2c6833b0-77e9-4a38-a9e6-8875b1bef33d diHITT - Notícias Sou Maluca Sim!: CONHECES A "OUVIRTUDE"?
terça-feira, 21 de maio de 2013

CONHECES A "OUVIRTUDE"?



Um dos maiores problemas de comunicação, tanto a de massa como a interpessoal, consiste em descobrir como o outro ouve, se é que ouve...

A mesma frase permite diferentes níveis de entendimento. Raras, raríssimas, as pessoas que procuram ouvir exatamente o que a outra está dizendo.

Diante desse quadro venho desenvolvendo uma série de observações, divido-as com você que, por certo ajudará passando-me as pesquisas que tenha a respeito. Observo que:

1. Em geral o receptor não ouve o que o outro fala. Ouve o que o outro não está dizendo.

2. O receptor não ouve o que o outro fala. Ouve o que quer ouvir.

3. O receptor não ouve o que o outro fala. Ouve o que já escutara antes e coloca no que o outro está falando.

4. O receptor não ouve o que o outro fala. Ouve o que imagina que o outro ia falar.

5. Numa discussão, os discutidores não ouvem o que o outro está falando. Ouvem o que estão pensando para dizer em seguida.

6. O receptor não ouve o que o outro fala. Ouve o que gostaria de ouvir ou que o outro dissesse.

7. O receptor não ouve o que o outro fala. Apenas ouve o que está sentindo.

8. O receptor não ouve o que o outro fala e, sim, o que já pensava a respeito daquilo.

9. O receptor não ouve o que o outro está falando. Ele retira da fala apenas as partes que tenham a ver consigo e: concordem, emocionem, agradem ou molestem.

10. O receptor não ouve o que o outro está falando, e, sim, o que confirme ou rejeite o seu próprio pensamento. Vale dizer, transforma-o em objeto de concordância ou discordância.

11. O receptor não ouve o que o outro está falando, mas o que possa se adaptar ao impulso de amor, raiva ou ódio que já sentia pelo emissor. Concordância ou discordância camuflam-se de racionais, porém são empáticas. O mundo é regido tanto pela economia quanto pela empatia. Argumentos são disfarces intelectuais da simpatia...

12. O receptor não ouve o que o outro fala e, sim, apenas os pontos que possam fazer sentido para as idéias e visões que no momento estejam influenciando ou comovendo.

Esses doze itens mostram como é raro e difícil conversar. Como é raro e difícil se comunicar! O que há, em geral, são monólogos simultâneos à guisa de conversa ou monólogos paralelos, à guisa de diálogo. O próprio diálogo pode haver sem que, necessariamente, haja comunicação. Pode haver até um conhecimento a dois sem que necessariamente haja comunicação. Esta só se dá quando ambos os pólos ouvem-se, não, é claro, no sentido material de "escutar", mas no sentido de procurar compreender em sua extensão e profundidade o que o outro está dizendo.

Ouvir, portanto, é muito raro. É necessário limpar a mente de todos os ruídos e interferências do próprio pensamento durante a fala alheia. O filtro do preconceito não está na mente e sim no ouvido.

Ouvir implica numa entrega ao outro, numa diluição nele. Daí a dificuldade de as pessoas inteligentes efetivamente ouvirem. A inteligência em funcionamento, o hábito de pensar, avaliar, julgar e analisar interfere como ruído, na plena recepção do que vem de fora. E mesmo de dentro... Ouvir-se é tão raro e difícil quanto ouvir o outro.


Não é só a inteligência a atrapalhar a plena audiência. Outros elementos perturbam o ouvir. Um deles é o mecanismo de defesa. Há pessoas que se defendem de ouvir o que as outras estão dizendo, por verdadeiro pavor inconsciente de se perderem de si mesmas. Elas precisam "não ouvir" porque "não ouvindo" livram-se da retificação dos próprios pontos de vista, da aceitação de realidades diferentes das próprias, de verdades idem e assim por diante. Livram-se do novo, que é saúde, mas as apavora. Não ouvir é, pois, sólido mecanismo de defesa.

Ouvir é um desafio de abertura interior; de impulso na direção do próximo, comunhão. Ouvir é nobreza e virtude.Deveria haver a palavra "OUVIRTUDE"... Ouvir é raridade, ato de sabedoria.

Só depois que se aprende a ouvir começa a sabedoria. Descobre-se, então, o que os outros estão dizendo a propósito de falar.

Fonte: Arthur da Távola. Amor a si mesmo.

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