por ter seus próprios valores, levante a sua voz acima do resto do grupo. O mundo está cheio de muitos pensamentos, opiniões e julgamentos. Não há nenhuma verdade universal e todos devem ser capazes de fazer a si mesmo.

Terceira camada: aceite os outros, sem ódio ou rancor, e aceite-se como diferente deles. Veja esta separação como uma forma de libertação. Aceita a sua família como é, e se ela age com a mesma sabedoria, fará o mesmo.



Fonte: La Mente es Maravillosa
 
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