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sexta-feira, 10 de outubro de 2014 0 comentários

AMOR NÃO SE IMPROVISA


"Só damos aos outros aquilo que andamos recebendo a vida inteira"


Uma das minhas vizinhas de prédio gosta de me lembrar quanto pareço feliz desde que me casei. A gente se encontra no elevador, e ela, invariavelmente, observa que continuo com o sorriso dos homens apaixonados. Eu rio, embaraçado e contente, e conversamos um pouquinho. Além de gentil e afetuosa, minha vizinha é romântica. Ela perdeu o marido há pouco tempo, depois de um casamento de 30 anos, e projeta nas pessoas ao redor um pouco da felicidade que viveu. Ao agir assim, de maneira tão doce, ela me lembra que as pessoas dão ao mundo aquilo que receberam. Pode ser amor e gentileza, pode ser o contrário.

Isso é muito claro quando a gente entra na intimidade de um relacionamento. Em pouco tempo, começamos a perceber do que a outra pessoa é feita. Ou, melhor dizendo, de que tipo de experiência amorosa ela é constituída. Pode ser de um amor tranquilo e seguro, que resulta num tipo de gente. Pode ser de um amor escasso e algo desesperado, que dá outro tipo de ser humano. Pode ser - na pior das hipóteses - da falta de amor (ou da percepção da falta de amor, que dá na mesma). Dela resulta uma gente arisca, dura, refratária aos próprios sentimentos e aos dos outros.

A experiência universal sugere que a gente não escolhe por que tipo de pessoa se apaixonará. Quando se dá conta, já aconteceu - e estamos envolvidos, até o pescoço, com alguém que pode ser muito difícil de amar, por ter as piores experiências no assunto. Nenhum de nós tem currículo perfeito nesse tema. Posta no divã de um analista, a maioria revelaria buracos enormes na sua biografia afetiva. Alguns, porém, têm traumas mais visíveis, rombos escancarados que se traduzem, sobretudo, na falta de naturalidade quando se trata de afeto. Gostar para eles é difícil, doloroso, complicado. Receber o sentimento do outro também. O cotidiano da relação, que exige a troca de sentimentos simples, fica truncado. É como se as pessoas falassem, afetivamente, línguas diferentes. Elas não se compreendem, porque a uma delas (ou às duas) falta o vocabulário essencial do amor.

Talvez, a muitos, isso pareça abstrato. Para mim, é muito concreto.

Tendo vivido e convivido com pessoas muito diferentes, me é claro como a experiência amorosa (familiar e romântica) produz diferentes atitudes diante do amor - e como essas atitudes são modificadas pelas experiências da vida adulta. Quando começamos a nos relacionar eroticamente, somos adolescentes. Levamos para os braços do outro, quase intactas, nossas questões infantis e familiares. À medida que a gente cresce e vai tendo outras experiências, os sentimentos evoluem. Ninguém está pronto e acabado aos 20 ou aos 40 anos. Nem aos 70, acho.

A impressão de não ser a criança mais amada do mundo pode diminuir ou aumentar nos primeiros envolvimentos. A sensação adolescente de ser o centro das atenções (ou de ser rejeitado pelo mundo) pode ser negada ou confirmada por um grande amor. O medo e a insegurança podem ser ampliados numa sequência de relações instáveis, ou reduzidos por um relacionamento intenso, seguro e duradouro. A vida não para de nos formar. Quem a gente escolhe para estar a nosso lado tem papel fundamental nessa formação.

Por isso tudo, a atitude da minha vizinha me parece tão bonita. Ela sabe, por ter vivido, que as pessoas se transformam pela experiência do amor. Divulga esse evangelho de uma forma discreta e efetiva. Na última vez em que me disse que eu parecia feliz, eu acabara de ter uma briga estúpida e desnecessária com minha mulher. A conversa no elevador, na saída para trabalho, me ajudou a lembrar quanto gosto e quanto essa relação é importante para mim. Horas depois, peguei o telefone e liguei para pedir desculpas.

Talvez fizesse isso de qualquer maneira, mas gosto de pensar que minha vizinha me ajudou a lembrar que fazer as pazes era urgente e necessário.

IVAN MARTINS
quinta-feira, 9 de outubro de 2014 0 comentários

UMA MANEIRA SIMPLES DE FAZER MAIS AMIGOS, CONFIRMADA PELA CIÊNCIA


Não é de hoje que pais do mundo todo insistem em colocar na cabeça dos seus filhos que é importante se lembrar das palavrinhas mágicas “com licença”, “por favor” e “obrigado”. Agora, a ciência provou que isso é mesmo importante. Um estudo liderado pela Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, demonstrou pela primeira vez que agradecer a um novo conhecido pela sua ajuda os torna mais propensos a procurar uma relação social permanente com você.

 “Dizer ‘obrigado’ passa um sinal valioso que você é alguém com quem poderia ser formado um relacionamento de alta qualidade”, diz Lisa Williams, psicóloga da instituição, que conduziu a pesquisa com Monica Bartlett, da Universidade de Gonzaga, nos EUA.

O estudo, publicado no periódico “Emotion”, envolveu 70 universitários que davam conselhos a um jovem estudante. Alguns desses conselheiros recebiam agradecimentos por sua ajuda.

A pesquisa foi desenhada para testar uma teoria proposta há dois anos que explica os benefícios da gratidão aos indivíduos e à sociedade. A teoria do “encontrar, lembrar e vincular” sugere que a gratidão ajuda as pessoas a desenvolver novas relações (encontrar), construir sobre as relações existentes (lembrar) e manter ambas (vincular).

O estudo incidiu sobre o primeiro aspecto da teoria – encontrar. Universitários, pensando que estavam orientando estudantes do ensino médio, tiveram que comentar as redações que eles fizeram para tentarem entrar na universidade. Em resposta, todos os mentores receberam um recado escrito à mão por seus supostos pupilos. Em aproximadamente metade dos casos, a nota incluía uma expressão de gratidão: “Muito obrigado por todo o tempo e esforço que dedicou ao fazer isso por mim!”.

Os estudantes universitários que receberam os recados com os agradecimento foram mais propensos a fornecer seus dados para contato – tais como o seu número de telefone ou endereço de e-mail – para o aprendiz do que os outros. Os pupilos gratos também foram classificados como tendo personalidades significativamente mais amigáveis.

Talvez surpreendentemente, este tipo de experiência não tinha sido feita antes. “Nossos resultados representam a primeira evidência conhecida de que a expressão da gratidão facilita o início de novas relações entre pessoas anteriormente não familiarizadas”, afirma Williams. “Com mais pessoas se comunicando por redes sociais, como Facebook e Twitter, seria interessante saber se apenas observar alguém expressar gratidão aumenta o desejo de outra pessoa de formar uma relação com aquele indivíduo”, especula.

[Medical Xpress, Social Caffeine]
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AGRESSIVIDADE: UMA SIMPLES E COMPROVADA MANEIRA DE CONTROLAR


Um novo estudo analisou a eficácia de uma técnica chamada “autodistanciamento”
para afastar pensamentos e comportamentos agressivos.
O resultado foi animador


Dominik Mischkowski, principal autor da pesquisa e estudante de psicologia na Universidade Estadual de Ohio (EUA), e Brad Bushman professor de comunicação e psicologia na mesma universidade, conduziram o estudo ao lado de Ethan Kross, da Universidade de Michigan (EUA). A pesquisa foi publicada no periódico Journal of Experimental Social Psychology.

Em dois experimentos, um com 94, outro com 95 estudantes universitários, os cientistas analisaram as reações e pensamentos agressivos dos participantes após serem provocados.

Os dois ambientes envolviam a resolução de anagramas difíceis (reorganizar um grupo de letras para formar uma palavra como “pandemônio”), e os participantes não sabiam que o estudo era sobre agressão (eles acreditavam que era sobre criatividade e música).

No primeiro experimento, os participantes levavam broncas do pesquisador, que questionavam sua habilidade de receber instruções – uma técnica que sabidamente provocaria raiva.

Mais tarde, os alunos foram orientados a rever, em sua mente, a tarefa do anagrama. Três grupos foram formados: em um deles, os alunos adotaram uma perspectiva de autoimersão (ver a situação se desdobrar através de seus olhos como se estivesse acontecendo tudo de novo); no outro, adotaram a perspectiva de autodistanciamento (afastar-se da situação a um ponto no qual você possa assistir o evento se desenrolar de longe) e o grupo de controle não recebeu instruções de como analisar seus sentimentos.

Em seguida, os pesquisadores testaram os participantes para pensamentos e sentimentos agressivos e de raiva. Ficou comprovado que os alunos que adotaram a perspectiva de autodistanciamento tiveram menos pensamentos agressivos e sentiram-se menos irritados do que os do grupo autoimerso e de controle.

No segundo experimento, os cientistas foram além: mostraram que a técnica diminui a violência e agressão em si, e não só os pensamentos agressivos. Os participaram fizeram a mesma tarefa do anagrama, mas como um parceiro que não estava presente fisicamente, que deveria ser outro aluno (mas era um pesquisador). Esse “aluno” foi quem desferiu as provocações aos participantes.
Depois de passarem pela mesma terapia do primeiro estudo (dividido em três grupos com três abordagens diferentes), os alunos ficaram sabendo que competiriam com seu ex-parceiro (que os havia provocado), e que quem ganhasse a tarefa teria direito a “explodir” o ouvido do perdedor com um ruído ensurdecedor no seu fone de ouvido, e ainda poderia escolher por quanto tempo.

O resultado novamente mostrou que a técnica de autodistanciamento era eficaz, mesmo logo após uma provocação, para diminuir a raiva. Em outras palavras, quem passou por essa técnica tendeu a escolher ruídos menos intensos e mais curtos contra o seu parceiro.

Não deixe a raiva tomar conta
Muitos acreditam que tentar se concentrar em sua mágoa e sentimentos de raiva para compreendê-los ajuda em uma situação de raiva. Mas é a pior coisa que existe. “Se você se concentrar demais em como você está se sentindo, o tiro sai pela culatra. Isso mantém os pensamentos e sentimentos agressivos ativos em sua mente, o que lhe torna mais propenso a agir agressivamente”, disse Bushman.

Se distrair também não ajuda. Quando você está irritado, pensar em algo calmante para tirar a mente da raiva só funciona momentaneamente. Ou seja, a raiva irá retornar quando a distração passar.

“Mas o autoafastamento realmente funciona, mesmo logo após uma provocação – é um instrumento de intervenção poderoso que qualquer pessoa pode usar quando estiver com raiva”, comentou Mischkowski. “O segredo é não ficar imerso em sua própria raiva e, ao contrário, ter uma visão mais distanciada”.

Resumindo: quando você sentir raiva, tente fingir que você está vendo a cena à distância, que você é um observador, e não um participante da situação estressante. A ciência alerta: é o melhor jeito de se acalmar.

[MedicalXpress, ScienceDaily, PsychCentral]
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MAS DEUS FALA!



Quando meu pai ficava sabendo de um crime brutal, principalmente os que envolviam crianças, perguntava, com desgosto, pelo paradeiro de Deus. Por onde andava o Todo-Poderoso no momento da tragédia? Como Ele foi permitir que tal desgraça acontecesse debaixo do céu que Ele mesmo criara? Em resumo: por que tantas vezes Deus se escondia, não se manifestava, não segurava a mão criminosa que se abatia sobre inocentes e indefesos? E minha mãe, fazendo o sinal da cruz e olhando para ele com piedade cristã, respondia, invariavelmente, que Deus não se escondia, que estava em todos os lugares, mas que dentro de nós só entrava quando lhe abríamos as portas do nosso coração e mente, pois dispomos do livre-arbítrio, que significa, muito simplesmente, a liberdade de escolher entre o bem e o mal.

Minha mãe tinha uma formação religiosa bastante coerente, embora não combinasse muito com o que ensina a Igreja Católica. Por exemplo: ela acreditava pacificamente no céu e no purgatório. Um para premiar os bons, o outro para castigar os maus até que bons se tornassem. O purgatório seria assim uma espécie de exame de admissão à entrada no céu. E a imagem que tínhamos — nós, crianças — dessa teoria era
de um corredor palmilhado de brasas, por onde teríamos de caminhar descalços ao encontro da felicidade do outro lado. Resumindo: não se alcança a Graça sem sofrimento. Inferno? Não. Minha mãe não acreditava.

— Deus é misericórdia — argumentava ela. — Como pode condenar alguém ao fogo eterno? Nada é eterno a não ser o próprio Deus.

Mesmo com essas discordâncias da Igreja, minha mãe era de uma fé inabalável em todos os ensinamentos da religião católica. A tal ponto que uma vez, quando eu participava de uma aula como congregado mariano, um religioso franciscano, amigo da família, confessou que tudo que ele queria e pedia a Deus para conseguir era a fé absoluta, total, sem questionamentos, da minha mãe.

— Mas ela questiona — provoquei. — Tanto que não acredita no inferno.

— Eu também não — respondeu ele. — Mas negar o inferno não é questão de fé, e sim de bom-senso.

Eu me lembro que isso mexeu com a minha cabeça de criança, abalando um pouco a minha fé, que era (só mais tarde percebi) uma homenagem que eu prestava à minha mãe.

E mesmo hoje — 22 anos depois de ela ter morrido — eu ainda faço coisas pensando apenas em agradar a ela e evito fazer outras que sei que ela não aprovaria.

Aprendemos muito com os nossos pais, mesmo, ou principalmente, quando discordamos deles. E o que aprendemos na infância sobrepõe-se ao que virá depois, na juventude e na idade madura. À medida que vou vivendo, vou me lembrando, mais nitidamente, do que ouvi deles — da minha mãe principalmente — sobre a vida e o viver.

Sobre a morte e o morrer.


— Deus fala — garantia minha mãe. — Quando não ouvimos, é porque estamos surdos.

MANOEL CARLOS

domingo, 6 de julho de 2014 0 comentários

QUANTO VOCÊ VALE?



Venho aqui professor, porque me sinto tão pouca coisa, que não tenho forças para fazer nada. Dizem-me que não sirvo para nada, que não faço nada bem, que sou lerdo e muito idiota. Como posso melhorar? O que posso fazer para que me valorizem mais?

O professor, sem olhá-lo, disse:

– Sinto muito meu jovem, mas não posso te ajudar, devo primeiro resolver o meu próprio problema. Talvez depois.

E fazendo uma pausa, falou:

– Se você me ajudasse, eu poderia resolver este problema com mais rapidez e depois talvez possa te ajudar.

- CLA...cla… claro, professor, gaguejou o jovem, que se sentiu outra vez desvalorizado e hesitou em ajudar seu professor. O professor tirou um anel que usava no dedo pequeno e deu ao garoto e disse:

- Monte no cavalo e vá até o mercado. Devo vender esse anel porque tenho que pagar uma dívida. É preciso que obtenhas pelo anel o máximo possível, mas não aceite menos que R$ 10.000,00 ( Dez Mil). Vá e volte com o dinheiro o mais rápido possível.

O jovem pegou o anel e partiu. Mal chegou ao mercado, começou a oferecer o anel aos mercadores. Eles olhavam com algum interesse, até quando o jovem dizia o quanto pretendia pelo anel. Quando o jovem mencionava Dez mil, alguns riam, outros saíam sem ao menos olhar para ele, mas só um velhinho foi amável a ponto de explicar que Dez Mil era muito valioso para comprar um anel. Tentando ajudar o jovem, chegaram a oferecer R$ 500 reais e uma xícara de café, mas o jovem seguia as instruções de não aceitar menos que Dez Mil e recusava as ofertas. Depois de oferecer a jóia a todos que passaram pelo mercado, abatido pelo fracasso montou no cavalo e voltou. O jovem desejou ter o dinheiro para que ele mesmo pudesse comprar o anel, livrando a preocupação e seu professor e assim podendo receber ajuda e conselhos.

Entrou na casa e disse:

– Professor, sinto muito, mas é impossível conseguir o que me pediu. Talvez pudesse conseguir mil ou até dois mil, mas não acho que se possa enganar ninguém sobre o valor do anel.

- Importante o que disse, meu jovem, contestou sorridente o mestre. Devemos saber primeiro o valor do anel. Volte a montar no cavalo e vá até o joalheiro. Quem melhor para saber o valor exato do anel? Diga que quer vendê-lo e pergunte quanto ele te dá por ele. Mas não importa o quanto ele te ofereça, não o venda. Volte aqui com meu anel.

O jovem foi até o joalheiro e lhe deu o anel para examinar. O joalheiro examinou-o com uma lupa, pesou-o e disse:

- Diga ao seu professor, se ele quiser vender agora, não posso dar mais que Vinte e Cinco milhões pelo anel.

O jovem, surpreso, exclamou:

– Vinte e Cinco Milhões ?

- Sim, replicou o joalheiro, eu sei que com tempo poderia oferecer cerca de 30, mas se a venda é urgente…

O jovem correu emocionado para a casa do professor para contar o que ocorreu.

- Sente-se, disse o professor, e depois de ouvir tudo que o jovem lhe contou, disse:

- Você é como esse anel, uma jóia valiosa e única. E que só pode ser avaliada por um expert. Pensava que qualquer um podia descobrir o seu verdadeiro valor?

E dizendo isso voltou a colocar o anel no dedo.

Todos somos como esta jóia. Valiosos e únicos e andamos pelos mercados da vida pretendendo que pessoas inexperientes nos valorizem.
sábado, 5 de julho de 2014 0 comentários

Dai a César o que é de César




E enviaram-lhe os seus discípulos, com os herodianos, dizendo: Mestre, bem sabemos que és verdadeiro, e ensinas o caminho de Deus segundo a verdade, e de ninguém se te dá, porque não olhas a aparência dos homens.
Dize-nos, pois, que te parece? É lícito pagar o tributo a César, ou não?
Jesus, porém, conhecendo a sua malícia, disse: Por que me experimentais, hipócritas?
Mostrai-me a moeda do tributo. E eles lhe apresentaram um dinheiro.
E ele diz-lhes: De quem é esta efígie e esta inscrição?
Dizem-lhe eles: De César. Então ele lhes disse: Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.
E eles, ouvindo isto, maravilharam-se, e, deixando-o, se retiraram.

Mateus 22:16-22
quinta-feira, 3 de julho de 2014 0 comentários

INTIMIDADE



No coração da mina mais secreta,
No interior do fruto mais distante,
Na vibração da nota mais discreta,
No búzio mais convolto e ressoante,

Na camada mais densa da pintura,
Na veia que no corpo mais nos sonde,
Na palavra que diga mais brandura,
Na raiz que mais desce, mais esconde,

No silêncio mais fundo desta pausa,
Em que a vida se fez perenidade,
Procuro a tua mão, decifro a causa
De querer e não crer, final, intimidade.

JOSÉ SARAMAGO
quarta-feira, 2 de julho de 2014 0 comentários

FILME - DOMÍNIO PÚBLICO

Para refletirmos sobre, um outro ponto de vista, à COPA DO MUNDO e  toda essa agitação política que tem vivido o Brasil atualmente. Principalmente na cidade do Rio de Janeiro que virou um grande canteiro de obras e tem recebido massivas quantias de dinheiro dos mais variados setores,  nacionais ou internacionais. 

A cidade tem passado por transformações que  não se limitam apenas ao espaço físico, mas a vida de seus moradores. Desapropriações, especulação imobiliária, aumento do custo de vida, forte intervenção das forças militares em áreas carentes localizadas dentro do chamado - cinturão de segurança pública.

Para os pobres direitos que são garantidos pela constituição e pelos direitos humanos estão sendo violados constantemente fora do alcance das lentes das grandes mídias, ou alguém pode me dizer onde está Amarildo?

Os protestos de junho de 2013 encheram as ruas com milhares de pessoas. Foi um ótimo exemplo de que o Brasileiro, é sim, capaz de se unir para mudar as coisas. "Não queremos copa, queremos saúde, educação, melhoria no transporte público, etc."  Assombrado o governo reagiu coagindo os protestos com violência. E essa mesma violência serviu de combustível para que mais pessoas viessem a ocupar as ruas e ampliou a ação de grupos radicais. O importante era mudar o Brasil: com bandeira nas mãos ou com pedras. Mas infelizmente muitos dos que participaram das manifestações estavam em clima de micareta e talvez não tenham entendido a relevância daquele momento para a história do Brasil.

Outro problema das manifestações, que quase não é falado, foram os políticos oportunistas: gente ligada ao governo que recebeu a missão de está nas manifestações e tentar aparecer a todo custo - Pular enfrente as câmeras, fazer uma dancinha, qualquer coisa para dizer que estava ali e representando o apoio que determinado partido dava a democracia. Mas quem acompanhou os primeiros protestos, a respeito de uma conjuntura nacional, pode ouvir em alto e bom som os gritos da multidão:

"Chega de corrupção"
"Fora Dilma"
"Fora PT"

Mas os oportunistas não se importaram com isso e muitos até carregavam provocativamente bandeiras de seus partidos, desconfigurando completamente a razão dos protestos, que de ação social passou a ser algo integralmente político e demagogo.

Começamos bem, criamos espareças e terminamos no mais do mesmo.

 Tem Copa do Mundo os transtornos e pressões ás comunidades carentes que hoje vivem uma falsa pacificação é sufocante e vai ficar pior, pois ainda tem olimpíadas que é muito mais exigente.  

Gostei muito da abordagem feita por esse documentário - Domínio Público - mas a credibilidade dele fica em xeque quando encontramos depoimentos como o do Dep. federal Romário. Sei que é muito caro fazer cinema no Brasil é produção desse vídeo foi independente, mas questiono quais são os patrocinadores e o tipo de acordos que foram realizados para a construção do filme.

Para um lado, ou para o outro tudo é tendencioso.


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BELEZA ROUBADA



É duro aceitar que algumas pessoas são
mais capazes e mais afortunadas do que outras


Há muito suspeitava que um dia as mulheres mais bonitas iam ser de alguma forma castigadas por nossa sociedade. Meu temor, em parte, se confirmou. Incluindo aí também um castigo para os homens mais bonitos. E por quê? Porque pesquisas recentes parecem provar que homens mais bonitos e mulheres mais bonitas têm mais sucesso profissional, e isso é "imperdoável" num mundo em que a inveja e o ressentimento fazem a política das nações. Vivemos numa era do ressentimento.

 Claro, dirão que critérios de beleza variam. Sim, numa certa medida mais gordinhas hoje parecem estar em baixa. As magrelinhas podem fazer sucesso em passarelas e nos espelhos de lojas, mas nem sempre encantam o desejo de todos os homens. E mais: não creio que as figuras das "bruxas" deixem alguma dúvida sobre o que era "feio" (não me refiro às mulheres, muitas delas bonitas, que hoje se dedicam a cultos da Europa pré-cristã).

De qualquer forma, o livro "Beauty Pays: Why Attractive People Are More Successful" (A beleza paga: por que as pessoas mais atraentes são mais bem-sucedidas), de Daniel Hamermesh (indicado pelo excelente artigo do "Valor Econômico"), aprofunda o que é essa beleza que paga bem no mercado profissional. O artigo parte da bela Marissa Meyer, CEO do Yahoo!, para discutir o novo problema a ser enfrentado pelos mais bem-sucedidos que forem mais belos.

Os burocratas dos tributos (em países como os EUA), parasitas que passam o dia pensando em como tirar dinheiro de quem produz dinheiro, já tiveram uma ideia incrível: taxar quem tiver mais sucesso profissional e for bonito.

Como será que esse personagem de Kafka (vejo-o como um rato cheio de formulários na mão) vai fazer para identificar a beleza como parte da razão de uma pessoa ser ainda mais achacada pelo fisco? Testemunhos dos "prejudicados" na carreira pela "injusta" beleza dos outros? O livro em questão, no seu capítulo oito, discute as possíveis "proteções legais para os feios"!

 Difícil dizer, mas sem dúvida vão descobrir uma forma, porque o Estado está sempre aquém na "ponta da entrega", mas sempre além da imaginação em competência na "ponta da arrecadação".

A base do ódio organizado à beleza e à riqueza (travestido de taxação em nome da justiça "sócio-estética") é o velho ressentimento. Nietzsche é um analista social e político muito mais sofisticado do que o guru Marx. Luta de classes é o "nome fantasia" do ressentimento que se tem contra os mais afortunados e mais competentes. É difícil aceitar que algumas pessoas sejam mais capazes e mais afortunadas (a velha Fortuna de Maquiavel, que, como toda mulher, ama a ousadia e a coragem) do que outras.

Adam Smith, pai da noção de sociedade comercial (ou sociedade de mercado), sabia que havia um risco de crescimento da "frouxidão" generalizada com o enriquecimento. Mas a contingência (ou acaso ou fortuna) que está na base da visão de mundo de Smith fere nossa sensibilidade de carentes.

 Sua "cosmologia" não parece reconhecer uma ordem inteligente superior que equilibre de modo "justo" as diferentes capacidades pessoais. A famosa "mão invisível" equilibraria apenas os resultados totais da riqueza, mas não a inveja de quem é menos capaz.

A sociedade de mercado é uma ferida narcísica incurável para quem nela fracassa. E é difícil não ser, uma vez que todos somos infelizes e carentes em algum nível. Os "marcadores" dessas diferenças que ninguém quer dizer o nome (beleza, riqueza, inteligência, originalidade), acolhidas pela sociedade de mercado, são detestados pelo narcisismo carente, fonte inesgotável de ressentimento.

Portanto, a psicologia nietzschiana do ressentimento deveria ser mais levada a sério quando se discute política no mundo contemporâneo.

Dica: o ódio às belas, rancor atávico das feias, o ódio aos mais capazes, rancor atávico dos menos capazes, nunca foi descrito de modo tão claro como pela filósofa Ayn Rand em seu "Revolta de Atlas" (uma das referências bibliográficas que nossa universidade nega a seus alunos), livro antídoto às mentiras do ressentimento. Leia.

LUIZ FELIPE PONDÉ
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NICOLÁS WINTON SALVOU 699 DO HOLOCAUSTO E NÃO SABE QUE ESTÁ SENTADO AO LADO DELAS...



 
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