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sábado, 11 de outubro de 2014 1 comentários

NÃO POSSO PARTIR



O que vai ser de ti
Quando a saudade de mim te sufocar, quando faltar teu cigarro,
Quando você sentir dor de cabeça durante a noite,
Quando você quiser cantar para mim,
E eu não estiver mais aqui para amar tua voz

O que vai ser de ti
Quando chegar em casa e o meu silêncio te invadir,
Quando a tua poesia me buscar e não me achar,
Quando não tiver camisa limpa no armário,
Quando tiver que almoçar sozinho

O que vai ser de ti
Quando quiser encostar teu corpo no meu
Apenas prá me alucinar de desejo antes de dormir,
Quando me quiser pelo simples prazer do meu gozo,
Me fazendo quase morrer de amar, entregue em tuas mãos.

O que vai ser de ti
Quando se lembrar do meu sorriso,
Quando seus cachinhos quiserem meu colo,
Quando não puder me mostrar Paris de novo,
Quando eu te fizer mais falta...

E o que vai ser de mim
Se você sobreviver ao fim?

Nan S-Claire

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PESQUISA DE PRINCETON QUEBRA MITO DE QUE PRÁTICA LEVA À PERFEIÇÃO



Estudo mostrou que treino intensivo tem
 impacto reduzido na hora de melhorar performances
Prática de esportes, no entanto,
é uma das que mais contribuem para melhora de desempenho


Quem não se lembra de seu professor ou de seus pais dizendo sempre que a prática leva à perfeição? Embora o conselho tivesse a melhor das intenções, como o estímulo ao estudo, a frase acima é cada vez mais contestada. Um estudo da Universidade de Princeton divulgado nesta semana jogou ainda mais água fria nesses ideais românticos ao afirmar que, dependendo da habilidade, o treino intensivo tem influência reduzida na capacidade de aumentar o desempenho.

Para chegar a essa conclusão, a pesquisa acompanhou a performance de 88 áreas, como esportes, educação, música jogos, e outras profissões. Após determinado período de tempo, os pesquisadores descobriram que, embora haja relação proporcional positiva entre a prática e a melhora de desempenho, os treinos representam apenas uma pequena quantidade na variação no nível de habilidade, de 12% na média geral.

Mas esse índice varia de acordo com cada área. Exercícios para melhorar o desempenho parece ter o maior efeito quando se trata de jogos, com 26% de impacto. O percentual também é acima da média para o domínio de instrumentos musicais (21%). Por outro lado, dentro da área estabelecida pela pesquisa como “educação”, a prática conta apenas com 4%.

Os dados agregados mostram também que, quanto mais previsível uma atividade é, mais vantajoso é investir em aperfeiçoar a habilidade. Dentro desse quesito, exercícios físicos como corrida ou musculação são os exemplos clássicos.

Mas o que contaria mais, então? O talento, a genética? Com o estudo, os pesquisadores de Princeton sugeriram que um dos fatores que podem desempenhar um papel importante na obtenção de especialização é a idade em que uma pessoa começa a praticar. Para eles, há um período de desenvolvimento ideal para a aquisição de habilidades complexas.

No entanto, segundo eles, a maior parte da variação na competência poderia ser uma mistura de inteligência e habilidades específicas, tais como a memória de trabalho.

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ALMA SOLITÁRIA



Ó Alma doce e triste e palpitante!
que cítaras soluçam solitárias
pelas Regiões longínquas, visionárias
do teu Sonho secreto e fascinante!

Quantas zonas de luz purificante,
quantos silêncios, quantas sombras várias
de esferas imortais, imaginárias,
falam contigo, ó Alma cativante!

que chama acende os teus faróis noturnos
e veste os teus mistérios taciturnos
dos esplendores do arco de aliança?

Por que és assim, melancolicamente,
como um arcanjo infante, adolescente,
esquecido nos vales da Esperança?!

CRUZ E SOUSA

Na cidade do Desterro, hoje, Florianópolis, nasceu João da Cruz e Sousa. 
Filho de escravos e alvo da hostilidade dos conterrâneos, o catarinense conquistou,
 após a morte, reconhecimento como um dos maiores poetas do País.



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SABEDORIA E A ALEGRIA



Vou ensinar-te agora o modo de entenderes que não és ainda um sábio. O sábio autêntico vive em plena alegria, contente, tranquilo, imperturbável; vive em pé de igualdade com os deuses.

Analisa-te então a ti próprio: se nunca te sentes triste, se nenhuma esperança te aflige o ânimo na expectativa do futuro, se dia e noite a tua alma se mantém igual a si mesma, isto é, plena de elevação e contente de si própria, então conseguiste atingir o máximo bem possível ao homem!

Mas se, em toda a parte e sob todas as formas, não buscas senão o prazer, fica sabendo que tão longe estás da sabedoria como da alegria verdadeira.

Pretendes obter a alegria, mas falharás o alvo se pensas vir a alcançá-la por meio das riquezas ou das honras, pois isso será o mesmo que tentar encontrar a alegria no meio da angústia; riquezas e honras, que buscas como se fossem fontes de satisfação e prazer, são apenas motivos para futuras dores. 

Sêneca

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ALGUÉM CHATEOU VOCÊ? SAIBA COMO SUPERAR



"O outro pode ser um espelho de nosso desconforto emocional"
Quantas vezes nos chateamos com as atitudes das outras pessoas?
Quantas vezes nos sentimos agredidos ou não levados em conta em função da forma de agir dos outros?
Você já se percebeu assim alguma vez em sua vida?


Se sim, te convido a uma reflexão sobre esse assunto.

Muitos de nós, em inúmeros momentos, ficamos chateados por conta de comportamentos que alguém teve conosco. Pode ser um familiar, um amigo, um vizinho ou até um total desconhecido. Fato é que, sob nossa percepção, aquele modo da pessoa conduzir a situação nós é bastante desconfortável, a ponto de ficamos mexidos emocionalmente.

Não temos controle sobre o comportamento dos outros. O que podemos fazer como um experimento, é sermos assertivos dizendo à pessoa que nos feriu o que aquela ação provoca em nós e, consequentemente, como nos sentimos.

Ser assertivo é muito mais eficaz do que ser passivo ou agressivo (veja aqui). No entanto, apesar de aumentar as chances, ainda assim não podemos determinar uma mudança na atitude da outra pessoa. Por isso, não deve-se basear sua assertividade no resultado que ela terá sobre o outro, mas sim, sobre como isso é uma boa maneira de você se expressar e não reter suas emoções (as quais podem ser somatizadas e causar inúmeros problemas de saúde).

O outro pode ser um espelho de nosso desconforto emocional

Fora a assertividade, há um outro ponto que gostaria de focar quando nos sentimos desconfortáveis frente aos comportamentos de outras pessoas. Podemos utilizar os outros como espelhos para nós, questionando tanto se temos atitudes parecidas ou ainda se fizemos algo que pudesse influenciar na ação desses.

É fácil apontar o dedo, criticar e/ou se desapontar quando alguém nos faz algo. Mas é difícil perguntarmos se em algum momento fizemos algo parecido com isso que nos incomoda.

Justamente esse comportamento percebido no outro, que nos causa tanto desconforto, não é por dizer algo a nosso respeito, ou será que nós mesmos não fazemos algo semelhante em outro contexto ou com outra pessoa?

Com essa reflexão podemos transformar um mal-estar em um aprendizado para nós, saindo da posição de vítima e passando para um papel ativo de agente de mudança.

Quantas vezes será que também magoamos, maltratamos, desrespeitamos outras pessoas? E... quantas vezes fazemos isso sem nem termos consciência do que estamos fazendo. Se nos sentimos destratados por que o outro também não se sentiria assim?

Se quisermos ser respeitados devemos respeitar os outros. Se quisermos que sejam gentis conosco, também devemos ser gentis. Se não queremos que levantem a voz conosco, falemos em voz baixa. Como o próprio ditado popular demonstra: devemos dar o exemplo e não somente falar ou criticar. Por isso mais do que você fala, perceba o que você faz.


Assumamos uma postura mais ética, cuidadosa, polida e amorosa e percebamos o resultado que ela tem no ambiente à nossa volta. Finalizo essa reflexão com uma belíssima frase de Gandhi, que justamente demonstra a ideia central desse texto: "Nos devemos ser a mudança que queremos ver no mundo."

 Thaís Petroff
sexta-feira, 10 de outubro de 2014 0 comentários

QUANDO EU TINHA 10 ANOS



Quando eu tinha 10 anos, eu morava na Miguel Lemos, estudava no Mallet Soares e me preparava para fazer a primeira comunhão na São Paulo Apóstolo.

Todo mundo se lembra de Gagarin, mas, quando eu tinha 10 anos, quem fazia sucesso era Titov, que, aos 26 anos, tornou-se o mais jovem astronauta de todos os tempos. Ou cosmonauta, como se dizia quando eu tinha 10 anos.Titov foi também o primeiro homem a dormir no espaço. Existe uma cratera na face oculta da Lua que foi batizada de Titov.

Num patrocínio da Casa Fernandes, a TV Rio apresentava “Ivon Cury é assim”, todas as quintas-feiras, às 21h05min, quando eu tinha 10 anos. Mas eu não assistia porque, na mesma hora, na TV Tupi, tinha “Espetáculo Tonelux”, com Consuelo Leandro, Grande Otelo, Neide Aparecida, Bené Nunes, o balé de Juan Berardi, os textos de Haroldo Barbosa e a direção de Geraldo Casé. E toda sexta-feira, às 21h42min, tinha “Travessuras do Golias”, também na Tupi

Quando eu tinha 10 anos, quem queria parar de fumar usava Nicotiléss, que era “inofensivo ao organismo”. Mas ninguém queria parar de fumar quando eu tinha 10 anos.

Todo mundo aprendia inglês no Ibeu, francês na Aliança, latim no colégio e não existia outra língua, quando eu tinha 10 anos.

Quando eu tinha 10 anos, o Rubem Braga anunciou numa crônica que iria ser embaixador do Governo de Jânio Quadros. Ao mesmo tempo, declarava que estava gripado. Só Rubem Braga sabia dar a mesma relevância a um cargo de embaixador e a uma gripe.

Compravam-se aparelhos de ar condicionado Westinghouse na Casa Garson, voava-se para Brasília em quadrimotores de alta classe da Real, usavam-se camisas Volta ao Mundo, quando eu tinha 10 anos.

Quando eu tinha 10 anos, inauguraram uma estátua do Bartolomeu Mitre em frente à Embaixada da Argentina.

As festas de aniversário eram animadas com bolos de sorvete Kibon. Eu abria O GLOBO para fazer o Jogo dos Sete Erros e ler as historinhas do Mandrake. Meu padrinho morava no Leblon, mas eu nunca ia lá por que era longe pra chuchu. Quando eu tinha 10 anos, dizia-se longe pra chuchu.

Quando eu tinha 10 anos, Maysa gravou um disco em Nova York no qual cantava pela primeira vez uma bossa nova, “Quem quiser encontrar o amor”, de Geraldo Vandré. Desde então, Vandré e a bossa nova nunca mais foram vistos juntos.

Quando eu tinha 10 anos,  a matogrossense Maria Stael Abelha, renunciou, e o título de Miss Brasil foi transferido para a gaúcha Vera Maria Brauner Menezes. Ela ficou em segundo lugar no Miss Beleza Internacional, ganhou os títulos de Miss Trajes Típicos e Miss Oratória e ainda quatro mil dólares. Com o dinheiro, comprou uma casa para a mãe. Quando eu tinha 10 anos, uma casa valia quatro mil dólares.

Eu fui ao Cine Riviera assistir a “Marido de mulher boa”, com Zé Trindade e Renata Fronzi, mas eu queria mesmo era ir ao Paissandu para ver “Vermelho e negro”, com a Danielle Darrieux, quando eu tinha 10 anos.


Quando eu tinha 10 anos, Walter Pinto apresentava no Teatro Recreio “O diabo que a carregue... lá pra casa”, “com a nova estrela Iris Bruzzi”. No Teatro Ginástico, Fernanda Montenegro, Italo Rossi e Sergio Britto estavam em cartaz com “O beijo no asfalto”. Morineau ocupava o Teatro Dulcina com “Frenesi”. E ainda havia uma campanha nos jornais que  implorava praticamente todos os dias: “Vamos ao teatro!”

ARTUR XEXÉO
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AMOR NÃO SE IMPROVISA


"Só damos aos outros aquilo que andamos recebendo a vida inteira"


Uma das minhas vizinhas de prédio gosta de me lembrar quanto pareço feliz desde que me casei. A gente se encontra no elevador, e ela, invariavelmente, observa que continuo com o sorriso dos homens apaixonados. Eu rio, embaraçado e contente, e conversamos um pouquinho. Além de gentil e afetuosa, minha vizinha é romântica. Ela perdeu o marido há pouco tempo, depois de um casamento de 30 anos, e projeta nas pessoas ao redor um pouco da felicidade que viveu. Ao agir assim, de maneira tão doce, ela me lembra que as pessoas dão ao mundo aquilo que receberam. Pode ser amor e gentileza, pode ser o contrário.

Isso é muito claro quando a gente entra na intimidade de um relacionamento. Em pouco tempo, começamos a perceber do que a outra pessoa é feita. Ou, melhor dizendo, de que tipo de experiência amorosa ela é constituída. Pode ser de um amor tranquilo e seguro, que resulta num tipo de gente. Pode ser de um amor escasso e algo desesperado, que dá outro tipo de ser humano. Pode ser - na pior das hipóteses - da falta de amor (ou da percepção da falta de amor, que dá na mesma). Dela resulta uma gente arisca, dura, refratária aos próprios sentimentos e aos dos outros.

A experiência universal sugere que a gente não escolhe por que tipo de pessoa se apaixonará. Quando se dá conta, já aconteceu - e estamos envolvidos, até o pescoço, com alguém que pode ser muito difícil de amar, por ter as piores experiências no assunto. Nenhum de nós tem currículo perfeito nesse tema. Posta no divã de um analista, a maioria revelaria buracos enormes na sua biografia afetiva. Alguns, porém, têm traumas mais visíveis, rombos escancarados que se traduzem, sobretudo, na falta de naturalidade quando se trata de afeto. Gostar para eles é difícil, doloroso, complicado. Receber o sentimento do outro também. O cotidiano da relação, que exige a troca de sentimentos simples, fica truncado. É como se as pessoas falassem, afetivamente, línguas diferentes. Elas não se compreendem, porque a uma delas (ou às duas) falta o vocabulário essencial do amor.

Talvez, a muitos, isso pareça abstrato. Para mim, é muito concreto.

Tendo vivido e convivido com pessoas muito diferentes, me é claro como a experiência amorosa (familiar e romântica) produz diferentes atitudes diante do amor - e como essas atitudes são modificadas pelas experiências da vida adulta. Quando começamos a nos relacionar eroticamente, somos adolescentes. Levamos para os braços do outro, quase intactas, nossas questões infantis e familiares. À medida que a gente cresce e vai tendo outras experiências, os sentimentos evoluem. Ninguém está pronto e acabado aos 20 ou aos 40 anos. Nem aos 70, acho.

A impressão de não ser a criança mais amada do mundo pode diminuir ou aumentar nos primeiros envolvimentos. A sensação adolescente de ser o centro das atenções (ou de ser rejeitado pelo mundo) pode ser negada ou confirmada por um grande amor. O medo e a insegurança podem ser ampliados numa sequência de relações instáveis, ou reduzidos por um relacionamento intenso, seguro e duradouro. A vida não para de nos formar. Quem a gente escolhe para estar a nosso lado tem papel fundamental nessa formação.

Por isso tudo, a atitude da minha vizinha me parece tão bonita. Ela sabe, por ter vivido, que as pessoas se transformam pela experiência do amor. Divulga esse evangelho de uma forma discreta e efetiva. Na última vez em que me disse que eu parecia feliz, eu acabara de ter uma briga estúpida e desnecessária com minha mulher. A conversa no elevador, na saída para trabalho, me ajudou a lembrar quanto gosto e quanto essa relação é importante para mim. Horas depois, peguei o telefone e liguei para pedir desculpas.

Talvez fizesse isso de qualquer maneira, mas gosto de pensar que minha vizinha me ajudou a lembrar que fazer as pazes era urgente e necessário.

IVAN MARTINS
quinta-feira, 9 de outubro de 2014 0 comentários

UMA MANEIRA SIMPLES DE FAZER MAIS AMIGOS, CONFIRMADA PELA CIÊNCIA


Não é de hoje que pais do mundo todo insistem em colocar na cabeça dos seus filhos que é importante se lembrar das palavrinhas mágicas “com licença”, “por favor” e “obrigado”. Agora, a ciência provou que isso é mesmo importante. Um estudo liderado pela Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, demonstrou pela primeira vez que agradecer a um novo conhecido pela sua ajuda os torna mais propensos a procurar uma relação social permanente com você.

 “Dizer ‘obrigado’ passa um sinal valioso que você é alguém com quem poderia ser formado um relacionamento de alta qualidade”, diz Lisa Williams, psicóloga da instituição, que conduziu a pesquisa com Monica Bartlett, da Universidade de Gonzaga, nos EUA.

O estudo, publicado no periódico “Emotion”, envolveu 70 universitários que davam conselhos a um jovem estudante. Alguns desses conselheiros recebiam agradecimentos por sua ajuda.

A pesquisa foi desenhada para testar uma teoria proposta há dois anos que explica os benefícios da gratidão aos indivíduos e à sociedade. A teoria do “encontrar, lembrar e vincular” sugere que a gratidão ajuda as pessoas a desenvolver novas relações (encontrar), construir sobre as relações existentes (lembrar) e manter ambas (vincular).

O estudo incidiu sobre o primeiro aspecto da teoria – encontrar. Universitários, pensando que estavam orientando estudantes do ensino médio, tiveram que comentar as redações que eles fizeram para tentarem entrar na universidade. Em resposta, todos os mentores receberam um recado escrito à mão por seus supostos pupilos. Em aproximadamente metade dos casos, a nota incluía uma expressão de gratidão: “Muito obrigado por todo o tempo e esforço que dedicou ao fazer isso por mim!”.

Os estudantes universitários que receberam os recados com os agradecimento foram mais propensos a fornecer seus dados para contato – tais como o seu número de telefone ou endereço de e-mail – para o aprendiz do que os outros. Os pupilos gratos também foram classificados como tendo personalidades significativamente mais amigáveis.

Talvez surpreendentemente, este tipo de experiência não tinha sido feita antes. “Nossos resultados representam a primeira evidência conhecida de que a expressão da gratidão facilita o início de novas relações entre pessoas anteriormente não familiarizadas”, afirma Williams. “Com mais pessoas se comunicando por redes sociais, como Facebook e Twitter, seria interessante saber se apenas observar alguém expressar gratidão aumenta o desejo de outra pessoa de formar uma relação com aquele indivíduo”, especula.

[Medical Xpress, Social Caffeine]
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AGRESSIVIDADE: UMA SIMPLES E COMPROVADA MANEIRA DE CONTROLAR


Um novo estudo analisou a eficácia de uma técnica chamada “autodistanciamento”
para afastar pensamentos e comportamentos agressivos.
O resultado foi animador


Dominik Mischkowski, principal autor da pesquisa e estudante de psicologia na Universidade Estadual de Ohio (EUA), e Brad Bushman professor de comunicação e psicologia na mesma universidade, conduziram o estudo ao lado de Ethan Kross, da Universidade de Michigan (EUA). A pesquisa foi publicada no periódico Journal of Experimental Social Psychology.

Em dois experimentos, um com 94, outro com 95 estudantes universitários, os cientistas analisaram as reações e pensamentos agressivos dos participantes após serem provocados.

Os dois ambientes envolviam a resolução de anagramas difíceis (reorganizar um grupo de letras para formar uma palavra como “pandemônio”), e os participantes não sabiam que o estudo era sobre agressão (eles acreditavam que era sobre criatividade e música).

No primeiro experimento, os participantes levavam broncas do pesquisador, que questionavam sua habilidade de receber instruções – uma técnica que sabidamente provocaria raiva.

Mais tarde, os alunos foram orientados a rever, em sua mente, a tarefa do anagrama. Três grupos foram formados: em um deles, os alunos adotaram uma perspectiva de autoimersão (ver a situação se desdobrar através de seus olhos como se estivesse acontecendo tudo de novo); no outro, adotaram a perspectiva de autodistanciamento (afastar-se da situação a um ponto no qual você possa assistir o evento se desenrolar de longe) e o grupo de controle não recebeu instruções de como analisar seus sentimentos.

Em seguida, os pesquisadores testaram os participantes para pensamentos e sentimentos agressivos e de raiva. Ficou comprovado que os alunos que adotaram a perspectiva de autodistanciamento tiveram menos pensamentos agressivos e sentiram-se menos irritados do que os do grupo autoimerso e de controle.

No segundo experimento, os cientistas foram além: mostraram que a técnica diminui a violência e agressão em si, e não só os pensamentos agressivos. Os participaram fizeram a mesma tarefa do anagrama, mas como um parceiro que não estava presente fisicamente, que deveria ser outro aluno (mas era um pesquisador). Esse “aluno” foi quem desferiu as provocações aos participantes.
Depois de passarem pela mesma terapia do primeiro estudo (dividido em três grupos com três abordagens diferentes), os alunos ficaram sabendo que competiriam com seu ex-parceiro (que os havia provocado), e que quem ganhasse a tarefa teria direito a “explodir” o ouvido do perdedor com um ruído ensurdecedor no seu fone de ouvido, e ainda poderia escolher por quanto tempo.

O resultado novamente mostrou que a técnica de autodistanciamento era eficaz, mesmo logo após uma provocação, para diminuir a raiva. Em outras palavras, quem passou por essa técnica tendeu a escolher ruídos menos intensos e mais curtos contra o seu parceiro.

Não deixe a raiva tomar conta
Muitos acreditam que tentar se concentrar em sua mágoa e sentimentos de raiva para compreendê-los ajuda em uma situação de raiva. Mas é a pior coisa que existe. “Se você se concentrar demais em como você está se sentindo, o tiro sai pela culatra. Isso mantém os pensamentos e sentimentos agressivos ativos em sua mente, o que lhe torna mais propenso a agir agressivamente”, disse Bushman.

Se distrair também não ajuda. Quando você está irritado, pensar em algo calmante para tirar a mente da raiva só funciona momentaneamente. Ou seja, a raiva irá retornar quando a distração passar.

“Mas o autoafastamento realmente funciona, mesmo logo após uma provocação – é um instrumento de intervenção poderoso que qualquer pessoa pode usar quando estiver com raiva”, comentou Mischkowski. “O segredo é não ficar imerso em sua própria raiva e, ao contrário, ter uma visão mais distanciada”.

Resumindo: quando você sentir raiva, tente fingir que você está vendo a cena à distância, que você é um observador, e não um participante da situação estressante. A ciência alerta: é o melhor jeito de se acalmar.

[MedicalXpress, ScienceDaily, PsychCentral]
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MAS DEUS FALA!



Quando meu pai ficava sabendo de um crime brutal, principalmente os que envolviam crianças, perguntava, com desgosto, pelo paradeiro de Deus. Por onde andava o Todo-Poderoso no momento da tragédia? Como Ele foi permitir que tal desgraça acontecesse debaixo do céu que Ele mesmo criara? Em resumo: por que tantas vezes Deus se escondia, não se manifestava, não segurava a mão criminosa que se abatia sobre inocentes e indefesos? E minha mãe, fazendo o sinal da cruz e olhando para ele com piedade cristã, respondia, invariavelmente, que Deus não se escondia, que estava em todos os lugares, mas que dentro de nós só entrava quando lhe abríamos as portas do nosso coração e mente, pois dispomos do livre-arbítrio, que significa, muito simplesmente, a liberdade de escolher entre o bem e o mal.

Minha mãe tinha uma formação religiosa bastante coerente, embora não combinasse muito com o que ensina a Igreja Católica. Por exemplo: ela acreditava pacificamente no céu e no purgatório. Um para premiar os bons, o outro para castigar os maus até que bons se tornassem. O purgatório seria assim uma espécie de exame de admissão à entrada no céu. E a imagem que tínhamos — nós, crianças — dessa teoria era
de um corredor palmilhado de brasas, por onde teríamos de caminhar descalços ao encontro da felicidade do outro lado. Resumindo: não se alcança a Graça sem sofrimento. Inferno? Não. Minha mãe não acreditava.

— Deus é misericórdia — argumentava ela. — Como pode condenar alguém ao fogo eterno? Nada é eterno a não ser o próprio Deus.

Mesmo com essas discordâncias da Igreja, minha mãe era de uma fé inabalável em todos os ensinamentos da religião católica. A tal ponto que uma vez, quando eu participava de uma aula como congregado mariano, um religioso franciscano, amigo da família, confessou que tudo que ele queria e pedia a Deus para conseguir era a fé absoluta, total, sem questionamentos, da minha mãe.

— Mas ela questiona — provoquei. — Tanto que não acredita no inferno.

— Eu também não — respondeu ele. — Mas negar o inferno não é questão de fé, e sim de bom-senso.

Eu me lembro que isso mexeu com a minha cabeça de criança, abalando um pouco a minha fé, que era (só mais tarde percebi) uma homenagem que eu prestava à minha mãe.

E mesmo hoje — 22 anos depois de ela ter morrido — eu ainda faço coisas pensando apenas em agradar a ela e evito fazer outras que sei que ela não aprovaria.

Aprendemos muito com os nossos pais, mesmo, ou principalmente, quando discordamos deles. E o que aprendemos na infância sobrepõe-se ao que virá depois, na juventude e na idade madura. À medida que vou vivendo, vou me lembrando, mais nitidamente, do que ouvi deles — da minha mãe principalmente — sobre a vida e o viver.

Sobre a morte e o morrer.


— Deus fala — garantia minha mãe. — Quando não ouvimos, é porque estamos surdos.

MANOEL CARLOS

 
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