2c6833b0-77e9-4a38-a9e6-8875b1bef33d diHITT - Notícias Sou Maluca Sim!
terça-feira, 30 de julho de 2013 0 comentários

O CASTIGO


Depois que sofri o estupro tomei pavor do tal Paulo, namorado da minha mãe. Não sei explicar exatamente o porque, mas também fiquei com muito nojo a ponto de nem mesmo querer beber água no mesmo copo que ele tivesse bebido. 

Não preciso dizer que se minha mãe me tratava mal antes do ocorrido depois tudo ficou muito pior. Era tortura mesmo.
E infelizmente eu não tinha como escapar disso, pois minha avó me obrigava a ir com minha mãe e a verdade é que meus parentes não estavam disposto a se envolverem em um caso desses, então só restava aguentar firme a situação.  Mesmo a intervenção do meu tio durou por pouco tempo por não agradar a esposa dele.  

Minha mãe me beliscava, me batia com o cuidado de não deixar muitas marcas, e quando alguém notava as marcas ela dizia que tinha sido algum tombo ou algo assim.  Me deixava trancada dentro do banheiro.  Muitas vezes  me  deixava sem comer o dia inteiro, coisa que me acostumei com o passar do tempo. E palavras como puta, vadia, eu já considerava como apelidos de tanto que eu era chamada assim. 

Minha mãe sempre foi uma pessoa criativa e talvez por isso tenha arranjado tantas formas diferente de me humilhar. Uma a qual me recordo bem foi o DIA DA CADELA.

 Cadela era um dos apelidos carinhosos que recebi de mamãe, principalmente, por ter mordido o Paulo. Então para que eu não esquecesse e todos ficassem sabendo que eu era uma cadela, minha mãe apanhou 5 ossos cozidos de costela e me obrigou a andar para todo canto carregando esses ossos nas mãos. E se por acaso ela me visse sem eles eu apanhava novamente. 

Nesse dia que sucederam muitos outros eu fui colocada na vila desde de cedo para brincar com as outras crianças. Quando meus primos me viram com os ossos, que eu não podia soltar, riam, debochavam... e eu ali segurando os ossos. 

 Minha tia N... chegou a perguntar a minha mãe sobre os ossos, minha mãe respondeu que eu adorava ficar roendo ossos (claro que isso foi ironia), e que eu teria dormido mastigando um e quase morrendo sufocada com o osso atravessado na garganta. Então para que eu não roesse mais osso era esse o motivo do castigo. 

Depois disso minha tia passou a ser fiscal dos ossos. Se por alguma razão eu me descuidasse deles ela através da zombaria acompanhada pelo coro dos meus primos me fazia apanha-los imediatamente e comunicava o meu desleixo a minha mãe que me humilhava, batia e ameaçava me matar se eu abrisse a boca para contar o que fosse para alguém. 

Você que está lendo isso deve está pesando que minha mãe era o capeta, mas se engana completamente. Minha mãe era muito dissimulada. Bonita e quase sempre agradável a todos.

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terça-feira, 23 de julho de 2013 0 comentários

ALGUMA INTERVENÇÃO



Não sei bem o que foi conversado, mas lembro da minha tia perguntar porque eu estava andando daquele jeito. 

Resultado 

Minha mãe me jogou encima da mesa tirou a parte de baixo da minha roupa na frente de todo mundo, incluindo o monstro, e disse:

- Fala N...(nome da minha tia) o que você está vendo ai? Essa filha da P... está enganando você. Ela não tem nada.

- Mas L...( como minha mãe era chamada) ela está machucada.

- Machucada? Machucada como? Isso é assadura porque essa porca não se limpa direito. Essa putinha está mentindo, não vale nada, mas se você quiser pode levar ela para a sua casa. Fica com ela que você vai ver o que é bom.

A pesar da pouca idade senti muita vergonha de ficar pelada de pernas abertas na frente de todos. Minha avó me criou de forma que era pecado até colocar as mãos nas partes intimas.

A mando do meu tio, minha tia me levou para a casa dela onde dormir aquela noite na paz de Deus.

Continuei indo os fins de semana para a casa da minha mãe, mas toda vez que o monstro estava lá meu tio vinha me apanhar para dormir na casa dele.

Tio A... Muito obrigada por me salvar. Não sei o que teria acontecido sem a sua intervenção.


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MEDO



De manhã bem cedo com o dia amanhecendo o monstro foi embora. 

Nesse dia minha mãe me chamou pelos piores nomes que se possa imaginar e me bateu muito. Muito mais que o normal. Me deixou vestida só de calcinha, colocou em mim uma bolsinha que ela usava para carregar os cigarros, abriu a porta e me jogou do lado de fora porque ela não queria puta dentro da casa dela.

Passei toda a manhã do lado de fora, mas dentro da vila. Sem comer, sem beber água.

Esse vila era bem dizer só de parentes, mas parece que ninguém deu conta ou não quis dar conta do que estava acontecendo. Ou talvez já estivessem acostumados com a confusões da minha mãe, não sei.
Não bati na porta de ninguém para pedir ajuda princialmente por medo. se abrisse a minha boca para falar qualquer coisa minha mãe me mataria.

Fiquei nessa situação até uma prima mais velha chegar da escola e perguntar porque eu estava apenas de calcinha e do lado de fora de casa. Ela chamou a minha mãe e não me recordo o que ela respondeu. Minha prima entrou para a casa dela , mas em poucos minutos voltou e me levou para a casa dela onde me deram a tarde o que seria o almoço.

Não preciso dizer que por conta da dor que eu estava sentido não estava conseguindo andar de forma natural e acho que foi isso acabou chamando a atenção da minha tia. Pois juro que o medo não me permitia dize nada a respeito.

Quando foi a noite essa minha tia e mais uma outra foram conversar com minha mãe e o monstro tinha voltado. Ele estava dentro de casa.

Meu Deus que medo eu tive naquele momento. só eu sei.

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VAZIO


Até que certa noite minha mãe saiu me deixando sozinha com o monstro. Ele foi tomar banho e deixou a porta do banheiro aberta. uma porta que sempre se fechava por conta do peso. Eu não sabia nem porque, mas já tinha medo dele. Quando a gente é criança não entende bem as coisas,mas o medo se fez presente não sei explicar exatamente o porquê.

Ele saiu do banheiro apenas com uma toalha branca na cintura. Eu estava no quarto assistindo TV.

Ele me puxou pela cabeça e queria que eu colocasse minha boca nas partes intimas dele. Como me neguei a fazer ele me agarrou a marra e tampou a minha boca. Me debati, desesperada tentei me saltar de todos os mode e ainda consegui morder a mão dele, mas não adiantou ele conseguiu me machucar e minha mãe chegou bem na hora do ato.

Ela ficou enfurecida e perguntou o que estava acontecendo. Eu corri para o lado oposto da cama e senti muita dor. Eu estava sangrando.

Me recordo dos dois começarem a discutir e ele mostrou que eu havia o mordido. Minha mãe me arrastou bruscamente pelo braço até o banheiro me deu banho.

Essa noite eu dormi no chão e os dois dormiram juntos na cama.
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TRISTEZA


Minha mãe tinha arrumado mais um namorado. Esse chamava-se Paulo e morava no bairro do Flamengo em um apartamento com vista para o mar.Trabalhava no cais do porto, lugar onde eles se conheceram. Até hoje não sei o que ele fazia exatamente, mas lembro que estava sempre armado.

Minha mãe estava com os seus 30 e poucos anos e ele com 42.Lembro dos comentários maliciosos que ouvia quanto a isso.

Ele trazia muitos presentes para a minha mãe e ao que parece ajuda a pagar umas contas.

Como namorado ele tinha livre acesso a casa que ficava na rua Comendador Siqueira em Jacarepaguá.

Como nunca tive uma cama minha nem na casa da minha mãe, nem na casa da minha avó dormíamos os três na mesma cama.

E me recordo de acordar uma noite com ele passando a mão entre as minhas pernas.

Falei com a minha mãe, mas ela não deu qualquer importância. Foi apenas o começo de um tristeza que eu carrego até os dias de hoje.
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ANIVERSÁRIO CHEGANDO


No próximo dia 12 de agosto completarei 30 anos. Parece até ironia, 30 anos de um aborto que não deu certo, 30 anos da filha do Fuscão.

Não pensei que chegaria tão longe, mais aqui estou e me despedindo de alguns demônios. Não chegarei aos meu 30 anos sufocando o grito de dor.

Hoje eu sei quem sou e tenho maturidade de pessoa adulta.

Digo a mim mesma contrariando a tudo que me foi imposto pelos que me cercavam:

eu não sou responsável por ter sofrido estupro a os 5 anos de idade.

eu não sou responsável por ter sofrido estupro a os 5 anos de idade.

eu não sou responsável por ter sofrido estupro a os 5 anos de idade.

eu não sou responsável por ter sofrido estupro a os 5 anos de idade.

eu não sou responsável por ter sofrido estupro a os 5 anos de idade.

eu não sou responsável por ter sofrido estupro a os 5 anos de idade.

eu não sou responsável por ter sofrido estupro a os 5 anos de idade.

eu não sou responsável por ter sofrido estupro a os 5 anos de idade.

eu não sou responsável por ter sofrido estupro a os 5 anos de idade.

eu não sou responsável por ter sofrido estupro a os 5 anos de idade.

EU NÃO SOU CULPADA

CHEGAAAAAAAAA!
segunda-feira, 22 de julho de 2013 0 comentários

CAIXÃO OU A MORTE


Está é a carta da transformação, renascimento e renovação.

Muitos a consideraram uma carta de perdas e realmente é, A PERDA DO PASSADO E DAS VELHAS OPINIÕES.Essa carta fala das transformações de crenças e mudança de padrão de comportamento. É mais uma questão psicológica, por tratar-se de um novo olhar, ou seja, resinificar os paradigmas.


O caixão representa as mudanças que fogem ao nosso controle,é a verdadeira transformação, pois são reações da vida, ou melhor, uma fase que necessita acontecer,já que ela fala de fins, de separações, perdas, mudanças, enfim, tudo aquilo que não deve continuar, que não tem mais vida mais utilidade hoje vão ficar no passado.
Costumo dizer quando tiro o Arcano XIII-A morte no baralho cigano é o dia da faxina.
AQUELE DIA EM QUE TUDO QUE FOR INÚTIL DEVE SER ELIMINADO.

Outro significado desta carta é o mundo interno do consultante, pois o caixão anuncia (ou denuncia) como o consulente se sente, como o consulente se encontra no momento da consulta com As Cartas Ciganas.

Às vezes o consulente encontra-se no meio do olho do furacão, num verdadeiro turbilhão, por encontrar-se numa forte transição em sua vida. Às vezes se sente perdido ou inseguro, mas não sabe como demonstrar isso e acaba se fechando. Outras vezes o consulente está paralisado, por não saber como agir.


Sabe aquelas decisões que você está se arrastando a muito tempo para tomar, pois então você demorou tanto que a vida está tomando a decisão por você, mas Olhe para a frente, vislumbre uma nova etapa com valores renovados e atitudes mais positivas.Não tenha medo das transformações, pois elas são necessárias para o seu amadurecimento.
Outra coisa: tenha muita atenção e guarde segredo de projetos importantes.
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ELOGIO DA DISTÂNCIA



Na fonte dos teus olhos
vivem os fios dos pescadores do lago da loucura.
Na fonte dos teus olhos
o mar cumpre a sua promessa.


Aqui, coração
que andou entre os homens, arranco
do corpo as vestes e o brilho de uma jura:

Mais negro no negro, estou mais nu.
Só quando sou falso sou fiel.
Sou tu quando sou eu.

Na fonte dos teus olhos
ando à deriva sonhando o rapto.

Um fio apanhou um fio:
separamo-nos enlaçados.

Na fonte dos teus olhos
um enforcado estrangula o baraço.

Paul Celan
sábado, 20 de julho de 2013 0 comentários

NOTAS ESSENCIAIS


Como é bom poder tocar um instrumento! Já dizia mano Caetano.
 Não toco um instrumento. Adoraria.

Meus pais me ofereceram a oportunidade, bem me lembro. Fiz uma aula experimental de piano, meu pai dizia que eu tinha mãos de pianista. Era um professor careca e de óculos, que, por infelicidade do destino, estava gripado naquele dia.

De quando em quando, caía um pingo de seu nariz sobre as teclas. Ele pedia desculpas, pegava o lenço, mas foi o suficiente. Eu não quis mais voltar. A coriza do velho professor cegou de vez a menina de nove anos para toda a felicidade que poderia estar por trás daquelas teclas molhadas.

Muito tempo depois, tentei até destrinchar um violãozinho, mas não consegui ir adiante. Canto no chuveiro.

Na escola dos meus sonhos, aprender a tocar um instrumento deveria ser matéria obrigatória.

Quiséssemos ou não, com professores gripados ou não, todos nós deveríamos sair da escola sabendo reproduzir uma frase musical qualquer, no mínimo compreendendo a mecânica da música, ainda que não fizéssemos nada com ela. Produzir música é capacidade humana que enriquece, sensibiliza e alegra qualquer um. É como saber ler. Merece ser cultivada. E mais: é necessidade.

Acho que todos os povos da humanidade produziram algum tipo de música. Estive certa vez no maravilhoso museu de antropologia da Cidade do México e fiquei encantada com a quantidade de instrumentos esquisitos produzidos por cada tribo ancestral. O que me faz crer que comer, beber, reproduzir-se, cantar e dançar são coisas essenciais à nossa existência.

Mãe esforçada que sou, ofereci desde cedo aulas de música aos meus pequenos. Matriculamos os dois na iniciação musical e, assim que foi possível, eles começaram as aulas de piano.

Agora, nosso caçula toca guitarra. Quer dizer, tínhamos dúvidas, porque só ouvíamos atrás da porta. Se entrávamos no quarto, ele parava.

Mas, faz alguns dias, o rapazinho começou a andar com sua guitarra pela casa e nos brinda displicente com alguns acordes, desde que não demonstremos atenção.

No outro dia, eu passava pela sala apressada procurando meu celular dentro da bolsa, quando fui surpreendida por um legítimo Led Zeppelin saindo de suas cordas. Nossa sala foi invadida por uma atmosfera encantada. Continuei procurando o celular como se nada fosse, mas não queria encontrá-lo nunca mais. Eu, que não posso subir a Teodoro Sampaio sem brilhar os olhos por seus violões, não consegui conter as lágrimas. Meu filho produz música.

DENISE FRAGA
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O MAL


Sou fascinado pela afirmação de que 'ninguém faz o mal voluntariamente, mas por ignorância'

"As crianças nascem más, elas melhoram crescendo, pois a cultura pode civilizá-las." Ao ler essa frase, apareceu-me a velha questão da "verdadeira essência" da nossa espécie.

Rousseau, filósofo suíço, século 18, achava que nossa natureza era originalmente boa, e que a cultura a corromperia (o "bom selvagem", como se os nascidos na selva não tivessem cultura).

Hobbes, filósofo inglês, século 16, acreditava na infinita capacidade de violência do ser humano, obrigado a contê-la para viver na civilização (na cidade, encontrando desconhecidos sem poder matá-los, como seria seu impulso de origem).

A frase não segue Hobbes, portanto. Ela seria mais o inverso perfeito da crença de Rousseu. Nossa espécie teria uma essência má, que a bondade da cultura amorteceria... um pouco.

Que maldade é essa? O que é o mal? O tema é vasto. Vamos pensar apenas na maldade humana. Ela teria a ver com infligir dano e sofrimento de maneira intencional e injusta (se você mata em legítima defesa, não praticou o mal).

No entanto, encontrar justificativa para a prática do mal é a coisa mais comum, não à toa Hannah Arendt escreveu sobre a banalidade do mal ao perceber que o nazista Adolf Eichmann acreditava que seu trabalho de extermínio de judeus era completamente justificado como o correto exercício do dever, e que não conflitava com o bom chefe de família que ele era.

A ética contempla os costumes. Depois do julgamento de Nuremberg não mais se justificam atos danosos pelo "cumprimento de ordens" --assim como, na época em que foi composta, "Nega do Cabelo Duro" não ofendia ninguém.

Lembrei-me dos pecados capitais: soberba, avareza, luxúria, ira, gula, inveja e preguiça. O curioso é que eles não são pecados em si, mas "capitis" (cabeça) de pecados, daí "capitais". Todos temos, como Hobbes observou, capacidade para eles, mas só quando a partir deles causamos dano/sofrimento intencional, cometemos pecado (ou crime), fazemos o mal com eles.

Mas, fazer o mal com a preguiça? Sim, pela omissão, pelo dane-se. A ganância está contida na avareza; a humilhação dos outros na soberba; os vícios na gula; a maledicência na inveja; o estupro na luxúria e assim por diante.

E a maldade das crianças, onde reside? Numa tira de quadrinhos (C. Schulz), o pequeno Linus, no recreio, fica fascinado com uma coleguinha linda, vai se aproximando dela devagar e finalmente, quando está junto a ela, não se contém e... Dá-lhe um soco no nariz! Maldade?

Não. Falta de instrumentos adequados para expressar a intensidade dos sentimentos que lhe assoberbavam. Como um bebê que chora por não saber falar.

Sou fascinado pela afirmação de Sócrates de que "ninguém faz o mal voluntariamente, mas por ignorância, pois a sabedoria e a virtude são inseparáveis."

Ela sugere que poderíamos prevenir o mal através do cultivo de instrumentos de expressão mais eficientes de nossos desejos e insatisfações. Do maior conhecimento de si mesmo e do outro. De maior sabedoria, que leva à consideração e à compaixão.

Sem excluir as leis e a cadeia, claro.

FRANCISCO DAUDT

 
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