2c6833b0-77e9-4a38-a9e6-8875b1bef33d diHITT - Notícias Sou Maluca Sim!: Giambattista Vico (1668 - 1744)
segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Giambattista Vico (1668 - 1744)



Sentenças:
- A fantasia é mais forte quanto mais fraco for o raciocínio.
- O governo segue a natureza dos governantes.
- A poesia dá senso ao insensato.
- A ordem das ideias deve seguir a ordem das coisas.
- A fantasia é a memória dilatada.

Vico é um crítico da filosofia de Descartes e se diferencia dos pensadores iluministas por refletir sobre a religião e a política de forma conservadora tendo por base as teorias do passado e utilizando uma linguagem essencialmente teológica.
A história para Vico é um fluxo evolutivo de acontecimentos que nos leva a uma razão esclarecida, mas para ele existem verdades humanas que não podem ser demonstradas através das evidências racionais como as verdades da história, da poesia, da pedagogia da medicina, do direito, da política, da arte e da moral.

O método racional geométrico cartesiano não nos garante a verdade dos nossos conhecimentos sobre as coisas humanas; a razão e a geometria funcionam muito bem com os números e grandezas mas não tem a capacidade de abranger e explicar as outras matérias, especialmente as humanas. O conhecimento e o entendimento sem defeitos é uma característica de Deus, a nós humanos resta um pensar limitado que vamos reunindo conhecendo algumas características dos objetos que percebemos. 

Nós e Deus conhecemos as coisas que fazemos, como Deus criou o objeto real ele tem o real conhecimento de tudo, nós conhecemos e criamos objetos ilusórios como a matemática que podemos entender verdadeiramente pois ela é o resultado de uma operação intelectual humana. Para Deus fazer e conhecer são a mesma coisa, para os homens não.

Vico considera que Descartes errou ao acreditar que a matemática, uma criação humana, poderá entender o restante do universo que é uma criação divina. A razão é a consciência do ser, mas não o conhecimento dele. A razão humana não é a causa da existência do homem, não foi a razão que criou o meu corpo, portanto não é ela que vai entendê-lo. A razão também não é a causa da minha mente pois a nossa reflexão é um vestígio, um recurso utilizado pela mente para tentar conhecer, mas não é a totalidade da nossa mente. O pensar nos dá o conhecimento da nossa existência, mas não nos garante o conhecimento total de quem realmente somos.
Giambattista diz que os filósofos e historiadores de sua época estavam fazendo da história uma invenção, uma ilusão criada para exaltar nações ou determinados personagens históricos. A história como exaltação de fatos ou personalidade não representa os princípios fundamentais do homem e da história, que é uma criação do homem. A história tem que ter uma ligação real como o homem, caso contrário ela não se sustenta nem cria tradição.

O homem é o personagem principal da história porque é originalmente um ser sociável e ao se sociabilizar ele cria a história. Além de ser um animal sociável o homem é livre e por isso a história da humanidade é o resultado das escolhas dos homens de cada época. Segundo as palavras de Vico ?Enquanto animal o homem pensa somente em sua sobrevivência, mas quando cria família, tem mulher e filhos, ele busca sobreviver junto com sua cidade?.

Seguindo um pensamento de Platão, Vico divide a história em três períodos: dos deuses, dos heróis e dos homens, no primeiro os homens eram ignorantes, insensatos e prevalecia a animalidade, nessa época os homens pouco ou nada usam a reflexão, estão mais ligados aos sentidos. Na época dos heróis prevalece a fantasia, a imaginação, é um período onde a força é a base da estruturação social. No período dos homens o que se destaca é a razão, nessa época os homens atingem a consciência crítica e a sabedoria.

A história é o resultado também das ações divinas mas não de forma direta, para Vico a providência divina criou ideais a serem alcançados pelos homens. Ideais como justiça, verdade e o bem são objetivos que o homem tenta alcançar e tenta fazer isso de maneira livre.

No estudo da linguagem, Vico acredita que o modo de falar popular testemunha com mais veracidade os costumes de um povo. Os sistemas de comunicação que perduram em uma determinada língua são a expressão mais fiel da vida dessas pessoas, razão pela qual não é possível entender uma sem compreender a outra.
O mundo não pode mais ser visto como um Deus, mas como uma enorme maquina que funciona com rodas, cordas, roldanas, pesos e molas. Essa máquina foi criada por uma inteligência superior e livre de defeito, que é Deus.


Grande polêmica em sua época foi a crítica que fez às religiões dizendo que elas tentam extinguir as paixões. É loucura uma pessoa tentar destruir suas paixões através da fé, tentar acabar com os desejos, com o amor e com os outros sentimentos é deixar de ser humano e se transformar em um monstro. Um ser humano equilibrado moralmente é um ser humano que tem suas paixões em harmonia e não um homem que não tem paixões.

São as grandes paixões que fazem os homens fazerem grandes coisas, grandes paixões produzem grandes homens, paixões modestas produzem homens comuns e um homem sem paixões é um homem medíocre. Reprimir as paixões pode destruir um ser humano com grandes capacidades.

Em suas crítica às religiões diz ainda que o milagre é um absurdo contra a natureza, duvida dos milagres de Cristo e diz que não acredita que um homem possa ressuscitar. Não acredita na sacralidade da Bíblia nem na infalibilidade da igreja, pois quem estabelece a divindade das escrituras é a igreja e a igreja obtêm seus fundamentos nessa mesma escritura. Para Diderot pensar que Deus não existe causa muito menos terror do que pensar que existe um Deus punitivo que quer controlar as paixões humanas.

Em seus escritos sobre estética Diderot apresenta a ideia de que a beleza é uma necessidade natural do ser humano, o belo inicialmente aparece no homem através da simetria e da ordem e a partir delas se desenvolve para outros ramos e outros aspectos. 

Essa necessidade de beleza nasce das experiências que os homens têm em sua vida e mesmo que Deus não existisse ela existiria.
A beleza é determinada pela relação que temos com os objetos e conforme relacionamos os objetos entre si, é essa relação que vai definir a beleza na música, na literatura, na moral, na natureza e na arte.

0 comentários:

Postar um comentário

Obrigada pela sua opinião e um grande abraço de Jaqueline Ramiro/blog Sou Maluca Sim!

 
;