2c6833b0-77e9-4a38-a9e6-8875b1bef33d diHITT - Notícias Sou Maluca Sim!: 2017
quinta-feira, 28 de dezembro de 2017 0 comentários

BLACK POWER



Black Power significa “poder negro” na tradução literal do inglês para o português, e ficou conhecido como um movimento que evidenciava a cultura e a resistência negra numa sociedade predominantemente racista.

O cabelo black power é um dos principais símbolos deste movimento cultural que começou a ganhar destaque nos anos 1960 e 1970, principalmente nos Estados Unidos.

A ideia era desconstruir a imagem do padrão de beleza eurocêntrico e promover a fortificação da identidade e raízes africanas da população negra estadunidense. Para isso, homens e mulheres de etnia negra começaram a abdicar das populares técnicas de alisamento capilar e passaram a usar os seus cabelos ao natural, estilo este que ganhou o nome de “cabelo black power”, pois era usado pelos ativistas deste movimento na tentativa de valorizar a estética negra (o "poder negro").

Atualmente, o cabelo black power é bastante popular, passando inclusive a ser apropriado por outras culturas. No entanto, é importante lembrar que o uso deste penteado representa muito mais do que uma tendência de moda, mas sim um poderoso símbolo de empoderamento que representa a luta contra o preconceito racial.
quarta-feira, 27 de dezembro de 2017 0 comentários

Pabllo Vittar vai ganhar R$ 5 milhões da Lei Rouanet em 2018




NOTÍCIA FALSA. BOATO DE INTERNET.

Diga não ao boato!!!




sexta-feira, 22 de dezembro de 2017 0 comentários

FORÇAR SIMPATIA NÃO É COMIGO...


Força simpatia não é comigo. Falo com quem fala comigo, sou leal com quem é comigo. E se eu não gostar fico na minha e mantenho a distância.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017 0 comentários

RECEITA DE ANO NOVO



Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Carlos Drummond de Andrade
terça-feira, 19 de dezembro de 2017 0 comentários

PARA QUE, DE FATO, SERVE O SONHO?


Prevalece cada vez mais a noção de que os sonhos são cruciais para a consolidação e reestruturação das memórias.


Para entender para que serve o sonho, necessitamos compreender algo básico: o homem contemporâneo tende a esquivar-­se de todo risco. Em vez de caçadas perigosas e coletas incertas, fazemos visitas regulares ao supermercado. No lugar de turnos de guarda noturna alternados para evitar um ataque traiçoeiro na madrugada, temos a segurança dos muros, portas trancadas e alarmes.

Em lugar de pedras e peles, dormimos sobre colchões anatômicos. Em vez da dificuldade de encontrar parceiros sexuais férteis que não sejam parentes próximos, apenas o risco de levar um não de uma pessoa desconhecida numa festa ou bar.

Se os sonhos alguma vez foram essenciais para nossa sobrevivência, já não o são. Isso não quer dizer, entretanto, que os sonhos não mais desempenhem um papel cognitivo. Para esclarecer que papel é esse, é preciso em primeiro lugar desconstruir a noção de que os sonhos refletem algum tipo de processamento neuronal aleatório.

Embora regiões profundas do cérebro de fato promovam durante o sono REM um bombardeio elétrico aparentemente desorganizado do córtex cerebral, há bastante evidência de que os padrões de ativação cortical resultantes desse processo reverberam memórias adquiridas durante a vigília.

Mesmo que não soubéssemos disso, bastaria um pouco de reflexão e introspecção para refutar a teoria aleatória dos sonhos. A ocorrência múltipla de um mesmo sonho é um fenômeno detectável, ainda que ocasional, na experiência da maior parte das pessoas.

Pesadelos repetitivos são sintomas bem estabelecidos do transtorno de estresse pós-traumático, que acomete indivíduos submetidos a eventos excessivamente violentos. Dada a imensa quantidade de conexões neuronais existentes no cérebro, seria impossível ter sonhos repetitivos se eles fossem o produto de ativação ao acaso dessas conexões.

Além disso, sonho e sono REM não são o mesmo fenômeno e sequer têm bases neurais idênticas. Temos certeza disso porque existem pacientes neurológicos que perdem a capacidade de sonhar mas não deixam de apresentar o sono REM.

Nesse caso, as regiões lesionadas, descritas por Mark Solms, são circuitos relacionados com a motivação para receber recompensas e evitar punições. Essas estruturas utilizam o neurotransmissor dopamina para modular a atividade de regiões relacionadas à memória, emoção e percepção.

Sonhar com algo na vigília é o mesmo que desejar – e é exatamente de desejo que são feitos os sonhos. Curiosamente, são os níveis de dopamina que, em experimentos com camundongos transgênicos, regulam a semelhança entre os padrões de atividade neural observados durante o sono REM e a vigília. Portanto, a ideia de que psicose é sonho, ridicularizada por décadas, também encontra apoio na neuroquímica moderna.

E ainda, ao contrário da teoria de que os sonhos são subproduto do sono sem função própria, prevalece cada vez mais a noção de que o sono e o sonho são cruciais para a consolidação e a reestruturação de memórias. Ambos os processos parecem ser dependentes da reverberação elétrica de padrões de atividade neural que ocorrem enquanto dormimos e representam memórias recém-adquiridas.

Essa reverberação se beneficia da ausência de interferência sensorial durante o sono e resguarda o processamento mnemônico de perturbações ambientais. A reverberação é favorecida também pela ocorrência de oscilações neurais durante o sono sem sonhos, chamadas de ondas lentas.

Os pesquisadores Lisa Marshall, Jan Born e colaboradores da Universidade de Lübeck, na Alemanha, demonstraram que é possível aumentar a taxa de aprendizado realizando estimulação elétrica de baixa frequên­cia durante o sono de ondas lentas.

Em contrapartida, como venho demonstrando junto com outros grupos de pesquisa desde 1999, o sono REM parece ser fundamental para a fixação de longo prazo das memórias em circuitos neuronais específicos. Esse processo depende da ativação de genes capazes de promover modificações morfológicas e funcionais das células neurais. Tais genes são ativados durante a vigília quando algum aprendizado acontece e voltam a ser acionados durante os episódios de sono REM subsequentes.

Como resultado, memórias evocadas por reverberação elétrica durante o sono de ondas lentas são consolidadas por reativação gênica durante o sono REM. Essa reativação cíclica das memórias em diferentes fases do sono e da vigília vai paulatinamente fortalecendo os caminhos neurais mais importantes para a sobrevivência do indivíduo, enquanto as memórias inúteis são gradativamente esquecidas.

Experimentos eletrofisiológicos e moleculares mostram ainda que as memórias migram de um lugar para outro do cérebro, sofrendo importantes transformações com o passar do tempo.

Meu laboratório tem mostrado que áreas do cérebro envolvidas na estocagem temporária de informações, como o hipocampo, apresentam reverberação elétrica e reativação gênica apenas durante os primeiros episódios de sono após o aprendizado.

Em contraste, áreas do córtex envolvidas na armazenagem duradoura das memórias apresentam persistência desses fenômenos por muitos episódios de sono após a aquisição de uma nova memória.

 Sidarta Ribeiro
quarta-feira, 13 de dezembro de 2017 1 comentários

SINCERICÍDIO

“Pouca sinceridade é uma coisa perigosa, e muita sinceridade é absolutamente fatal. (Oscar Wilde)


Você sabe a diferença entre sinceridade e sincericídio? Todos podemos concordar que a sinceridade é uma qualidade incontestável – inclusive, muitas pessoas não possuem essa característica. Todavia, você deve conhecer pessoas que são sinceras em excesso e assim sempre causam algum dano em outras pessoas. É o típico caso do sincericídio – algo que não está baseado em opiniões construtivas, mas sim em causar sofrimento, seja intencional ou não.

Por meio desse estudo quero te levar a ter uma ideia do quanto o excesso de sinceridade pode ser prejudicial para suas relações familiares, profissionais e sociais. Aproveite o conteúdo!


Sincericídio e o dano irreversível



O sincericídio é um neologismo criado da junção da palavra sinceridade com suicídio. Ou seja, logo se percebe que é um ato que causa dor, sofrimento, uma atitude que irá ferir a si próprio e também outras pessoas. Excesso de sinceridade sempre resulta em algum dano moral ou psicológico. Por exemplo, o marido que diz que a esposa está gorda; aquela pessoa que diz que o outro se veste mal; que está com um cheiro ruim. Enfim, são várias as possibilidades de ferir alguém com um excesso de sinceridade.

Existe uma frase que diz “o homem morre não pelo que entra em sua boca, mas pelo que sai dela”. É justamente o caso do sincericídio. Afinal, podemos matar sonhos, estimas, valores de outras pessoas com comentários imbecis. Não são raros os exemplos de pais que destroem a autoestima dos seus filhos, de professores que rebaixam seus alunos que têm dificuldade de aprendizado, dos maridos e mulheres que apontam os descuidos uns dos outros, dos líderes que desmotivam suas equipes com comentários baixos.

Sinceridade não é dizer tudo aquilo que pensamos, mas sim não dizer nada contrário ao que pensamos. Por exemplo, é notório quando alguém está com excesso de peso, mas até que ponto um comentário nesse sentido será benéfico? Precisamos mesmo falar aquilo que o outro já tem consciência? A falta de sinceridade é dizer que não há excesso, é falar algo apenas para satisfazer o outro. Agora tecer comentários que irão ferir o outro é agir com excesso de sinceridade (sincericídio).



Quando o sincericídio é contra si próprio



Esse é um dos mais perigosos casos de sincericídio. Quase sempre o indivíduo em particular não percebe que está tendo esse tipo de atitude. Muitas vezes tendemos a ser sinceros em excesso ao contar erros do passado para outros como uma forma de buscar aceitação. A escritora Kate Holden (autora de livros como “Na minha pele” e “Noites italianas”) teve no passado o envolvimento com drogas e também com a prostituição.

Em um momento da sua vida ela resolveu mudar de país e também de atitudes. Se mudou para a Itália procurando um recomeço e a oportunidade de fazer tudo diferente. Contudo, sempre que um homem se aproximava dela, ao invés dela contar sobre suas excelentes qualidades do presente, preferia falar sobre seu passado sombrio. Era um típico caso de sincericídio. Na busca de ser a mais sincera possível e também procurando uma aceitação ela danificava a si própria.

Inconscientemente nós podemos ser nossos piores inimigos. Todos possuímos erros e acertos e, muitas vezes aqueles que cometeram os maiores erros são os que mais aprenderam com a vida. Portanto, que sejamos amáveis e respeitosos com todas as pessoas e com tudo aquilo que somos. A melhor maneira de viver feliz e em paz é aceitar o melhor nos outros e em nós mesmos, sempre guiados pelo carinho, amor, simpatia, respeito. É esse o melhor jeito de afastar o nefasto hábito de colocar tudo a perder com excesso de sinceridade.

Sobre acontecimentos do passado, se você deseja superar algum trauma ou decepção, mas não sabe como, clique aqui e aprenda.


A fatalidade…

Portanto, fica evidente com a leitura desse artigo que a sinceridade em excesso pode ser algo fatal. Não confunda ser sincero com ser imprudente, mal educado e desrespeito. Mas também não caia no erro de achar que ser mentiroso é o correto em determinadas situações. A sinceridade sempre será uma qualidade irrefutável e só presente naquelas pessoas que têm uma índole admirável.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017 0 comentários

MULHERES NEGRAS USADAS PARA EXPERIÊNCIAS GINECOLÓGICAS



Famoso ginecologista estadunidense Marion Sims no século XIX comprava mulheres negras para fazer suas experiências ginecológicas de corte, em seus argumentos dizia que as negas não sentiam dor.
quarta-feira, 8 de novembro de 2017 0 comentários

O QUE SE SENTE ANTES DA MORTE? ISSO É O QUE SABEMOS...



A morte é um desses enigmas para os quais é impossível organizar uma resposta definitiva. Aceitar e assimilar a ideia de um final absoluto não é fácil. Por isso se trata de um conceito que provoca medo, apreensão ou curiosidade, em qualquer caso. Embora saibamos pouco sobre ela, trata-se de uma experiência pela qual todos vamos passar inevitavelmente algum dia.

As primeiras respostas relacionadas à morte foram proporcionadas pela religião. Talvez a morte (o ponto a partir do qual ninguém deu depoimento) seja exatamente uma dessas razões pelas quais as religiões nascem e se mantêm ao longo do tempo. Muitas delas aceitam a existência de um espírito que transcende a vida biológica e que está em um mundo paralelo, o qual é invisível, imperceptível, mas que está lá, esperando por nós (ou por quem merecer).

“A morte é algo que não devemos temer, porque enquanto estamos vivos ela não existe, e quando existir, nós não estaremos mais vivos.”
-Antonio Machado-

A ciência também tentou decifrar esse enigma. Embora existam muitos cientistas que possuem crenças religiosas, formalmente a ciência trata o homem como um ser puramente biológico, cuja única existência não vai além das batidas do coração. A física quântica explorou outras perspectivas, como a dos universos paralelos, mas até agora tudo não passa de hipóteses.

A ciência progrediu na compreensão de todos os processos físicos e psíquicos que envolvem a morte. Exatamente para ampliar a compreensão desses aspectos, foi realizado um estudo nos Estados Unidos e os resultados foram muito interessantes.

Uma pesquisa sobre a morte

Muitas pessoas já se perguntaram alguma vez o que se sente antes de morrer. Como acontece esse momento de desprendimento da vida? Dói? Envolve sofrimento? O medo de dar o passo definitivo em direção ao desconhecido nos invade por completo? Realmente vemos toda a nossa vida passar diante dos nossos olhos em um segundo?

Para responder a essas perguntas um grupo de pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, liderados pelo professor Kurt Gray, realizou um estudo. Para isso, partiram de dois grupos que estavam vivendo experiências próximas à morte. O primeiro desses grupos era composto por doentes terminais. O segundo era formado por pessoas que estavam presas e condenadas à morte.

Aos membros do primeiro grupo foi pedido que abrissem um blog e que compartilhassem ali seus sentimentos durante um período mínimo de três meses. A publicação deveria conter pelo menos 10 entradas. Paralelamente, foi solicitado algo parecido a um subgrupo de voluntários. Foi pedido que eles imaginassem terem sido diagnosticados com câncer e que escrevessem a respeito desse tema. Quanto ao segundo grupo, formado pelos presos no “corredor da morte”, foram recolhidas suas últimas palavras.

Em ambos os casos se pretendia analisar os sentimentos e as emoções que apareceriam em uma situação de proximidade com a morte. Outro objetivo também era identificar se todo o mundo interno desses indivíduos refletia mudanças com a aproximação do momento final da vida.

Os interessantes resultados do estudo

Uma equipe de psicólogos entrou em ação com a tarefa de analisar as declarações do primeiro grupo, junto com o subgrupo paralelo. Eles elaboraram suas conclusões com base nas palavras que as pessoas usaram para descrever ou fazer referência às suas emoções. A partir disso, eles chegaram a resultados interessantes. O primeiro foi de que os doentes terminais expressaram mais emoções positivas que o grupo de voluntários. Da mesma maneira, quanto mais próximo estava o momento da morte, mais positivas eram as mensagens.

Com os condenados à morte aconteceu algo parecido. Suas declarações finais não estavam baseadas na dor, no arrependimento ou no ódio às autoridades que tinham decretado a pena de morte. Pelo contrário, suas palavras estavam repletas de amor, compreensão e significado afetivo. Em ambos os grupos destacavam-se alusões à religião e à família.

O professor Kurt Gray, chefe da pesquisa, concluiu que “o processo de morte é menos triste e assustador e mais feliz do que se pensa”. Embora a morte em si seja um conceito que gera angústia e medo pela incerteza que a cerca (para além da fé de cada um), na hora de enfrentá-la as pessoas conscientemente tendem a evoluir. Tanto que acabam enxergando a própria morte como algo construtivo e cheio de sentido.

Aparentemente, a capacidade de adaptação do ser humano é gigantesca e se expressa em toda sua plenitude durante os momentos limites, como a morte. Psicológica e fisiologicamente, as pessoas desenvolvem mecanismos que as permitem enfrentar a realidade do fim com sabedoria.

Por isso, Gray afirma, com plena convicção, que “a morte é inevitável, mas o sofrimento não é”.
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TODO CUIDADO É POUCO PARA NÃO VIRAR POPBOBO



Escritor virou um tipo de celebrity. 
Saiu dos seus abismos e quartinhos insalubres, possivelmente mais míticos do que reais, e subiu aos palcos dos eventos literários. 


O que pode ser muitíssimo bacana — e muitas vezes é. O problema às vezes é quando descobrimos que parte de nossos ídolos não difere das celebridades que frequentam a Ilha de Caras. E quanto maior e mais badalado o happening da literatura, maior é a fofoca no dia seguinte sobre quem comeu quem, a fulana que estava com uma saia-cinto se esfregando com alguém que não era seu marido ou o cara que todo mundo jurava que era MPC (machopracaralho) e apareceu com um menino que não era seu sobrinho. Questões humanas da mais alta relevância, como se pode ver.

Do mesmo modo que logo surgem as musas e os darlings e as frases-para-virar-manchete de um e de outro. Ou quem chorou ou não chorou escondido no quarto e por quê. Enfim, o pirão humano de sempre. Só um ingênuo — coisa que às vezes me sucede de ser — imaginaria que quem escreve sobre o humano não seria demasiado e às vezes decepcionantemente humano.

Na condição de foca deste meio literário, logo me deparei com minha insignificância. Estava eu num evento badaladíssimo tempos atrás, quando fui engolfada por um grupo eclético me pedindo autógrafos e fotos. Me descobriram, pensei, já inflando um peito de chéster, termo cunhado pela minha amiga Bia Lopes. Fiz diante da câmera uns sorrisos que renderiam uns dois clientes para a minha dentista. Caprichei na letra. O “m” do Brum ganhou uma quarta perna que mais parecia a Via Láctea.

Ao final de tudo, eu quase que me achando loucamente, fui abatida dos píncaros da glória por petardos de realidade. Felicíssimos com minha performance, uma “fã” mais afoita me deu um beijo melado e me perguntou, com um sorriso completo de dentes: “Muito obrigada, a foto ficou ótima! Como é o seu nome mesmo?”. Respondi. E na minha resposta o Brum, pobre-coitado, estava manco de uma perna e com problemas de menisco no joelho da outra.

No lançamento do meu primeiro romance, o confronto com a realidade da fama se repetiu. Eu a avistei de longe. Veio de lado, assuntando com o corpo. De repente, estava junto à mesa de autógrafos, dividindo a pequena área comigo. Me fez perguntas profundas, numa voz rouca de traça de sebo com rinite alérgica: “Sobre o que é o seu romance?”; “Você sofreu ao escrevê-lo?”; “Qual é o seu sentimento neste momento?”.

Percebi que a entrevista seguia um questionário decorado e que ela vasculhava para além de mim, procurando avidamente com o olhar alguma coisa mais instigante entre as prateleiras da livraria. Parecia não ouvir minhas respostas. Mas sempre voltava para uma próxima pergunta na qual colocava um acento mais denso do que uma cumulus nimbus. Então, finalmente, ela sorriu e disse: “Apenas uma última pergunta”.

Me aprumei toda na cadeira.

— O que estão servindo?

Sim, sim, benditos (não) leitores. Sabendo escutá-los a gente aprende mais sobre nosso lugar na humanidade, que de estrela só tem a tal da poeira de que o Carl Sagan falava. E, de volta ao pó, retornamos também aos nossos interiores que seguem sendo o lugar de onde, com sorte, emergem algumas letras de bom tamanho.

Eliane Brum
terça-feira, 7 de novembro de 2017 0 comentários

EM NOME DO QUÊ?


As denúncias de discriminação por motivo religioso no Brasil cresceram 4960% em cinco anos. Um relatório da Pew Foundation mostra que o país deixou de ser um dos países mais populosos com menor taxa de Hostilidade Social por motivações religiosas, em 2007, para se tornar um dos com alta taxa, em 2014. Foi da segunda à nona posição, no período. No Rio de Janeiro, os crimes de ódio contra praticantes de Umbanda e Candomblé representam 90% dos casos do disque-denúncia estadual. Apesar disso, o centro de Promoção da Liberdade Religiosa e Direitos Humanos (Ceplir) que, desde 2012, atendia às vítimas de intolerância no Estado com acompanhamento psicológico, jurídico e assistência social, deixou de receber recursos do governo em 2016. Enquanto isso, praticantes de religiões de matriz africana, como a Mãe Merinha ou a Mãe de Santo Carmen de Oxum, continuam sendo perseguidos pelo tráfico na Baixada Fluminense. 

Ricardo Moreira

segunda-feira, 6 de novembro de 2017 0 comentários

QUEM EU SOU



Eu... eu... nem eu mesmo sei, nesse momento... eu... enfim, sei quem eu era, quando me levantei hoje de manhã, mas acho que já me transformei várias vezes desde então. 
(Lewis Carroll)
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ENCARETAMOS DEMAIS



ANOS 80

Entre 1985 e 1988, assistíamos a Armação Ilimitada. Menino órfão é adotado por dois homens que ganham a vida com o surfe e namoram a mesma mulher. Nada de família tradicional. Família Poliamor! Anos 80! Programa da TV aberta em horário livre para todas as idades. O que foi que aconteceu de lá pra cá? Quando e como foi que encaretamos tanto???
domingo, 5 de novembro de 2017 0 comentários

CAMPANHA DIGA NÃO AO BOATO



Lista de destaques do Boatos.org dos últimos dias (leia tudo com atenção e, se precisar, repasse).


1. Atenção! Tem muita gente compartilhando a história que Pabllo Vittar vai apresentar programa infantil na Globo. História é falsa.
Para entender tudo, leia aqui:http://www.boatos.org/entretenimento/pabllo-vittar-programa-globo.html

2. Muita gente tem acreditado no papo que a Samsung está vendendo o Galaxy S8 por R$9. Atenção: promoção é falsa.
Entenda: http://www.boatos.org/tecnologia/samsung-vende-galaxy-aniversario.html

3. Por favor! Parem de compartilhar a corrente que faça sobre "guia como se enforcar". A única coisa que vocês fazem com isso é ajudar a imagem a se espalhar. Leia e entenda: http://www.boatos.org/brasil/foto-como-se-enforcar-criancas.html

4. Depois do boato do feijão, fizemos uma lista de 7 recomendações médicas que sempre se espalham na web. 
Leia e confira: http://www.boatos.org/saude/7-recomendacoes-medicas-falsas.html

5. Pra terminar, mais uma história que está voltando a circular e é falsa: a do cachorro de Caucaia que pegou um feto de bebê. Leia e relembre o caso: http://www.boatos.org/brasil/hoax-mae-joga-filho-no-lixo-em-caucaia-cachorro-acha-e-leva-para-pm.html

Quer mais? 
Veja a lista das últimas 15 notícias postadas no site (Putin e a ideologia de gênero, áudio sobre sobrinha desaparecida, o diretor da Globo, Corinthians e outras). 
A sua sugestão de boato pode estar láhttp://www.boatos.org/lista-de-links-do-boatos-org-para-leitores-do-whatsapp

Esta mensagem foi enviada porque você se inscreveu na lista de transmissão do Boatos.org. 
Para se inscrever, envie #boato para o telefone (61) 99432-5485 e agende este número no seu celular. 

Envie sugestões de boatos. Se já tiver sido desmentido, vamos responder "no site". No caso de vídeos e áudios, ajudem-nos descrevendo o teor do arquivo. Desculpem-nos se não conseguimos responder todas as mensagens, mas saiba que lemos todas e as que não temos ainda vão para lista de pautas.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017 0 comentários

É LEGÍTIMO LUTAR POR AMOR?




Experimentamos uma sensação dolorosa de humilhação quando a pessoa que está nos interessando não dá sinais de ter achado tanta graça em nós quanto nós nela; ou então não se mostra tão disponível por estar vivenciando algum outro vínculo amoroso. Mais grave ainda é a sensação de rejeição, quebra do elo amoroso associado à humilhação – ofensa grave à vaidade – quando se é abandonado e “trocado” por outra pessoa.

Surge, em boa parte das criaturas, o desejo de reaver aquela relação a qualquer custo. As pessoas gostam de dizer que estão lutando para reaver o parceiro amado. Porém, penso que se trata de algo bastante diferente: o resgate do vínculo corresponderia a uma espécie de vitória sobre eventuais rivais e, em certo sentido, o fim da sensação de humilhação.
A luta para tentar reaver o parceiro “amado” aparece, para muitos, como uma causa justa e nobre em nome da qual vale tudo. O amor justifica que o rejeitado se humilhe e pressione com todas as forças aquele que quis se separar, valendo-se inclusive de mentiras e chantagens sentimentais de todo o tipo.

Ouço essas histórias com bastante frequência e sempre me fica a clara sensação de que o amor, esse apego por aquela pessoa que nos provoca aconchego, pode até existir, mas não é a força motriz principal de todas essas ações. Elas parecem, mais que tudo, determinadas pela vaidade, o anseio de sair como vencedor e de se livrar da dor derivada da humilhação de ter sido abandonado.

Quando se luta para reconquistar o parceiro, o amor aparece como o sentimento que estaria dando dignidade a condutas moralmente duvidosas. Quem ama cuida do amado, quer o melhor para ele e não o obriga a fazer ou agir de uma forma contrária à sua vontade.

Quem ama de verdade não acha que esse sentimento justifica todo e qualquer ato. Não acha que é válido lutar por amor, entendendo-se por “lutar” o esforço de fazer prevalecer a própria vontade de manter o vínculo quando não é essa a disposição daquele que supostamente é o amado. A única luta válida por amor é aquela ligada ao empenho de preservar o relacionamento através de cuidados, paparicos e todo o tipo de dedicação possível ao amado; e tudo isso na vigência do namoro – e com a devida anuência do namorado.

Aqueles que se acham no direito de lutar para reaver o elo que se rompeu são justamente os que lidam mal com frustrações e dores psíquicas em geral. É fato que a dor de amor é muito intensa e a ela dedicaremos um espaço maior quando tratarmos das rupturas amorosas. O mais importante aqui é registrar de modo enfático que aqueles que acham válido lutar por amor quando são abandonados costumam ser os que cuidam mal do relacionamento durante sua vigência. Não é raro que sejam pessoas mais egoístas, menos capazes de amar e mais competentes para reivindicar, cobrar e exigir atenção e carinho do que para se dedicar ao parceiro.

A palavra “cobrar” é uma das que mais provoca minha indignação. Não creio que tenhamos o direito de cobrar nada de ninguém, muito menos de nossos parceiros sentimentais.

É claro que todos temos expectativas em relação às pessoas com as quais convivemos: esperamos algum tipo de cuidado, atenção, carinho. Porém, isso não nos autoriza a exigir que eles satisfaçam nossos desejos; eles deveriam estar bem informados de tudo o que gostaríamos de receber.

Se não estão dispostos a dar, quem está com problema somos nós, pois teremos que decidir se aceitamos essa situação ou se tomamos algum tipo de atitude, que pode variar desde pararmos de nos dedicar tanto até a ruptura do relacionamento – isso na dependência da natureza de cada um e também do estado geral em que se encontra aquele dado elo amoroso.

Não deixa de ser curioso observar que pessoas orgulhosas, que gostam tanto de falar bem de si mesmas, são as que mais se humilham com o intuito de reaver um elo sentimental perdido.

Por vaidade, buscando a vitória final, se colocam como pedintes, mostrando fraquezas que adoram esconder, demonstrando afetos que nunca se manifestaram e arrependimentos que nunca tiveram.

Aqueles mais rigorosos moralmente vão até um certo ponto em seus pedidos de reconsideração da decisão de abandono do parceiro; porém, não se humilham com o intuito de tentar neutralizar seus desconfortos. Sabem que não é legítimo lutar por amor; ou lutar para reaver o parceiro em nome do amor que sentem.

Flávio Gikovate
sexta-feira, 27 de outubro de 2017 0 comentários

VOCÊ SABE O QUE SÃO AS RESSACAS EMOCIONAIS E COMO SUPERÁ-LAS?



O que acontece quando bebemos muito álcool? No dia seguinte, sem chances de escapar, sofremos uma terrível ressaca. No entanto, parece que o álcool não é o único capaz de provocar a ressaca. De acordo com várias pesquisas realizadas por neurocientistas da Universidade de Nova York, também existem as ressacas emocionais, experiências produzidas por emoções muito intensas, que nos sacodem e nos intoxicam.

A pergunta obrigatória é: podemos evitá-las? A verdade é que não podemos. As ressacas emocionais são estados profundamente intensos fruto de experiências emocionais inesperadas que, inclusive, podem influenciar na recordação de eventos posteriores e provocar alguns sintomas físicos como dores de cabeça, dores nas costas e cansaço ou fadiga.

Assim como uma ressaca provocada pelo álcool, as ressacas emocionais nos fazem sentir irritação, cansaço e provocam a sensação de estar com a mente confusa.


As ressacas emocionais são inevitáveis

Embora desejemos ter o controle sobre tudo que nos rodeia, isso é impossível. Sempre há coisas que acontecem de maneira inesperada. Pode ser uma demissão do trabalho, a morte de um parente, uma gravidez não planejada, o descobrimento de uma doença, uma dívida familiar ou qualquer situação que não estava nos nossos planos…

Tudo isso vai nos fazer viver emoções muito intensas que podem chegar a desenvolver estados de estresse, depressão, ansiedade e até mesmo ataques de pânico.

Essas emoções inesperadas e intensas geram uma grande ressaca da qual na maioria das vezes não temos consciência, mas que afetam de uma ou outra maneira os nossos pensamentos e nossos processos de atenção e memória.

Assim, as marcas das ressacas emocionais permanecem no nosso corpo e no nosso estado de espírito. Elas são um exemplo de como tudo que é vivido se reflete mais além do que apenas no momento em que acontece.

Ao mesmo tempo, assim como as ressacas provocadas pelo álcool, as ressacas emocionais têm seu fim. No entanto, pode acontecer de, em vez de minimizá-las, acabarmos alimentando-as continuamente se nos submetermos a situações que nos desgastem emocionalmente ou se simplesmente não quisermos sair da zona de conforto na qual nos encontramos. A vitimização é um bom exemplo de uma ressaca emocional permanente.

Como minimizar o impacto das ressacas emocionais?

Por que uma ressaca emocional pode se prolongar voluntariamente? Por que pode fazer com que nos transformemos em vítimas? Quando passamos por uma ressaca nos sentimos mal, e quando nos sentimos mal, tudo ao nosso redor se torna escuro e negativo. É a mesma coisa que acontece quando estamos deprimidos e, de repente, passamos a não enxergar mais o mundo em cores, começamos a enxergá-lo em branco e preto.

Como já vimos, as ressacas emocionais podem contribuir para nos sentirmos tristes, deprimidos ou angustiados, o que vai estar presente na nossa percepção da realidade. O importante é estar consciente de que o impacto de uma experiência intensa para nós pode nos afetar e gerar mal-estar.

A duração das ressacas emocionais pode ser de algumas horas ou até mesmo de mais de um dia. Tudo depende da pessoa que a sente, da sua capacidade de enfrentamento e da sua disposição para seguir em frente diante do turbilhão de emoções que a acometem sem aviso prévio.

Por isso, é muito importante aprender a manter a calma quando estivermos à beira do abismo e evitarmos tomar qualquer decisão importante enquanto durar a ressaca se não quisermos nos lamentar no futuro. Porque, se não conseguirmos agir assim, aquele projeto tão importante para nós pode se desfazer ou podemos perder grandes oportunidades. Assim, estar consciente das nossas ressacas emocionais será o melhor aviso para adiar qualquer decisão importante que afete a nossa vida.

As ressacas emocionais influenciam tanto na nossa percepção da realidade quanto nas nossas reações.

Por fim, queremos esclarecer que as ressacas emocionais são experiências que todos nós vivemos em algum momento das nossas vidas. Com o ritmo de vida acelerado no qual vivemos todos os dias, ficamos mais submetidos a elas. Podemos perceber seu rastro se observarmos como situações que nos causam emoções muito intensas influenciam posteriormente nas nossas decisões e nas nossas vivências.


Fazer um pausa, dar um tempo e descansar para se desconectar do exterior e se conectar consigo mesmo nos ajudará a superar as ressacas que às vezes nos fazem tão mal.
segunda-feira, 23 de outubro de 2017 0 comentários

EXISTEM PESSOAS MÁGICAS QUE NOS ENCANTAM DESDE O PRIMEIRO MOMENTO

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Existem pessoas mágicas, que nos encantam desde o primeiro minuto em que as conhecemos. Nós não sabemos exatamente o porquê, mas neste mundo cinzento a sua presença é aquele ponto colorido que nos atrai, nos alegra e nos reconcilia com a vida. Alguns estudos científicos dizem que talvez seja o seu sorriso, a sua atitude ou a sua personalidade acolhedora, mas acreditamos que as suas virtudes naturais são características mágicas, algo inexplicável.

É possível que o nome de Dale Carnegie não lhe pareça familiar. No entanto, este empresário e escritor dos anos 30 estabeleceu as bases de todas as publicações de autoajuda que ainda hoje são muito procuradas. Uma das suas publicações mais conhecidas e mais vendidas foi, sem dúvida, “Como Ganhar Amigos e Influenciar Pessoas”.

Existem pessoas com uma magia natural que não precisam de truques, há pessoas especiais pelas quais nos encantamos no ‘primeiro minuto”, pela sua humildade, pela sua simplicidade natural.

Neste livro, o escritor abordava pela primeira vez uma das maiores aspirações (queiramos ou não) do ser humano, “ser bem aceito pelos outros”. Desde a década de 1930 até o momento, o interesse por esta disciplina da psicologia só se expandiu. Na verdade, atualmente e dentro da área de coaching, todos os bons profissionais precisam saber como treinar os seus clientes com essas ferramentas básicas e essenciais, necessárias para criar um impacto positivo nos seus ambientes sociais.

No entanto, a coisa mais curiosa sobre tudo isso é que existem pessoas mágicas que já nascem com essa habilidade, com essa capacidade natural de se conectar quase instantaneamente com os demais despertando emoções positivas, confiança e segurança. Essa faísca instantânea, espontânea e frutífera é como um diamante invisível que qualquer bom líder, por exemplo, gostaria de possuir para atrair mais pessoas.

É uma ferramenta que qualquer pessoa com poucas habilidades sociais gostaria de desenvolver para desfrutar de melhores relacionamentos, de uma vida melhor, onde possam fazer mais amigos, encontrar um parceiro e se sentir, em essência, mais seguro de si mesmo. Como vemos, estamos lidando com uma dimensão psicológica muito importante para o campo do crescimento pessoal e que merece ser analisada em detalhes.

Pessoas mágicas com as quais criamos um vínculo saudável
Querer ser bem aceito por todos ao nosso redor é uma fonte inesgotável de sofrimento. Não faz sentido, não é útil e muito menos saudável. No entanto, existem pessoas que, sem esforço algum, sem procurar ou pretender, conseguem se conectar quase que instantaneamente com 80% das pessoas que encontram diariamente.

Muitos não hesitariam em dizer que a explicação está na atratividade física. Agora, os profissionais que realizam a seleção de pessoas para comerciais ou captadores para alguma ONG sabem que é preciso algo mais, algo presente na linguagem não verbal ou mesmo no que muitos chamam de “a arte da suavidade”. Ou seja, a virtude de ter uma atitude aberta e acolhedora que nos ajuda a alcançar aqueles que estão diante de nós de forma amigável, segura e eficaz.

Vejamos agora outras características que as pessoas “bem aceitas” compartilham:

O sorriso de Duchenne, o mais sincero
Todos nós somos perfeitamente capazes de fingir um sorriso. Podemos dar aos outros os sorrisos mais espetaculares e cativantes, e, no entanto, o que está por trás disso é, muitas vezes, a mais afiada das falsidades.

Existe um tipo de sorriso que é difícil de fingir, e que é considerado a síntese do sorriso genuíno. Falamos sobre o sorriso de Duchenne.

Dizem que o sorriso de Duchenne é cativante por natureza, inspira confiança e isso é um atrativo natural em todo cenário social.

A sua expressão no rosto é o resultado da contração dos músculos zigomáticos maiores e menores perto da boca. Ambos se levantam no canto dos lábios, bem como o músculo orbicular, perto dos olhos. Há também uma contração que levanta as bochechas e produz pequenas rugas ao redor dos olhos.

Humildade: a qualidade mais atraente
Há uma série de situações que causam uma tensão imediata. Por exemplo, aquelas pessoas que não conhecemos e aparecem diante de nós contando tudo sobre a sua vida privada, criticando terceiros que não estão presentes, sendo indiscretos, excessivamente brincalhões ou fazendo uso excessivo e abusivo do pronome pessoal “eu”.

Todos nós já experimentamos essa situação uma vez na vida. No entanto, no polo oposto estão aqueles que não pretendem nada e conseguem tudo. São pessoas que, através da sua humildade natural, nos encantam instantaneamente por uma série de características, por pinceladas capazes de formar uma tela pessoal mágica e excepcional.

As pessoas humildes sabem prestar atenção, mostram um interesse sincero por aqueles com quem convivem, sabem ouvir e nos acolhem nas águas quentes dos seus olhares sinceros…

Como já dissemos, as pessoas que nos encantam geralmente praticam a arte da suavidade. Através de uma atitude sempre aberta, estabelecem uma confiança imediata para que possamos nos abrir com facilidade e naturalidade.

A sua postura, a sua linguagem não-verbal está isenta de qualquer característica de poder. Elas não se impõem, não há rigidez nelas, mas abertura e proximidade.
Além disso, algo comum nas pessoas que nos encantam é que elas não reclamam, não exigem, não criticam e a sua atitude é sempre humilde…

Embora existam muitas pessoas mágicas com uma estrela ou luz própria que já nasceram com esses recursos gravados no seu “disco rígido”, é importante dizer algo: todas essas qualidades podem ser treinadas. Também é verdade que não é necessário querer “ser bem aceito por todos”, mas é muito gratificante podermos nos conectar melhor com determinadas pessoas.

Portanto, trabalhar essas características no nosso dia a dia sem dúvida nos ajudará a entender o outro além dos olhares, a nos instalarmos sem pedir permissão nos corações das pessoas que são importantes para nós.
domingo, 22 de outubro de 2017 0 comentários

QUANDO FALAR É AGREDIR



A verdade não subtrai o caráter agressivo da afirmação; pelo contrário o acentua.

Há opiniões discrepantes em relação às pessoas que são muito cuidadosas e delicadas quando expressam seu ponto de vista, especialmente sobre temas polêmicos.

Alguns as julgam falsas e hipócritas, pois escolhem as palavras com o intuito de agradar o interlocutor. Resultado: desconfia-se de sua sinceridade.

Outros, porém, pensam de forma diferente. Acham que são espíritos mais atentos, preocupados em não ser invasivos e grosseiros. Tomam cuidado, sim, porque não gostariam, em hipótese alguma, de magoar a pessoa com a qual estão conversando.

Pode parecer também que o tipo mais espontâneo e sincero é mais veemente na defesa de suas ideias, enquanto o mais delicado tem menos interesse em fazer prevalecer seu ponto de vista, ficando sempre “em cima do muro”.

Embora muitas vezes tais considerações sejam verdadeiras, penso que não é tão simples fazer a avaliação da conduta mais adequada. Esse assunto não só envolve questões morais, mas diz respeito à eficácia da comunicação entre as pessoas.

Sob o aspecto moral, a preocupação com o outro se impõe sempre. Ser honestos e sinceros não nos dá o direito de dizer tudo que pensamos. A franqueza pode ser prejudicial.

Por exemplo, se uma pessoa, ao encontrar um amigo de rosto abatido, falar: “Puxa, como você está pálido! Até parece doente”, estará sendo sincera, mas tremendamente insensível.

A verdade não subtrai o caráter agressivo da afirmação; pelo contrário o acentua.

Na prática, acredito que uma boa forma de avaliar uma ação é pelo resultado. Se o efeito for destrutivo, a ação será nociva, independentemente da “boa intenção” daquele que a praticou.

A tese de que devemos falar tudo o que pensamos é ainda mais indefensável quando o objetivo é facilitar o entendimento e a comunicação.

Indiscutivelmente o ser humano é vaidoso e, se sentir-se ofendido por alguma palavra ou atitude do outro, acabará desenvolvendo uma postura negativa em relação a essa pessoa.

Se alguém iniciar uma frase com expressões do tipo “Você não percebe nada”, “Qualquer idiota é capaz de compreender que…”, elas provocarão uma espécie de surdez imediata.

Não ouviremos o resto do argumento ou então o ouviremos com o intuito de encontrar bons raciocínios para derrubá-lo.

Quando nos expressamos, é preciso ter extremo cuidado com as palavras, pois elas atingem positiva ou negativamente o interlocutor. No processo de comunicação, a recepção é tão importante quanto a emissão dos sinais. Temos que nos lembrar disso se quisermos agir de modo construtivo para nós e para os demais.

O descaso pelo “receptor” indica desrespeito moral e agressividade (voluntária ou não).

Há pessoas que só têm interesse em mostrar como são perspicazes e brilhantes. Querem ficar por cima. Querem ensinar e não aprender. Despertam raiva, não admiração, pois a arte de seduzir caminha exatamente na direção oposta.

Um homem (ou uma mulher) atraente faz o outro se sentir bonito, legal e inteligente. Prefere dar atenção a repetir o tempo todo “Como sou bárbaro e maravilhoso”.

Qual a pessoa que gosta de se aproximar de alguém cujo objetivo principal é a autopromoção constante? Quem atura discursos intermináveis baseados num narcisismo oco? Praticamente ninguém.

O descaso pelo interlocutor é, a meu ver, fruto de um individualismo acirrado e oculta o desejo inconsciente de se dar mal na vida.

 Flávio Gikovate
sexta-feira, 20 de outubro de 2017 0 comentários

RELIGIÃO X CIÊNCIA



Há muito poucas equações, gráficos e cálculos na Bíblia, no Corão, nos
Vedas ou nos clássicos confucionistas. Quando as mitologias e escrituras
tradicionais estabeleciam leis gerais, estas eram apresentadas em forma
narrativa, em vez de matemática. 


Desse modo, um princípio fundamental da religião maniqueísta afirmava que o mundo é um campo de batalha entre o bem e o mal. Uma força maligna criou a matéria, ao passo que uma força benigna criou o espírito. Os humanos estão presos entre essas duas forças e devem
escolher o bem em detrimento do mal. 


Contudo, o profeta Mani não fez qualquer
tentativa de oferecer uma fórmula matemática que pudesse ser usada para
prever escolhas humanas por meio da quantificação da força respectiva dessas
duas forças. 


Ele nunca calculou que “a força atuando sobre um homem é igual à
aceleração de seu espírito dividida pela massa de seu corpo”.
terça-feira, 17 de outubro de 2017 0 comentários

"O-" NEGATIVO DOAÇÃO DE SANGUE, URGENTE!

Gente por favor, vamos compartilhar no face, nos grupos, etc. Assim tem mais chance de encontrar doadores compatíveis.



terça-feira, 10 de outubro de 2017 0 comentários

DEFENDER TODAS AS CRIANÇAS...TODAS AS CRIANÇAS




Segue uma pequena sugestão de reflexão sobre o modo como estamos concebendo a infância nos últimos tempos.

Se você se incomodou e se indignou com a interação de uma criança com um homem nu naquela exposição em São Paulo, afirmando que aquilo era ""pedofilia"" e um ataque à dignidade daquela, ok, tudo bem, vamos lá.

Seria importante também orientar toda a indignação, se de fato houver uma preocupação com a dignidade das crianças em geral, com estas da Rocinha que foram obrigadas (provavelmente não pela primeira vez) a passar diante de dois corpos de pessoas assassinadas jogadas no chão quando iam (ou voltavam) da escola. Elas foram submetidas, forçadamente, a mais uma experiência de terror, que muito provavelmente marcará para sempre as suas vidas.

Estas crianças da Rocinha, em relação às quais há pouca ou nenhuma indignação, são jogadas, contra a vontade, no meio de uma guerra inventada, que não lhes diz respeito, mas que interfere enormemente em seu cotidiano. Uma guerra que limita seus horizontes de existência.

Se você se horrorizou mais no caso da interação artística e menos diante da exposição à morte cotidiana nas favelas, talvez seja porque você acredita que há crianças mais dignas de atenção e cuidado do que outras. Ou se defende todas ou... se defende todas!
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O BAIXIO DAS BESTAS CONTINUA


Os MORALISTAS de plantão não precisam se preocuparem: a cultura atual tem mostrado muito mais disposição para abraçar a ignorância do que qualquer cultura anterior.

É muita gente crendo e disseminando verdades absolutas enquanto o BAIXIO DAS BESTAS continua.


sexta-feira, 6 de outubro de 2017 0 comentários

SABEDORIA ...



Hércules levanta a pele do mar e Vênus pára um instante de despertar amor, 1963: ARTISTA: SALVADOR DALI.


Sabedoria é ouvir a verdade do outro. Temos nossas diferenças, é claro. Cada um de nós tem seu próprio sistema de valores e seus pontos de vista. Cada um de nós é um ser único. Somos in-divíduos. Respondemos a estímulos iguais de formas diferentes.

Lembre-se: Hércules estrangulou a serpente horrorosa ainda no berço, enquanto Íficles, seu irmão gêmeo, fugia horrorizado.

Então, antes que o meu barco singre os mares desta vida, encho-o de coragem e de remos, iço as velas, desfaço todos os planos, jogo longe a bússola da normalidade, rasgo esses mapas que me deram, crio meu próprio Destino — e me afundo no desejo de amar.

Quero de novo criar uma tempestade no teu coração!
quinta-feira, 5 de outubro de 2017 0 comentários

O HOMEM NEGRO SENTE DOR?


quarta-feira, 4 de outubro de 2017 0 comentários

PINTO PEQUENO!



O pinto pequeno sempre foi 'apesar de'
Por exemplo: nunca, jamais, em nenhuma situação, conheci uma mulher que dissesse: "eu gosto de pinto pequeno" ou "eu prefiro pinto pequeno" ou "o que mais me atrai nele é aquele pinto pequeno". Nunca. Se essas mulheres existem, eu não conheço. Ou conheço, mas nunca ouvi essa confissão. O pinto pequeno, na relação entre gêneros, sempre foi "apesar de".

Pinto pequeno não é uma paixão feminina. Talvez seja, aliás, a característica masculina com maior índice de rejeição. Desconheço, no entanto, que mulheres andem pedindo ao namorado, que coloque "uma prótese pra aumentar isso aí". Nunca ouvi uma mulher brincar que ia trocar um marido de 10 por dois de 20cm, pra ser mais feliz. Não é comum que a gente diga: "isso é que é homem e não aquela coisinha miúda que tenho em casa", diante de um bom volume na calça do transeunte. Nem mesmo quando é o caso. Em geral, os corpos dos homens vivem em perfeita paz.

Fora o bullying dos amigos, a vida não é tão ruim, pros homens menos dotados. Certamente, mas confortável do que as das moças que, "por infelicidade", estão "fora do padrão". A maioria das mulheres sabe como agir ao se deparar com um tamanho P.  É o corpo do outro, afinal, e sabemos respeitar. Fora que, outras qualidades compensam, a depender do rapaz. Em qualquer situação, a generosidade feminina salva a pátria. Uma especialidade nossa sempre servida, em doses cavalares, a homens em situação de vulnerabilidade. Inclusive sexual.

Mesmo com esse tratamento elegante, os rapazes de menores dotes carregam uma certa vergonha. Todos, ou a grande maioria. E eu fico imaginando o que seria desses seres tão frágeis se passassem pela metade da exposição, se sofressem apenas uma parte das avaliações a que nós, mulheres, somos submetidas, desde sempre. Dos nossos corpos, das nossas roupas, do nosso jeito de ser. Principalmente por eles, que, no mínimo, acham normal. Sobreviveriam? Não sei. 

Nós continuamos aqui.
Tive um namorado que disse:"você faz academia pra ficar bonita pra mim". Deu pena, não vou mentir. Sacudi a cabeça fingindo concordar e pensando que aquele raciocínio torto era o começo do fim. Um incentivo, ele achou, coitado. Romântico, até. E, nos olhos dele, a ingenuidade de quem não viu o tempo passar, de quem não percebe a própria fragilidade. 

Estávamos em diferentes tempos, em flagrante descompasso. Meses depois, desisti.
Não é mais isso, amor. Não, não é mais assim. E muita coisa virou piada. "Depois que nosso filho nasceu, minha mulher ficou descuidada", reclama o marido que sequer corta as próprias unhas com uma periodicidade aceitável. "Toda gorda é carente", decreta o halterocopista do alto da própria barriga de chope, se sentindo desejado. Todos, todos eles, patéticos e deslocados. 

Todos viúvos do discurso que diz: é aos homens que servem os corpos femininos. São eles que precisam aprovar. Sério? A gente aprendeu a rir.
Sim, ainda é muito por eles que movimentamos milhões, em cirurgias plásticas. Ainda não é passado. Ainda é pelos carecas, barrigudos e ejaculadores precoces que, por essas naturalidades humanas, não costumam ser incomodados. Aqueles que sequer cuidam do ronco, mas nos exigem juventude e frescor, vaginas "rejuvenescidas" e depilações totais. Por eles, que tem seus corpos preservados enquanto vivemos em exposição. Autoestima aos pedaços. Bulimia, anorexia, depressão. Já deu. É impossível ser feliz com a referência fora de nós. Ninguém merece essa dor. E não estamos no mesmo lugar.

Vejo alguma subversão. Saltos baixos no tapete vermelho. Unhas ao natural. Gordas em mini biquínis. Peitos caídos sem sutiãs. Se não gosta, pra que vestir, pra que fazer, pra que usar? Faz se quiser, pelamor! Nada disso é obrigação. Já brincamos com o discurso padrão, aquele que diz: "mulher tem que ser vaidosa" ou "mulher pra mim tem que ser assim". Uma ova! "Não gosto de cabelo grisalho". Ok, mocinho. Então vai lá e pinta o seu.

Ombro a ombro, meu irmão. Em tudo e também nisso aí. Nossos corpos não precisam de ajustes. A gente faz, se quiser. Não carecemos de "consertos" muito mais do que vocês. Se não gostar, tem quem goste e espelho não é gabarito do que se espera de mim. O meu, aprendeu a dizer:"sua referência sou eu, você precisa agradar a você". A gente é que decide e o assunto morre assim.

(O resto é sociologia, antropologia e política)

(O que é feio hoje, quem sabe é bonito amanhã? Referências estéticas nascem de comportamentos e parece que essa nova liberdade, esse foda-se pro padrão, molda corpos e atitudes de beleza original. Acho lindo, veja aí)
(Eu escolho o meu olhar)

*Flavia Azevedo
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DEPRESSÃO. A DOR DE EXISTIR!


Todos podemos ficar depressivos. Somos humanos sofremos perdas, decepções, insatisfações, etc. Mas a religião, o meio social e agora até uma tal de Psicologia Positiva diz que você tem que mostrar estar sempre Bem. Mas por dentro tudo desmorona. 
Somos um acumulado de entulho. 

 Pessoas depressivas são chatas. Nos colocam para baixo. Acabam com nosso passeio de fim de semana. "Têm energia ruim". Então cada um vai sobrevivendo como dá. Mas o suicida nos lembra que há sempre aqueles que não suportam tanta dor.

Jaqueline Ramiro
segunda-feira, 2 de outubro de 2017 0 comentários

TODA NUDEZ SERÁ CASTIGADA


Um artista nu permite que espectadores manipulem suas articulações. Uma criança, acompanhada da mãe, toca no seu pé.

Sugiro às pessoas que viram erotismo nessa cena que procurem tratamento psicológico. Amigo, você sofre de alguma doença grave: ou tem tesão em crianças, ou tem tesão em pés, ou tem tesão em crianças tocando em pés. Ou é pedófilo, ou podófilo, ou pedopodófilo.

A cena em questão é tão erótica quanto o teto da Capela Sistina (em que Adão, vale lembrar, estava pelado) ou aquela cena do "E.T." em que a criança toca no dedo do extraterrestre (em que Adão, vale lembrar, estava pelado, vestindo apenas um cachecol). Deve ter gente que vê erotismo nisso. 

E deve ter gente que vê, inclusive, na extremidade vermelha do dedo do E.T. um símbolo fálico. Mas o problema é delas, e não do E.T.. O tesão é de quem vê. O mesmo vale para quem se escandaliza com o seio de uma mãe que amamenta. Isso é coisa de gente muito tarada. Por acaso, o Brasil tá cheio delas.

José Wilker contava que tinha um parente que se relacionava sexualmente com uma cabra, e todo o mundo sabia disso. O tal parente, quando viu "Dona Flor e seus Dois Maridos", ficou tão chocado com a cena da nudez que cortou relações com o Wilker. Brasil, o país em que só a nudez choca. Todo o resto é perdoável.

Viva o país em que o topless é proibido, mas a ejaculação no ônibus é tolerada. Um país em que uma exposição dita profana é cancelada, mas o mandato do Aécio segue firme e forte. O país em que o professor não pode ter partido, mas pode ter igreja, e fazer propaganda da igreja, mesmo na escola pública.

Sabe o que é um crime contra a infância? Ensinar criacionismo nas escolas. Crime contra a infância é a música gospel da Aline Barros que ensina as crianças a pagarem o dízimo: "Jesus se agrada, Jesus se agrada / da ofertinha da criançada / Tirilim, tim, tim / oferta vai caindo dentro da caixinha".

Brasileiro tem orgulho de dizer que adora crianças. Não sei de quais crianças a gente tá falando. Seis milhões de crianças no Brasil vivem em situação de extrema pobreza -muitas delas na rua. Ninguém parece tão chocado quanto com a exposição do MAM. Talvez essas crianças precisassem assistir a uma nudez indevida, talvez precisassem tocar no pé de um artista nu. Aí, sim, o Brasil ia rodar a baiana. "Miséria, desnutrição, analfabetismo, vá lá. O importante é que essa criançada não veja um pinto!"

Gregório Duvivier
sábado, 30 de setembro de 2017 0 comentários

QUANDO A MORAL CRUZA BRAÇOS COM A HIPOCRISIA



Odeio todos que não pensam como eu. Me inflama o ódio quando alguém exprime opinião divergente da minha. Chamo isso de DESRESPEITO. 

 A liberdade do outro me incomoda profundamente. Desejo castrar tudo aquilo que não consigo ser ou fazer. 
Assim fui criado, assim todos devem ser. 

Meu credo faz de mim uma pessoa superior. Errado são sempre os outros. 

De quase nada sei, mas tenho convicção de tudo. Não é preciso saber para dar opinião, basta escrever. E aqui estou. 

O uso da internet me deu super poderes. Falo muito, sem ter nada a dizer, mas há sempre mentes vazias dipostas a serem preenchidas com qualquer entulho. 

E Ignorantes a qualquer possível mal replicam minhas falas sem qualquer reflexão. São ECOS. É nesse coro que encontro minha razão. 

Sai da minha garganta e os meus seguidores acompanham: 

MORAL... moral, moral. Mas há sempre alguém para ser voz discordante a gritar, ainda que só,

HIPOCRISIA, HIPOCRISIA... HIPOCRISIA!
sexta-feira, 29 de setembro de 2017 0 comentários

PEDOFILIA EM EXPOSIÇÃO NO MUSEU DE SÃO PAULO



Uma performance que ocorreu durante a abertura da 35ª Mostra Panorama da Arte Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), gerou polêmica na internet, mesmos depois do museu informar que a apresentação do coreografo Wagner Schwartz não tinha teor erótico. Em nota, o museu explica que tem o costume de sinalizar as exposições e performances com tema "sensível à restrição de público", 

Imagens mostram uma criança tocando um homem nu, com o pênis a mostra, durante o evento, passaram a circular nas redes sociais na noite de quinta-feira (28).

Pedofilia, putaria disfarçada de exposição artística e até mesmo pronunciamentos do tipo: essas coisas só acontecem no Brasil!

  
Bem. Na Europa uma apresentação dessas não farinha nem cosquinha no ego de ninguém. A maioria não vê pecado no corpo ou na nudez e sim nas intenções das pessoas. Acaba que a apresentação foi um estupro a mentalidade ideológica de alguns.

Terrível uma inocente criança tocar com naturalidade um outro corpo humano. Esse absurdo não pode acontecer, porque o humano é sujo, pecaminoso e algumas vezes se esconde atrás de "MORALIDADES" para que OS OUTROS não percebam as PERVERSÕES do seu pensamento.

Vamos mandar preder os poucos Índios que restam, pois seguindo a lógica dos internautas ultra moralizados, todos são pedófilos. 

Eu pergunto a você: a criança foi estuprada? Sofreu algum trauma? Algum tipo de violência? Pois o que vejo nas imagens é apenas o toque em um corpo humano. 

Todo meu apoio ao artista e idealizadores da exposição. Vejo que aqui a arte cumpriu sua função. Mexeu com os sentimentos, deixou muita gente em conflito interno. E sobre tudo abriu um importante espaço para discutirmos assuntos ligados a sexualidade, libido, etc. 

Obs. A MAIOR PARTE DA VIOLÊNCIA SEXUAL À CRIANÇAS E ADOLESCENTES ACONTECE NO AMBIENTE DO PRÓPRIO LAR, E POR PESSOAS ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA.
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O TEMPO PRESENTE E O TEMPO PASSADO



"O tempo presente e o tempo passado
Estão ambos talvez presentes no tempo futuro
E o tempo futuro contido no tempo passado
Se todo o tempo é eternamente presente
Todo o tempo é irredimível
O que podia ter sido é uma abstração
Permanecendo possibilidade perpétua
Apenas num mundo de especulação

O que podia ter sido e o que não foi
Tendem para um só fim, que é sempre presente
Ecoam passos na memória
Ao longo do corredor que não seguimos
Em direcção à porta que nunca abrimos
Para o roseiral.
As minhas palavras ecoam
Assim, no teu espírito...

Mas para quê
Perturbar a poeira numa taça de folhas de rosa?
Não sei.
Vai, vai, vai, disse a ave;
O gênero humano não pode suportar tanta realidade.
O tempo passado e o tempo futuro
O que podia ter sido e o que foi
Tendem para um fim, que é sempre presente."

T.S. Eliot
 
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