2c6833b0-77e9-4a38-a9e6-8875b1bef33d diHITT - Notícias Sou Maluca Sim!: dezembro 2016
sábado, 31 de dezembro de 2016 0 comentários

RECEITA DE ANO NOVO!


Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Carlos Drummond de Andrade
terça-feira, 27 de dezembro de 2016 0 comentários

O QUE OS SEUS DENTES DIZEM SOBRE VOCÊ

1. TRIANGULAR 



É uma pessoa muito otimista, despreocupada e dinâmica. Gostas de estar rodeada(o) de pessoas e fazes amigos com facilidade.

2. QUADRADOS



É uma pessoa calma que consegue controlar as emoções. Por ter uma personalidade reservada e sempre temperada, por vezes dás a impressão de que é uma pessoa distante.

3. OVAL




Se tiver os dentes da frente ovais então é uma pessoa propensa para a arte e criatividade. Além disso, é detalhista e sabe que as pequenas coisas frequentemente fazem a diferença. Cria empatia com facilidade e facilmente  se perde em seus próprios pensamentos, fazendo com que te seja difícil concentrar em algo durante muito tempo.

4. RETANGULAR




Com uma personalidade forte e de liderança, nasceste para ser chefe, conseguindo tomar decisões rapidamente. Não desistes dos teus objetivos, mas por vezes o fato que se concentra tanto em ti pode dar a ideia de que é egoísta.
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UMA VIAGEM AO CORAÇÃO DA FILOSOFIA



Tales de Mileto é considerado por muitos o pai da filosofia. Na sua frase “a água é o elemento e princípio das coisas” descobrimos que em seu pensamento estava o líquido elemento como coração da vida. Mas, será que também estava na sua mente a sua imagem como coração da filosofia? Ela realmente nasceu com ele?

Nesta viagem ao coração da filosofia proponho entrarmos nas escuras e vertiginosas cavernas de uma forma de pensamento que foi e ainda é a origem de uma infinidade de teorias. A felicidade, a tristeza, o ódio, a raiva, a compaixão… tudo está relacionado com nossas mentes e o exercício filosófico humano que procura dar respostas ao sentido da nossa existência.

“A filosofia é um silencioso diálogo da alma consigo mesma em torno do ser.”
Platão


Controvérsias sobre o coração da filosofia

Procurar a origem do pensamento filosófico não é nada fácil. De fato, é uma questão que levantou uma infinidade de controvérsias ao longo da história. Na verdade, os gregos consideraram Tales de Mileto o primeiro filósofo no século VII A.C., mas a questão não está tão evidente.

Originalmente, os gregos consideraram a filosofia uma forma racional de pensamento. Desta forma, não necessita recorrer a elementos sobrenaturais que expliquem a realidade. Também apreciavam a rejeição de planejamento às contradições, colocando sempre como elemento principal a lógica.

Observando esta definição grega da filosofia, poderíamos dizer que Tales de Mileto foi o primeiro pensador da história? É possível que não houvesse outro ou outros antes dele ou simplesmente fala-se da sua pessoa porque não chegaram até seus dias os ensinamentos de outros mestres pensadores?

Hipótese sobre a origem da filosofia

Atualmente existem duas correntes de pensamento na hora de estabelecer o verdadeiro coração da filosofia. Uma supõe que a origem pode ter tido seu ponto de inflexão no Oriente, embora outros continuem defendendo que isso aconteceu na antiga Grécia.

A origem filosófica oriental

Para a corrente orientalista, as hipóteses estabelecem que os gregos foram meros transmissores da filosofia. Segundo este grupo de pensadores, os primeiros filósofos helênicos viajaram a Babilônia e Egito. Foi ali onde aprenderam matemática e astronomia, que logo perpetuaram na sua cultura.

Contudo, esta corrente de pensamento foi sustentada pelos filósofos alexandrinos, nos tempos deste imperador. Tal corrente estava abertamente contrária à escola grega, de modo que parece na verdade uma forma de desacreditá-los.

Os apologistas cristãos também procuraram sustentar esta teoria, mas finalmente a escola ocidental descartou as hipóteses que na verdade só procuravam confronto.

Contudo, os estudos históricos mostram na sua maioria que a astronomia babilônica acabava geralmente em astrologia e adivinhação. Enquanto isso, a matemática egípcia carecia de um nível de abstração necessário, de modo que não deixou de ser um pensamento prático para medir terrenos.


A origem filosófica grega

Enquanto isso as correntes modernas, quase todas originadas no século XX, estabelecem o coração da filosofia no mundo helênico. De fato, existem várias vozes acreditadas que assim afirmam:

Origem da filosofia segundo J. Burnet

Burnet estima que o pensamento filosófico aparece de forma radical, fruto da genialidade do povo helênico. Chama-o de o “milagre grego”. Para ele, são evidentes os antecedentes e os elementos conjunturais. É simplesmente uma civilização com grande talento.

Origem da filosofia segundo F.M. Cornford

Cornford estabelece o nascimento da filosofia com base no pensamento religioso. Todo o aspecto mítico das suas crenças representa, na verdade, um mundo adaptado à especulação racional, de modo que é uma consequência.

Origem da filosofia segundo J.P. Vernant

Por sua vez, Vernant estabelece os elementos conjunturais como básicos para o nascimento da racionalidade. A falta de castas sacerdotais, a presença do sábio, a busca pela liberdade, a escritura e o predomínio de uma constante necessidade de sabedoria levou ao nascimento da filosofia.

“A esperança é o único bem comum a todos os homens; aqueles que tudo perderam ainda a possuem.”
Tales de Mileto

É complexo estabelecer o verdadeiro coração da filosofia, pois a civilização humana remete a milhares de anos. A falta de provas escritas faz com que este exercício seja realmente difícil, mas também apaixonante e maravilhoso. Seja como for, a razão e o pensamento são fundamentais na busca da nossa origem, nosso mundo e nossa verdade.
sábado, 24 de dezembro de 2016 0 comentários

FELIZ NATAL!!!


QUERIDOS AMIGOS
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A felicidade se conquista diariamente, colocando amor e dedicação em tudo o que fazemos. Leve o desejo de felicidade e de realizar os seus sonhos dentro do seu coração para o ano que vem.

Desejo a todos os meus amigos um FELIZ NATAL  e um ANO NOVO maravilhoso e com cara de vida nova para realizarmos tudo aquilo que sempre sonhamos! Boas festas a todos!
segunda-feira, 19 de dezembro de 2016 0 comentários

"CAVERNA DAS MÃOS" NA ARGENTINA



É como se essas mãos mortas há muito
tempo estivessem saindo da rocha e tentando nos alcançar. É uma das relíquias
mais tocantes do mundo dos antigos caçadores-coletores – mas ninguém sabe o que significa.

Pintura feita cerca de 9.000 anos atrás.
sábado, 17 de dezembro de 2016 0 comentários

FILHO AUSENTE



Crianças devem decidir se querem ou não a companhia de um de seus pais? Hoje, elas têm esse poder.


Depois da comemoração do Dia dos Pais, algumas famílias tiveram de enfrentar situações muito parecidas com o que chamamos de ressaca. As famílias em questão têm um ponto em comum: o fato de o casamento ter se dissolvido após o nascimento dos filhos. Vamos a dois exemplos que podem servir de referência para a nossa conversa de hoje.

Num dos casos, o rompimento do casamento é recente. Há menos de um ano, o casal decidiu se separar e os filhos - dois, com menos de seis anos - ficaram com a mãe. O pai é muito presente, encontra-se com os filhos pelo menos dois dias na semana ou mais, quando há oportunidade na rotina de todos.

Mesmo a separação tendo ocorrido por desejo dos dois, ainda paira no ar uma tensão e isso quase sempre se revela com os filhos. Foi o que aconteceu no Dia dos Pais.

O filho mais velho, agora com seis anos, resolveu que queria passar o domingo com a mãe. Por mais que ela tenha tentado convencê-lo das mais variadas formas a ficar com o pai, nada o demoveu de sua decisão. Resultado? A menina mais nova ficou com o pai, e o mais velho, com a mãe.

Agora adivinhe o que aconteceu, caro leitor: restou um sentimento de culpa enorme para essa mãe. E a pergunta dela é: "Eu deveria ter obrigado meu filho a ir com o pai, mesmo com todo o escândalo que ele aprontou?"

O segundo caso tem componentes bem diferentes do primeiro, mas a cena final é muito semelhante. O casal separou-se há mais de dez anos de um modo muito conturbado e uma das consequências foi o afastamento do pai durante anos.

Depois de casar-se novamente e ter filhos da segunda união, esse pai tem tentado se reaproximar do filho do primeiro casamento, agora com 13 anos. Inicialmente, o menino aceitou de bom grado a presença do pai, mas no domingo não quis almoçar com ele e sua nova família por ciúme: queria estar sozinho com seu pai.

O sentimento de culpa, agora, é do menino: ele me perguntou se eu acho possível seu pai perdoar sua atitude. É que até agora o pai não deu notícia e ele acha que será novamente abandonado. Um ponto importante dessa situação: a mãe do garoto, segundo ele, apoiou sua decisão.

Uma pergunta pode nortear nossas reflexões: crianças e adolescentes devem ter o poder de decidir se querem ou não a companhia de um de seus pais?

Atualmente, eles ganharam esse poder e devo dizer que eles não têm condições de exercer o poder que ganharam. Por quê? Vamos à resposta mais simples: porque eles ainda não sabem considerar a complexidade das situações que decidem. E, justamente por isso, irão arcar, agora ou mais tarde, de modo mais ou menos comprometedor para eles, com as consequências de suas decisões.
No primeiro caso citado, o garoto de seis anos já dá sinais de que algo não vai bem: tem tido pesadelos quase todas as noites. O interessante é que a mãe, que sente a culpa por ter deixado o filho recusar a presença do pai, entende que os dois eventos estão associados, já que o primeiro pesadelo foi logo no Dia dos Pais.

Pode ser apenas coincidência, mas a relação que a mãe faz já é um sinal de que ela, no fundo, sabe que deveria ter agido de modo diferente com o filho.

No segundo caso, a situação criada pela circunstância vivida pode provocar uma nova ausência do pai na vida do filho adolescente, já que temos tido a tendência de encarar os mais novos como se fossem adultos. Não seria inusitado na atualidade esse pai se magoar com a atitude do filho e decidir se afastar por acreditar que o filho não quer sua presença.

Bem, os mais novos têm o direito de crescer com a companhia de seus pais, estejam eles casados ou não. A questão é que eles não sabem que isso é um direito: somos nós que precisamos garantir isso a eles.

ROSELY SAYÃO 
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EPICURO - AS VANTAGENS DO ENTENDIMENTO




A carne considera os prazeres ilimitados e seria mister um tempo infinito para satisfazê-la. Mas o entendimento, que determina o fito e os limites da carne, e que nos livra do temor em face da eternidade, possibilita-nos uma vida perfeita, onde não temos necessidade de duração infinita. 

Ele não foge, contudo, ao prazer e, quando as circunstâncias nos obrigam a deixar a vida, não se crê privado do que a vida oferecia de melhor.

Quem conhece perfeitamente bem os limites que a vida nos traça, sabe quão fácil é obter o que suprime a dor, causada pela necessidade, e faz a vida inteira perfeita, de sorte que não tem mais necessidade de coisas cuja aquisição exija esforço.

Todos os desejos que não provoquem dor quando permanecem insatisfeitos não são necessários, e poderão ser facilmente recalcados se nos parecerem difíceis de ser satisfeitos ou capazes de nos causar danos. 
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MATURIDADE EMOCIONAL E CAPACIDADE DE LIDAR COM FRUSTRAÇÕES




Era uma vez uma menina que, aos 7 anos de idade, precisou usar óculos. Esse acontecimento foi um grande sofrimento para ela, que sentiu-se estranha, diferente, feia.

Essa menina odiou ter que usar óculos com todas as suas forças. Escondia-se das pessoas quando estava de óculos. Chorou por isso, achou-se a pior das criaturas. Com o avanço da idade, ela passou a usar lentes de contato, mas seu sonho mesmo era fazer cirurgia para correção e livrar-se de uma vez por todas desse tormento. Finalmente, esse dia chegou! Ela operou os olhos e pronto. Livrou-se para sempre dos óculos e das lentes.

Até que, um tempo após a cirurgia, ela notou que a vista não estava muito boa e veio a notícia: teria que voltar a usar óculos! E é aqui que vem o grande desfecho da história que é o gancho para esse texto: dessa vez, a menina – agora, mulher – não mais esbravejou, não mais chorou escondida, não mais escondeu-se. Comprou óculos modernos e bonitos e passou a usá-los como acessório. Preferia não precisar usá-los – quem não prefere ter a vista perfeita? -, mas, já que tem que usar, o melhor a fazer é aceitar e lidar da melhor forma possível.

Essa história foi narrada por uma de minhas irmãs. E, pela foto acima – sim, essa moça da foto é minha irmã – percebe-se que ela obteve sucesso na escolha dos novos óculos.
Ela me contou isso, justamente refletindo sobre como uma coisa que foi tão problemática para ela na infância, adolescência e juventude agora perdeu peso, tem outro valor.

Contou sobre como encarou de uma maneira tão diferente essa frustração – e foi, mesmo uma frustração, pois ninguém opera os olhos achando que vai precisar de óculos de novo – e sobre como o que antes a deixava tão desconfortável, hoje já incomoda pouco, quase nada.
Isso me levou a refletir sobre essa questão tão importante e difícil: a maturidade emocional.

O psiquiatra Flávio Gikovate tem uma definição muito interessante para essa questão. Para ele, a maturidade refere-se basicamente a uma boa tolerância à frustração. Ele deixa claro que maturidade, apesar de a palavra nos levar a crer que se trata de “idade madura”, não tem a ver com o avanço da idade. Há pessoas mais velhas imaturas, bem como há jovens muito maduros.

Então, tornamo-nos pessoas cada vez mais maduras quando passamos a ter maior tolerância às frustrações. Isso diz respeito a fatos imutáveis e sobre os quais não temos controle algum, como é o caso da necessidade de usar óculos da minha irmã, bem como a frustrações relacionadas a erros e falhas que cometemos. Isso também diz respeito à tolerância ligada às incertezas da vida.

“Tolerar bem frustrações não significa não sofrer com elas e muito menos não tratar de evitá-las. A boa tolerância às dores da vida implica certa docilidade, capacidade de absorver os golpes e mais ou menos rapidamente se livrar da tristeza ou ressentimento que possa ter sido causado por aquilo que nos contrariou”. (F. Gikovate)

Assim, uma pessoa emocionalmente madura, embora também se frustre, consegue lidar melhor com os sofrimentos derivados dessas frustrações, consegue não descontar nos outros seus descontentamentos, bem como consegue aceitar com mais serenidade os fatos que não há como mudar. Por exemplo, minha irmã precisa usar óculos para enxergar.

Diante disso, ela tem duas opções: xingar, sofrer, chorar, se revoltar, achar que é o fim do mundo – mas usar mesmo assim, porque não há alternativa -, ou entender que é chato, mas é o que é, então, o negócio é tornar a questão a melhor possível, que, nesse caso, significa investir em uma armação bonita, por exemplo.

O exemplo dos óculos pode ser extrapolado para tudo. Sempre que passamos por situações frustrantes, mas sobre as quais não temos controle, a escolha mais madura é controlar as emoções e lidar com o máximo de docilidade possível. Em situações como filas intermináveis, erros em sistemas, perda de oportunidades, decepção com os outros, etc., a maturidade leva a um enfrentamento cada vez mais tranquilo dessas situações.

Além disso, a maturidade emocional leva a uma tolerância maior a erros e falhas e essa é uma grande conquista, pois isso leva a uma redução do medo. Uma pessoa que aguenta melhor o sofrimento e a frustração vai arriscar mais, pois sabe que pode errar, passar vergonha, perder dinheiro, sofrer de alguma maneira, mas já aprendeu a lidar com o sofrimento. A pessoa que aguenta melhor o sofrimento arrisca mais e, consequentemente, cresce e se desenvolve mais também. Assim, a maturidade emocional é condição para o desenvolvimento e o crescimento pessoal.

“Os mais evoluídos emocionalmente tendem a ser mais ousados e a buscar com determinação a realização de seus projetos. Têm menos medo dos eventuais – e inevitáveis – fracassos, pois se consideram suficientemente fortes para superar a dor derivada dos revezes. Ao contrário, aprendem com seus tombos, reconhecem onde erraram e seguem em frente com otimismo e coragem ainda maior. Costumam ter melhores resultados do que aqueles mais ponderados e comedidos, condição que não raramente esconde o medo do sofrimento próprio dos que enfrentam os riscos”. (F. Gikovate)

O próprio autoconhecimento depende dessa capacidade de aguentar as dores e sofrimentos, porque não é nada fácil olhar para dentro de si mesmo e enxergar falhas, erros, problemas. Esse ato de cutucar feridas e abrir armários é extremamente difícil. Se não formos capazes de tolerar essas dores e frustrações, não teremos coragem de olhar para dentro e essa é, com certeza, condição essencial para o crescimento e o desenvolvimento pessoal.

Gikovate também explica que uma pessoa madura emocionalmente tem maior empatia, ou seja, capacidade de se colocar no lugar do outro, porque, muitas vezes, ao nos colocarmos no lugar do outro sentimos o sofrimento dele. A pessoa imatura se fecha para esse tipo de exercício, porque não aguenta o sofrimento. Quando conseguimos nos colocar no lugar dos outros certamente lidamos melhor com as diferenças, pensamos mais antes de falar, conseguimos ser mais gentis, conseguimos não levar tudo para o lado pessoal.

A maturidade emocional também é essencial para nos ajudar a lidar com as incertezas da vida. E quantas são as incertezas da vida! Tornamo-nos maduros quando abrimos mão daquele desejo infantil de querer garantias de que algo vai dar certo, de querer ter certeza de que não vamos falhar, de querer controlar tudo. É angustiante lidar com as incertezas, mas o fato é que vivemos em um mar de incertezas. Quanto maior nossa maturidade, mais tranquila e alegre é nossa trajetória.

A maturidade emocional é conquistada com esforço, com coragem, com um grande componente racional, está sempre em desenvolvimento e é o ingrediente principal de uma vida mais tranquila e leve – cheia de frustrações, erros, dores e sofrimentos, como é mesmo a vida, afinal, mas sem que isso seja determinante.

Isso, por fim, lembrou-me a oração da serenidade, que aprendi ainda criança quando frequentava reuniões públicas dos Alcoólicos Anônimos, a convite de meu avô, ex-alcóolatra que precisou de muita coragem e força para obter essa conquista, que pede coragem para mudar as coisas que se pode mudar, serenidade para aceitar as que não podem ser mudadas e sabedoria para distinguir umas das outras.

Juliana Santin
sexta-feira, 16 de dezembro de 2016 0 comentários

ANSIEDADE TÓXICA: O QUE É E COMO RECONHECÊ-LA





Sentir-se ansioso não é necessariamente algo ruim, mas quando este sentimento se transforma em uma ansiedade tóxica, crônica e dolorosa, pode prejudicar muito o nosso dia a dia.

O que queremos destacar é que a princípio a ansiedade é normal e saudável, pois nos ajuda a manter uma certa ativação para nos proteger de perigos iminentes ou para desempenhar algumas tarefas.

Contudo, apesar da sua natureza protetora, ela aparece pelo simples fato de termos medo de que a angústia, a preocupação, o nervosismo, as palpitações, os pensamentos intensos, o suor, etc, se perpetuem.

Então, permitimos a criação de um tipo de círculo vicioso por meio do qual sentimos ansiedade quando antecipamos a mesma. Ou seja, o mesmo temor que a emoção em si mesma nos provoca possibilita as mesmas sensações e a mesma realidade que tanto nos causa medo.

Ansiedade tóxica e os monstros da adrenalina e do cortisol


Este estado que denominamos “círculo vicioso da ansiedade” vem acompanhado da atividade de dois hormônios principais: a adrenalina e o cortisol. Para entender como funcionam podemos pensar em como respondemos quando tropeçamos em uma escada. Automaticamente o coração dispara e costumamos procurar o corrimão para proteger a nossa própria integridade física.

Este conjunto de sensações, as quais correspondem à ansiedade saudável, nos dão energia e força para nos proteger. São momentos de intensa e desagradável excitação nos quais o corpo admite, por necessidade, a liberação de uma boa quantidade de adrenalina e de cortisol.

Também poderíamos pensar em um passeio de montanha-russa no qual as sensações o tornam desagradável e violento, ao contrário de divertido. Acontece que quando estamos a ponto de cair da escada ou quando subimos na montanha-russa, sabemos que as sensações são passageiras e que assim como vêm, também vão.

Contudo, quando os perigos respondem a expectativas ou pensamentos que procuram antecipar perigos futuros, não permitimos que o simpático monstro da adrenalina adormeça. Como não deixamos que ele adormeça, o monstro se alimenta de nossas preocupações em forma de adrenalina, o que nos prende cada vez mais nessas sensações de angústia sem que exista nada que o justifique.

Significa dizer que a adrenalina e o cortisol ficam sem nada, nem ninguém para salvar do dragão. Estão ali presentes porque nós os alimentamos com pensamentos de futuro que antecipam más experiências.

Tudo isso fica preso em nosso próprio interior, apesar de procurar sair e se libertar. Por isso acontecem os ataques, por isso a insônia persiste, os pensamentos negativos e as sensações de bloqueio não vão embora.


Algumas máscaras que a ansiedade tóxica usa para se manifestar:


Preocupação crônica


A ansiedade pode se revelar através de uma preocupação incessante sobre a família, a saúde, as metas acadêmicas ou profissionais, a situação financeira, etc. É provável que diante destas preocupações sintamos que o estômago está em plena centrifugação e que exista a sensação de que alguma coisa ruim acontecerá mesmo desconhecendo o que e por quê.

Medos e fobias

Um medo excessivo e irracional de agulhas, do sangue, dos procedimentos médicos, de altura, de elevadores, do dentista, da água, de bichos como aranhas ou répteis, dos cães, das tempestades, dos lugares fechados, etc. Este tipo de máscara é outra dura imagem que a ansiedade escolhe para se mostrar.

Ansiedade quanto à atitude

Às vezes a ansiedade faz com que fiquemos paralisados diante de uma prova acadêmica, uma atuação, uma competição esportiva ou qualquer outra situação que demande o bom desempenho na execução de uma tarefa.

Ansiedade de falar em público

O medo desproporcional de falar em público é outra das “formas favoritas” que a ansiedade tem de se mostrar. Sentimos que o mundo dá voltas, trememos, ficamos nervosos e achamos que a nossa própria mente ficará em branco na hora em que qualquer deslize evidente ocorrer.

Fobia social

Sentir-se nervoso, tenso e incapaz de articular uma palavra nas reuniões sociais é outra máscara que a ansiedade usa para nos cumprimentar. Pela nossa mente passam coisas como “não tenho nada interessante a dizer”, “não consigo falar com ninguém”, “vão pensar que sou uma pessoa esquisita e fracassada”, “não vale a pena porque ninguém se interessa por mim”, etc.

Ataques de pânico

Suor, tontura, bloqueio, rigidez, fortes palpitações, medo intenso… Você já sentiu isto alguma vez de forma repentina e achou que iria morrer? Se é o caso, nessa ocasião a ansiedade se vestiu com uma fantasia cruel: o ataque de pânico.

Agorafobia

Você tem medo de estar fora de casa? Você tem a clara convicção de uma coisa horrível pode acontecer com você na rua, na fila do supermercado ou no ônibus? Você, por exemplo, sente que vai sofrer um ataque de pânico e que ninguém poderá ajudá-lo? A ansiedade se vestiu de agorafobia ou, o que é a mesma coisa, de um medo intenso de estar em espaços públicos.


Obsessões e compulsões

Existem pensamentos que atormentam você de forma incessante e que você não consegue tirar da cabeça. Ao mesmo tempo, alguma coisa no seu íntimo obriga você a realizar constantes rituais supersticiosos com o objetivo de controlar seus medos.

Por exemplo, você pode sentir a necessidade de lavar constantemente as mãos, de checar várias vezes se fechou a porta com chave ou de rezar 10 pais nossos para proteger a sua família. A ansiedade se disfarçou de obsessões e compulsões, um dos seus trajes mais obscuros.


Transtorno de estresse pós-traumático

Você já viveu um evento traumático (abuso sexual, maus-tratos, presenciar um assassinato, etc.) faz meses ou anos e as imagens dessa situação horrível voltam repetidamente na sua cabeça? Você não dorme bem e não se sente seguro diante disto? Consulte um especialista em saúde mental porque talvez a ansiedade esteja se manifestando como transtorno do estresse pós-traumático.

Preocupação com a aparência física (transtorno dismórfico corporal)

A sua aparência física lhe parece tremendamente anormal, mas só você enxerga o que você sente. O resto das pessoas que o rodeiam dizem que “não é para tanto”, que o seu nariz, seu corpo ou seu cabelo são normais.

É provável que você sinta necessidade de passar por uma cirurgia plástica e que constantemente se olhe no espelho com a intenção de corrigir o seu defeito. Talvez a ansiedade se manifeste na forma de transtorno dismórfico corporal. Considere isto e procure um especialista em saúde mental para consultá-lo.


Preocupação com a saúde (hipocondria)

Dores, fadiga, tonturas, desconforto… Você tem certeza de que existe alguma doença que coloca em risco a sua saúde, mas o médico não enxerga nada nos exames que realiza. Pode até ser que as explicações que ele oferece não tranquilizem mais a sua mente.

É possível que você esteja sendo vítima da ansiedade em forma de hipocondria, e para você curar a sua saúde precisa procurar um bom profissional de psicologia que avalie as suas crenças e o seu jeito de pensar sobre a saúde.
quarta-feira, 14 de dezembro de 2016 0 comentários

ANTROPOFAGIA VIRTUAL





PORQUE MINHA VIDA NÃO É INTERESSANTE POSTO TUDO QUE FAÇO.
Se posto, logo existo. 
Se NÃO posto, nada sou. 

Por ser idiota faço da minha existência um diário online. Sou psicologicamente desequilibrada, passei da exposição saudável para o completo narcisismo. Sou dependente de likes, joinhas, comentários fúteis e afins. Somente dessa forma me sinto aprovada pelas outras pessoas.

Também gosto de frases feitas e fazer muito barulho por nada.

NÃO GUARDO MINHAS MÁGOAS PARA MIM, PRECISO PUBLICAR. 

Como uma mula dou coices cibernéticos em pessoas que não exponho os nomes nas postagens. Tudo para aumentar o mistério da minha ANTROPOFAGIA VIRTUAL.  



Ás vezes escrevo no Face: ‘estou triste’ ou ‘estou feliz’ abrindo um espaço para outros intervirem e interpretarem da maneira que bem entenderem". MAS NEM TODAS AS PESSOAS QUE TENHO NO FACEBOOK SÃO REALMENTE MINHAS AMIGAS.  

Hashtags resumem minha identidade pessoal, um elemento a mais para  hiperexposição sem graça. Minhas fotografias aparentemente espontâneas,de momentos de descontração, são na verdade a montagem do personagem perfeito, tornando minha vida um evento. Meu big brother. 

POR FIM APELO PARA SUA COMOÇÃO:tenham pena de mim, pois como um drogado inveterado preciso disso. Preciso que você me diga quem sou, já que meu maior envolvimento afetivo é com as redes sociais, o resto é fake.

JAQUELINE RAMIRO

domingo, 11 de dezembro de 2016 0 comentários

SOMOS TODOS HOMO, MAS NEM TODOS SAPIENS



Da onde viemos? Por que evoluímos desta forma? 

Por que somos a única espécie humana que sobrou?

Que outros caminhos poderíamos ter tido na evolução? Quando se trata da história da humanidade, as perguntas são muito mais abundantes do que as respostas. É por isso que só podemos reunir 10 mistérios sobre os primeiros humanos (que mal servem para juntar pedaços do passado).

1) Porque evoluímos com cérebros maiores?
Não há dúvida de que os nossos grandes cérebros são uma vantagem extraordinária no mundo animal. Ainda assim, o cérebro humano é um órgão incrivelmente caro ao corpo, ocupando apenas cerca de 2% da massa, mas usando mais de um quinto da energia. Até cerca de 2 milhões de anos atrás, nenhum de nossos ancestrais tinha um cérebro maior do que um macaco quando comparado ao tamanho do corpo. O que nos fez aumentar esse tamanho? Uma possibilidade é que o aumento ajudou a população a fazer melhores ferramentas. Outro é que os cérebros maiores nos ajudaram a interagir melhor uns com os outros. Talvez as mudanças radicais no ambiente também exigiram que nossos antepassados lidassem com um mundo em transformação.
2) Porque andamos sobre duas pernas?
Nossos ancestrais evoluíram para uma postura ereta antes mesmo de ferramentas de pedra aparecerem. A pergunta, então: por que andar sobre duas pernas? A ideia é de que andar como bípede ajuda a gastar menos energia do que se movimentar em quatro membros. Libertar os braços também poderia ter possibilitado que nossos antepassados transportassem mais alimentos. Ficar em pé pode até ter ajudado os primeiros humanos a controlarem melhor a temperatura, reduzindo a quantidade de pele diretamente exposta ao sol.
3) Cadê todo aquele pêlo?
Os seres humanos parecem bastante pelados em comparação aos seus primos macacos. Como isso aconteceu? Uma sugestão é que os nossos antepassados perderam os pêlos para se esfriar quando se aventuram através das savanas da África. Outra é que perdê-los ajudou os homens a se livrar de parasitas e doenças que podiam se espalhar. Uma ideia pouco ortodoxa até sugere que a nudez humana se desenvolveu após nossos antepassados se adaptarem brevemente a uma vida na água, embora a maioria dos mamíferos aquáticos do tamanho aproximadamente humano possua pelagem densa.

4) Porque as outras espécies de humanos se extinguiram?
Cerca de 24 mil anos atrás, nossa espécie, Homo sapiens, não estava sozinha no mundo: nossos parentes mais próximos, o homem de Neandertal (Homo neanderthalensis) ainda estava vivo. O chamado “hobbit” encontrado na Indonésia também poderia ter sido um membro do gênero Homo, que aparentemente sobreviveu até tão recentemente quanto 12 mil anos atrás. Por que eles morreram e nós sobrevivemos? Infecções ou mudanças radicais no ambiente poderiam tê-los matado? Ou será que nossa espécie acabou com eles? Alguma evidência existe para ambos os cenários, mas nenhuma conclusão é definitiva.

5) A evolução humana está se acelerando?
Evidências recentes sugerem que a humanidade não só continua evoluindo, mas que a evolução humana está acelerando em até 100 vezes os níveis históricos após a disseminação da agricultura. Um número de cientistas contesta a força desta prova, afirmando que é difícil saber se certos genes realmente têm evoluído. Ainda assim, se a evolução humana está acelerando, a questão é: por quê? Dieta e doenças podem ser algumas das pressões que fazem os humanos mudarem.

6) O que é o “hobbit”?
“Hobbit” é o apelido dado aos pequenos esqueletos encontrados na ilha indonésia de Flores, em 2003. Seriam eles uma espécie extinta humanos, suficiente para ser chamada de Homo floresiensis? Ou seriam apenas alguns exemplos de esqueletos deformados de Homo sapiens? Ou ainda seriam eles uma espécie diferente de nós, mas talvez não uma espécie extinta humana e sim uma completamente separada, como a dos chimpanzés? Resolver esse mistério poderia ajudar os pesquisadores a entenderem os caminhos radicais da evolução humana.

7) Por que a humanidade moderna se expandiu da África há cerca de 50.000 anos?
Cerca de 50 mil anos atrás, o homem moderno surgiu na África, espalhando-se rapidamente na maior parte das terras para colonizar todos os continentes exceto a Antártida. Alguns cientistas acreditam que esta migração foi relacionada com uma mutação que transformou o nosso cérebro, levando ao uso complexo da linguagem e permitindo ferramentas de arte mais sofisticadas e sociedades modernas. A visão mais popular sugere que o comportamento moderno existia muito antes deste êxodo, e que a humanidade atingiu um limite de população na África, o que obrigou a expansão.

8 ) Será que nós transamos com os Neandertais?
Se as duas espécies conviveram, podem ter se cruzado. Será que nós fizemos sexo com eles? Será que a nossa espécie possui alguma sobra de genes de nossos primos extintos? Alguns cientistas até sugerem que talvez o homem de Neandertal não tenha morrido, mas sim foi absorvido pela humanidade moderna.

9) Quem foi o primeiro hominídeo?
A cada dia os cientistas descobrem mais e mais antigos hominídeos (entendidos como bípedes, incluindo seres humanos, nossos ancestrais diretos e parentes mais próximos). Eles estão se esforçando muito para encontrar o primeiro, o que vai ajudar a responder a questão mais fundamental na evolução humana: quais adaptações fizeram de nós seres humanos, e em que ordem elas aconteceram?

10) De onde vieram os humanos modernos?
A questão mais debatida na evolução humana é de onde os humanos modernos evoluíram. A hipótese da África sustenta que os humanos modernos evoluíram na África há relativamente pouco tempo e depois se espalharam pelo mundo, substituindo as populações de humanos arcaicos. A hipótese multirregional afirma que os humanos modernos evoluíram em uma ampla área de humanos arcaicos, com populações de diferentes regiões cruzando com seus vizinhos e compartilhando características, o que resultou na evolução dos humanos modernos. A primeira hipótese é mais bem aceita, mas os defensores da segunda hipótese permanecem fortes nos seus argumentos.

Por Natasha Romanzoti [LiveScience]


É necessária uma tribo para criar um ser humano. A evolução, assim, favoreceu

aqueles capazes de formar fortes laços sociais.

sábado, 10 de dezembro de 2016 0 comentários

MULHER, ESCONDE ESSE ABSORVENTE



- Esconde esse absorvente
Essas espinhas
Arranca esses pelos
Da um jeito nesse seu cabelo duro
Mal cuidada
Porca

Feche esse sorriso
Sua mãe não te ensinou 
Sobre o perigo de andar sorrindo na rua?
Abaixa essa cabeça
Para de encarar
Você esta chamando atenção
Assim vão achar que você esta dando mole

Delicia
Gostosa
Oh la em casa
Fecha essa boca e não reclama
Saiu de casa de saia curta
Camisa decotada
Maquiagem
Sem um homem
Tem que aguentar

Como assim não sabe cozinhar?
Você é mulher
Tem que cuidar do lar
Como assim não quer engravidar?
Você é mulher
Tem que engravidar

Faculdade? Viagem?
Mas você é mãe
Tem que cuidar
Abriu as pernas, agora não adianta
Largar na creche 
Irresponsável

Mãe solteira? 
O pai foi embora? 
Não sabe quem é o pai?
Transou sem camisinha
Vai ter que aguentar
Vadia

Esse roxo ai
Tenho certeza que apanhou 
Que teu marido te bateu
Mas você mereceu
Provocou ele
Você sabe que não pode se levantar
Mulher tem que ser submissa
O homem é que comanda o lar

Ah, mas que criança linda
É uma menina? 
Toma aqui esse vestidinho rosa
Essa coberta de florzinhas
Pinta o quarto de rosa
Um rosa bem bonito
Porquê mulher é monocromática durante a infância

Ih, chegou a menarca
Essa vai dar trabalho
Ensina pra ela a se valorizar
Mulher tem que se dar ao respeito
Fala pra ela não deixar ninguém ver esse absorvente
Esse sangue sujo

Vai ter que começar a usar sutiã
Os mamilos estão aparecendo pela camisa
Que coisa horrível
Adolescente descuidada
A mãe dessa ai não ensinou nada

Foi estuprada?
Morreu no processo? 
Devia estar pedindo
Sem sutiã, andava sozinha
Aquele batom vermelho
Aquela bunda enorme
Não sabe que menina tem que ficar em casa?
Deu sorte pro azar

Não foi educada
A mãe era solteira
O pai estava é certo de ir embora
Se ela era assim com a filha, imagine com o marido

Não foi respeitada
Opressão? 
Imagine

Olha lá a mãe dela
Na beira do caixão 
Olhando pro rosto da filha
Sem cor, sem vida
Um futuro morto antes mesmo do nascimento
Filha de mãe solteira
Sem pai, sem respeito

Morreu tão jovem
Aos 17
Uma menina tão linda
Maldita sociedade
Espero que a mãe dela aprenda a lição
E não tenha mais filhos




Suicídio?
Mas ela poderia ter começado uma vida nova
Agora que tinha perdido a filha
Poderia terminar a faculdade
Arrumar um emprego
Mas era uma fraca
Era mulher
O destino, a vida, as possibilidades
As pessoas
Cavaram a cova e jogaram ela lá dentro

Vitimismo? Preconceito?
Abuso? Agressão?
Cala essa boca e vai lavar uma louça
Você tem uma delegacia só sua
Tem seus direitos
Não luta na vida
(Mas luta na rua)
Não morre na guerra
(Mas morre em casa)

Cintia Duarte Montilla


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PERGUNTA-ME SE ACREDITO EM DEUS...



Aconteceu ao final de um debate sobre educação promovido pela Folha. Chegada a hora das perguntas uma senhora me perguntou algo que nada tinha a ver com educação. Perguntou porque lhe doía: "O senhor acredita em Deus?" Houve tempo em que era mais fácil acreditar em Deus. Hoje até o Papa se atrapalha. Na sua visita ao campo de concentração de Treblinka perguntou o que não deveria ter perguntado: "Onde estava Deus quando esse horror aconteceu?"

Heresia porque a pergunta silenciosamente afirma que Deus não estava lá. Se estivesse não teria deixado aquele horror acontecer. Pois Deus não é amor e todo poderoso? Se estava lá e deixou acontecer ou ele não é amor ou não é todo poderoso. Por outro lado, se ele não estava lá ele não é onipresente...
Depois do atentado terrorista ao World Trade Center o "New York Times" publicou um artigo com essa mesma pergunta: Onde estava Deus? Se estava lá, por que deixou acontecer?

Dietrich Bonhoffer, pastor protestante que foi enforcado por haver participado de um frustrado atentado para assassinar Hitler -às vezes não há como fugir: ou matar um único, para que muitos não sejam mortos, ou, para preservar a pureza pessoal, não matar esse único e deixar que milhares sejam mortos; a inocência pode ser mais criminosa que o crime..., lutou com essa pergunta: "Onde está Deus?" Sua resposta foi simples: "Deus está aqui, mas ele é fraco..."

Se Deus existe e é forte, como perdoá-lo por permitir que aconteça o horror de sofrimento que não deveria acontecer? Mas se Deus é fraco ou não existe, então seria possível perdoá-lo e amá-lo. Aí choraríamos e diríamos: "Se Deus existisse e fosse forte isso não aconteceria..." A gente fica, então, com saudade do Deus que não existe. Mas eu não disse nada disso para aquela senhora. Apenas perguntei de volta, pedindo um esclarecimento: "Acreditar em qual Deus? Há tantos... Homens ferozes e vingativos têm um Deus feroz e vingativo que mantém, para sua própria alegria, uma câmara de torturas chamada Inferno para vingar-se dos seus desafetos. Há o Deus jardineiro que criou um Paraíso e mora nas árvores e nas correntes cristalinas. Há o Deus com alma de banqueiro que contabiliza débitos e créditos... Há o Deus da Cecília Meireles que se confunde com o mar... Há o Deus erótico que inspira poemas de amor carnal... Há o Deus que se vende por promessas e faz milagres... E há também o Deus criança de Alberto Caeiro e Mário Quintana. Qual deles?"

Ela ficou em silêncio, meio perdida. Então lhe respondi com os versos do Chico: "Saudade é o revés do parto. É arrumar o quarto para o filho que já morreu".

E perguntei: "Qual é a mãe que mais ama? A que arruma o quarto para o filho que chegará amanhã ou a que arruma o quarto para o filho que nunca chegará?".

E acrescentei: "Sou um construtor de altares. Construo meus altares à beira de um abismo. Eu os construo com poesia e beleza. Os fogos que acendo sobre eles iluminam o meu rosto e aquecem o meu corpo. Mas o abismo continua escuro e silencioso..."

Aí, provocado pela pergunta daquela mulher desconhecida escrevi um livrinho cujo título é a pergunta que ela me fez: "Perguntaram-me se acredito em Deus". Àquela mulher o meu muito obrigado...

Rubem Alves

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016 0 comentários

NÃO PERCA A OPORTUNIDADE...ESPALHE AMOR.

NÃO PODEMOS PERDER A OPORTUNIDADE DE FAZER O BEM.


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PRESERVAR Á VIDA É PRESERVAR A NÓS MESMOS



VIDA é algo extraordinário, talvez a maior prova da existência de Deus. Uma divindade que se manifesta por meio da natureza e do equilíbrio entre os seres. Sempre que possível toda vida deve ser poupada. Não importa se humana, animal ou planta. 

O homem de bem teme a força criadora do universo e respeita à vida, pois em  cada ser que caminha ou rasteja sobre a Terra, existe uma centelha divina. 
quinta-feira, 8 de dezembro de 2016 0 comentários

O MELHOR DE MIM É INVISÍVEL...


Para ter o valor e reconhecimento dos outros, primeiro você deve reconhecer e valorizar a você.

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MODELO NEGRA RECRIA IMAGENS DE ANÚNCIOS PARA EVIDENCIAR A FALTA DE REPRESENTATIVIDADE NA MODA



Qualquer pessoa que já abriu uma revista de moda deve ter se deparado com uma realidade bem diferente da que vemos nas ruas. Além de muita riqueza, ostentação e barrigas esculpidas, elas também evidenciam uma cultura predominantemente branca e são raras as publicações que apresentam mulheres negras com frequência em suas páginas. Para evidenciar o problema, essa modelo decidiu recriar alguns anúncios com suas próprias fotografias.

Deddeh Howard é negra, natural da Libéria e vive em Los Angeles (EUA). Em um projeto recente chamado Black Mirror (“Espelho Negro”, em inglês), ela recria campanhas de marcas famosas e mostra que ainda estamos longe de alcançar a representatividade no mundo da moda.


Nas imagens, ela imita as poses e expressões das modelos do anúncio original e utiliza roupas bastante semelhantes às usadas por elas. “A visibilidade nos comerciais e outdoors é tão importante quanto a eleição do primeiro presidente negro. A próxima geração só pode se inspirar e alcançar as estrelas se acreditar que pode fazer isso. Por essa razão a diversidade em campanhas de anúncios é muito mais importante, na minha opinião, do que você pode imaginar.“, escreveu ela em seu site.



Ela buscou recriar os anúncios com a ajuda do fotógrafo Raffael Dickreuter para mostrar como eles seriam caso representassem uma modelo negra. “Por que as grandes marcas não podem abraçar mais nossa diversidade e oferecer a todas nós visibilidade?“, questiona ela.

Depois de ver essas imagens, muitas agências provavelmente vão começar a repensar esse conceito, porque ela simplesmente A-R-R-A-S-A! Vem  ver:






fonte: hypeness
quarta-feira, 7 de dezembro de 2016 0 comentários

O HOMEM QUE VIU O INFINITO- FILME




Srinivasa Ramanujan pode ser uma personalidade pouco conhecida para quem não estuda matemática. Este indiano pobre, sem estudos, foi responsável por revoluções na matemática abstrata, fazendo avanços consideráveis nas frações continuadas e nas séries infinitas. Mas sua cinebiografia não tem a menor pretensão de esclarecer estas questões: como o tema é árido para a maioria das pessoas, Ramanujan é visto como um típico gênio incompreendido.

O Homem que Viu o Infinito -   
O pouco experiente cineasta Matt Brown decide levar a história às telas com toda a pompa que julga necessária ao tema. Ele usa trilha sonora instrumental à exaustão, halos circulando o protagonista como uma figura divina, uma iluminação escuríssima dentro dos cômodos, para retratar os gênios buscando a luz nas trevas. A sacralização é tamanha que beira a paródia. O matemático torna-se um mártir, que sofreu por ser pobre, por ser imigrante, por ser indiano, por não conseguir comprovar suas teorias matemáticas e por ter que abandonar a mãe e a esposa na Índia para estudar na Inglaterra.

Paralelamente, Brown transforma Ramanujan em representante da fé religiosa num círculo majoritariamente descrente. O grande conflito do filme não diz respeito à matemática tradicional contra as teorias ousadas do indiano, nem entre o conhecimento do Oriente e do Ocidente. O embate central ocorre entre um homem que se diz iluminado por deuses, recebendo toda a sua instrução de forças invisíveis, e um acadêmico tradicional, ateu, incapaz de aceitar as fórmulas de Ramanujan sem a comprovação de sua origem. Ironicamente, O Homem que Viu o Infinito trata a matemática com uma aura mística, pouco científica – algo reforçado pelos títulos original e brasileiro. O projeto sustenta a ideia questionável de que seria impossível revolucionar a ciência sem reconhecer a existência de Deus.

O Homem que Viu o Infinito -

Embora a estética e a compreensão da ciência deixem a desejar, a biografia atinge seu ponto alto no retrato da amizade entre Ramanujan e o professor G. H. Hardy. O enfrentamento de ambos soa esquemático durante a primeira parte da narrativa, mas o roteiro consegue extrair, na segunda metade, um afeto verdadeiro desta união. Dev Patel, preso pela enésima vez ao papel do pobre indiano sonhador, não demonstra grande versatilidade em sua composição, mas Jeremy Irons está excelente na transformação do professor aberto a pessoas e ideias desconhecidas. Atores coadjuvantes como Toby Jones e Stephen Fry também colaboram à verossimilhança do meio acadêmico.

Ao lado de outras biografias que idealizam a figura de físicos e matemáticos, como A Teoria de Tudo, Uma Mente Brilhante e Gênio Indomável, O Homem que Viu o Infinito representa um projeto inferior, com roteiro mais maniqueísta e direção menos refinada. Mas o humanismo da trama ainda resiste às escolhas desengonçadas de Brown, tornando a obra uma experiência agradável – pouco didática no que diz respeito à matemática, mas extremamente pedagógica quanto à moral, aos bons costumes e à noção de meritocracia.

Fonte: adorocinema

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016 0 comentários

PORQUE A VIDA NÃO BASTA



A arte contemporânea acabou com a crítica;
isso é expressão da crise por que passam as artes plásticas

Embora tenha frequentemente criticado o que se chama de arte contemporânea, devo deixar claro que não pretendo negá-la como fato cultural. Seria, sem dúvida, infundado vê-la como fruto da irresponsabilidade de alguns pseudoartistas, que visam apenas chocar o público.

Há isso também, é claro. Mas não justificaria reduzir a tais exemplos um fenômeno que já se estende por muitas décadas e encontra seguidores em quase todos os países.

Por isso, se com frequência escrevo sobre esse fenômeno cultural, faço-o porque estou sempre refletindo sobre ele. Devo admitir que ninguém me convenceria de que pôr urubus numa gaiola é fazer arte, não obstante, me pergunto por que alguém se dá ao trabalho de pensar e realizar semelhante coisa e, mais ainda, por que há instituições que a acolhem e consequentemente a avalizam.

O fato de negar o caráter estético de tais expressões obriga-me, por isso mesmo, a tentar explicar o fenômeno, a meu ver tão contrário a tudo o que, até bem pouco, era considerado obra de arte. Não resta dúvida de que alguma razão há para que esse tipo de manifestação antiarte (como a designava Marcel Duchamp, seu criador) se mantenha durante tantos anos.

Não vou aqui repetir as explicações que tenho dado a tais manifestações, as quais, em última análise, negam essencialmente o que se entende por arte. Devo admitir, porém, que a sobrevivência de tal tendência, durante tanto tempo, indica que alguma razão existe para que isso aconteça, e deve ser buscada, creio eu, em certas características da sociedade midiática de hoje. O fato de instituições de grande prestígio, como museus de arte e mostras internacionais de arte, acolherem tais manifestações é mais uma razão para que discutamos o assunto.

Uma observação que me ocorre com frequência, quando reflito sobre isso, é o fato de que obra de arte, ao longo de 20 mil anos, sempre foi produto do fazer humano, o resultado de uma aventura em que o acaso se torna necessidade graças à criatividade do artista e seu domínio sobre a linguagem da arte.

Das paredes das cavernas, no Paleolítico, aos afrescos dos conventos e igrejas medievais, às primeiras pinturas a óleo na Renascença e, atravessando cinco séculos, até a implosão cubista, no começo do século 20, todas as obras realizadas pelos artistas o foram graças à elaboração, invenção e reinvenção de uma linguagem que ganhou o apelido de pintura.

Isso não significa que toda beleza é produto do trabalho humano. Eu, por exemplo, tenho na minha estante uma pedra --um seixo rolado-- que achei numa praia de Lima, no Peru, em 1973, que é linda, mas não foi feita por nenhum artista. É linda, mas não é obra de arte, já que obra de arte é produto do trabalho humano.

Pense então: se esse seixo rolado, belo como é, não pode ser considerado obra de arte, imagine um casal de urubus postos numa gaiola, que de belo não tem nada nem mantém qualquer relação com o que, ao longo de milênios, é tido como arte. Não se trata, portanto, de que a coisa tenha ou não tenha qualidades estéticas --pois o seixo as tem-- e, sim, que arte é um produto do trabalho e da criatividade humana. Se é boa arte ou não, cabe à crítica avaliar.

E toca-se aqui em outro problema surgido com essa nova atitude em face da arte. É que, assim como o que não é fruto do trabalho humano não é arte, também não é possível exercer-se a crítica de arte acerca de uma coisa que ninguém fez.

O que pode o crítico dizer a respeito dos urubus mandados à Bienal de São Paulo? A respeito de um quadro, poderia ele dizer que está bem mal-executado, que a composição é pobre ou as cores inexpressivas, mas a respeito dos urubus, que diria ele? Que não seriam suficientemente negros ou que melhor seria três em vez de dois? Não o diria, pois nada disso teria cabimento. Não diria isso nem diria nada, porque não é possível exercer a crítica de arte sobre o que ninguém fez.

Desse modo --e inevitavelmente--, a chamada arte contemporânea acabou também com a crítica de arte. Isso tudo é, sem dúvida, a expressão da crise grave por que passam hoje as artes plásticas.

Costumo dizer que a arte existe porque a vida não basta. Negar a arte é como dizer que a vida se basta, não precisa de arte. Uma pobreza!

FERREIRA GULLAR 
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GATO-LENDA



Quando Deus fez o mundo, escolheu enchê-lo de animais, e decidiu dar uma qualidade especial para cada um. Todos os animais formaram diante Dele uma longa fila, e o gato, calmamente, foi para o fim da fila.

Deus deu ao elefante e ao urso a Força, ao coelho e ao cervo a Velocidade, a Sabedoria à coruja, Beleza aos pássaros e borboletas, Esperteza para a raposa, Inteligência para o macaco, Lealdade para o cão, Coragem para o leão, Alegria para a lontra... Todas estas coisas os animais haviam pedido para ter.
Afinal, ao fim da fila, o pequeno gato sentou-se e esperou paciente. Deus perguntou-lhe: - O que terá você ?

Ao que o gato encolheu os ombros e respondeu: - Qualquer coisa me servirá. Eu não ligo.

E Deus disse: - Mas eu sou Deus ! Quero lhe dar algo especial !

E o gato, espertamente, respondeu: - Então me dê um pouco de tudo, por favor !

E Deus, rindo-se da enorme inteligência do animal, deu para o gato a soma de todas as qualidades dos animais, mais a graça e a elegância, e um gentil ronronar, para que ele sempre atraísse os homens e conquistasse seus lares.

 
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